São diferentes os números da adesão à greve parcial desta segunda-feira de manhã dos trabalhadores da Transtejo. Enquanto Carlos Costa, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) aponta para uma adesão a aproximar-se dos 100%, a empresa diz que foi de apenas 18%.

“A adesão à greve é de 95%. As ligações fluviais já foram entretanto retomadas”, disse o sindicalista à agência Lusa depois de os trabalhadores terem iniciado esta segunda-feira um ciclo de greves, de três horas por turno de serviço, que durará até à próxima sexta-feira, por contratações e aumentos salariais.

Mas em comunicado enviado à Lusa, a empresa adianta que “no primeiro período de interrupção do serviço de transporte regular, por motivo de greve parcial dos trabalhadores da Transtejo, registou-se uma adesão de 18%”.

A empresa referiu também que o serviço de transporte nas quatro ligações fluviais foi iniciado, com a devida normalidade, antes dos horários previstos e anunciados.

A ligação Cacilhas-Cais do Sodré foi retomada às 09h11, Montijo-Cais do Sodré às 09h00, Seixal-Cais do Sodré às 09h40 e Trafaria-Porto Brandão-Belém às 09h30.

Greve na Soflusa começa na terça-feira

Por seu lado, os trabalhadores da Soflusa iniciam na terça-feira um ciclo de quatro dias de greve, com paralisação durante todo o período de trabalho.

Num alerta publicado pela Transtejo/Soflusa, na sua página da internet, pode ler-se que está prevista a “interrupção do serviço regular” na Soflusa, devido à greve convocada por organizações sindicais representativas dos trabalhadores.

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Assim, vão registar-se interrupções na carreira fluvial do Barreiro (Setúbal) para o Terreiro do Paço (Lisboa) entre terça-feira e 23 de julho, sendo o último barco às 22h25 e o primeiro às 00h05 do dia seguinte.

O mesmo se verifica na carreira fluvial do Terreiro do Paço para o Barreiro, sendo o último barco às 22h50 e o primeiro às 00h30 do dia seguinte.

A empresa alerta que, durante o período de greve, os terminais estarão encerrados, por motivos de segurança.

As interrupções previstas até dia 22 de julho

Na mesma página da internet pode ler-se um aviso sobre a interrupção de algumas carreiras fluviais da Transtejo, entre esta segunda-feira e 22 de julho, devido à greve parcial e ao trabalho suplementar dos trabalhadores.

As interrupções afetam as carreiras fluviais de Cacilhas (Almada) para o Cais do Sodré (Lisboa) e no sentido inverso, com especial incidência nas “horas de ponta” da manhã e da tarde.

Esta segunda-feira, no sentido Cacilhas-Cais do Sodré, a primeira carreira fluvial foi feita às 10h15 e tem depois uma interrupção no período da tarde entre as 16h15 e as 20h38.

De acordo com a Fectrans, os trabalhadores exigem o aumento dos salários e medidas que combatam a degradação do serviço público, devido à falta de trabalhadores e ao envelhecimento da frota.

Atualmente, adianta a estrutura sindical, a Transtejo já tem navios novos (do concurso de navios elétricos), mas por falta de baterias estão imobilizados.

Por outro lado, adianta a Fectrans, por falta de trabalhadores “há recurso a imensas horas extraordinárias, havendo trabalhadores com horários de 16 horas por dia”.

Desde o início do ano, mais de mil circulações não foram efetuadas.

A Transtejo e a Soflusa têm a mesma administração e ambas asseguram as ligações fluviais entre a margem sul e Lisboa.

A Transtejo é responsável pela ligação do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, a Lisboa, enquanto a Soflusa faz a travessia entre o Barreiro, também no distrito de Setúbal, e o Terreiro do Paço, em Lisboa.