Jan Bruce esteve 48 horas sem telemóvel. Foram dois dias e duas noites sem colocar a mão no bolso ou na mala e pegar no aparelho que já dá acesso a (quase) tudo. Foram 2.880 minutos sem enviar uma mensagem, fazer um telefonema, tirar fotografias ou consultar as redes sociais com o seu smartphone. A colaboradora da Forbes deixou o aparelho no avião durante uma viagem e só regressou às telecomunicações dois dias depois. Conta que a experiência a tornou mais “calma” e a deixou com uma visão “mais clara” do que é importante na vida. Em sete pontos, Jan Bruce enumera as sete lições que aprendeu com a abstinência.

1. O tempo aumenta O telemóvel consome muitas horas do dia. Não podemos fugir a isto. Jan fala em “desperdício de tempo” pelas horas que passamos a explorar as várias funcionalidades do aparelho. No início, a jornalista diz que sentia uma espécie de “comichão involuntária” nas mãos. Só no segundo dia as pontas dos dedos começaram a relaxar, conta. Sem a habitual ocupação, ganhou tempo para “simplesmente pensar e observar” o mundo à volta.

2. O volume de e-mails diminui Parece um contrassenso, mas não é. “Se parares de ver o teu e-mail constantemente, deixas de responder a todo o tipo de solicitações, e isso significa que chegarão menos respostas de volta”, conta à Forbes. No total, o saldo dará menos e-mails e a comunicação será mais ágil, porque a seleção será mais rigorosa. Como não se consulta a caixa de correspondência com tanta frequência, só se responde quando for estritamente necessário. Ou seja, mais rentabilidade na gestão.

3. Não ficamos incontactáveis Quando não havia telemóveis, como é que as pessoas se encontravam? O hábito de receber/ enviar mensagens e receber/fazer chamadas está a tornar-nos mais ansiosos. “Se as pessoas te quiserem encontrar, elas vão encontrar-te”, sugere Jan Bruce, e remata: “não desaparecemos se o nosso telemóvel desaparecer”. Há forma de conseguir uma vida social sem telemóvel.

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4. Controlamos melhor a nossa vida O equilíbrio é importante, refere a jornalista. A maioria de nós tornou-se um pouco obcecada com os aparelhos eletrónicos. Afastarmo-nos dos telemóveis ajuda-nos a repensar a posição e importância dos aparelhos na nossa vida. “Percebi que, em vez de o telemóvel me simplificar a vida, estava a ter danos nocivos na minha tranquilidade — eu consultava constantemente todas as aplicações, estava sempre on“, explica.

5. Não ficamos perdidos Se não há telemóvel, não temos o Google maps no bolso.”Toda a gente usa o Google maps para todas as viagens”. E agora? Este “dilema” assaltou Jan nas primeiras horas. “Tive de fazer algo que já não fazia há muito tempo: pedir direções às pessoas”. Esta interação era algo que a jornalista já tinha esquecido, confessa a própria.

6. Consultamos os nossos pensamentos, em vez do telemóvel Há questões que só colocamos quando nos “livramos” de um objeto tão presente na nossa vida. Jan dá alguns exemplos. “Questionei-me sobre coisas que já não pensava há muito tempo — estou a fazer exercício físico suficiente? Como é que dormi esta noite? Que tempo está hoje? E conseguia responder a todas estas perguntas sem olhar para o telemóvel”, remata.

7. Dar e receber A empatia está ligada à resiliência e ao contacto pessoal. Quem larga o telemóvel tende a estabelecer mais relações pessoais com mais seres humanos. E, garante Jan, resulta numa vida mais feliz. Onde está o seu telemóvel neste momento?