Salah Abdeslam planeava fazer “qualquer coisa” em Bruxelas depois dos atentados de novembro em Paris, afirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros belga, Didier Reynders.

O ministro, que falava numa conferência internacional organizada em Bruxelas pelo instituto norte-americano German Marshall Fund, afirmou também estar certo de que houve “mais de 30 pessoas envolvidas nos ataques terroristas em Paris”.

“Os primeiros comentários de Salah Abdeslam ontem [sábado] foram que queria ir ao Stade de France e que ia fazer-se explodir, mas não o fez. E a outra informação foi que estava disposto a recomeçar qualquer coisa em Bruxelas”, disse o ministro, citado num comunicado do instituto norte-americano.

“E provavelmente é verdade, porque encontrámos muitas armas, armas pesadas, nas primeiras investigações e encontrámos uma rede nova em volta dele em Bruxelas”, acrescentou o ministro.

Reynders disse também estar certo nesta altura de que houve “mais de 30 pessoas envolvidas nos ataques terroristas em Paris”.

“Depois dos atentados de Paris, eu disse a uma televisão dos Estados unidos que estávamos à procura de cerca de 10 pessoas com armas pesadas. Temos bastante mais do que isso desde novembro, não só na Bélgica como em França. Temos a certeza de que encontrámos mais de 30 pessoas envolvidas nos ataques terroristas de Paris mas também temos a certeza de que há outros”, disse o ministro, segundo a mesma fonte.

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Salah Abdeslam, que as autoridades francesas consideram ter tido um papel determinante na logística dos ataques de Paris, foi detido na sexta-feira no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, depois de mais de quatro meses em fuga.

De nacionalidade francesa mas residente em Bruxelas há vários anos, na noite dos atentados Abdeslam fugiu de automóvel de Paris para Bruxelas, onde terá estado escondido em diferentes casas de diferentes bairros da capital belga.

No sábado, Abdeslam, alvo de um mandado de captura internacional, foi formalmente acusado pela justiça belga de “homicídios terroristas” e “participação em atividades de organização terrorista”.

Os atentados de 13 de novembro em Paris, reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, fizeram 130 mortos e mais de 300 feridos.