Depois de vários meses de confusão, as obras no Largo do Corpo Santo, no Cais do Sodré, estão oficialmente terminadas. O local foi totalmente requalificado, os passeios alargados e, aqui e ali, foram colocados largos bancos de madeira, à sombra de árvores. Em cada um foi gravado um pequeno verso — uma simples homenagem da cidade de Lisboa aos grandes poetas portugueses. Só que nem todos os versos correspondem exatamente aos poemas originais…

Num desses bancos, instalado em junto ao restaurante Solar do Kadete, foi gravado um verso de Fernando Pessoa, retirado do poema “D. Dinis”, de Mensagem. Só que, em vez de “Busca o oceano por achar”, alguém gravou por lapso “Busca o oceano pos achar;”. O erro certamente passará despercebido aos mais distraídos, mas não escapou ao olhar atento do blog “Praia do Bote”.

Num post publicado na segunda-feira, o autor, claramente indignado, fez questão de partilhar com os seus leitores o erro do banco do Cais do Sodré. “A asneira lá está e lá estará… Até ao dia em que a ossada de Fernando Pessoa, desgastada de tanto saltitar na tumba, se transforme em pó e apenas faça fshhhhh, fshhhhh…”, escreveu Joaquim Saial, de Almada.

Artur Mendes, que costuma acompanhar o “Praia do Bote”, enviou de imediato um email à vereadora de Cultura, Catarina Vaz Pinto, não tendo ainda obtido resposta. Segundo Artur Mendes, a Casa Fernando Pessoa também foi contactada. “Não admira: num país onde dia sim dia não um banco vai à falência é mais um…”, comentou com o Observador.

O Observador contactou a Câmara Municipal de Lisboa no sentido de tentar saber se o erro será corrigido mas, até à data da publicação deste artigo, não foi possível obter uma resposta.

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