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Contagens paralelas põem MPLA em risco de perder maioria absoluta

Este artigo tem mais de 5 anos

A UNITA está a fazer uma contagem paralela que coloca MPLA aquém da maioria no parlamento. Grupo de Luaty Beirão aponta no mesmo sentido. MPLA diz que tem "maioria qualificada assegurada".

Segundo a contagem da UNITA, o MPLA tem 51% dos votos
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Segundo a contagem da UNITA, o MPLA tem 51% dos votos

AFP/Getty Images

Segundo a contagem da UNITA, o MPLA tem 51% dos votos

AFP/Getty Images

Na mesma altura em que o MPLA anuncia que tem uma vitória com “maioria qualificada assegurada”, a oposição e movimentos cívicos divulgam contagens alternativas que sugerem que o MPLA pode nem chegar a uma maioria absoluta.

Em conferência de imprensa ao início desta tarde, Adalberto Costa Júnior, deputado da UNITA, diz que a contagem paralela do seu partido “está a decorrer a um bom ritmo” e acrescentou:

“Vamos ter claramente resultados que não apontam para a maioria do MPLA”.

Segundo declarações da Adalberto Costa Júnior, transmitidas pela Mwangole TV, a UNITA já processou os resultados de 6150 mesas eleitorais, sendo que tem em sua posse mais atas que ainda vai “introduzir no sistema”. Para já, os resultados provisórios apontam para um total de 47,6% dos votos para o MPLA, o que faria deste partido vencedor das eleições mas, ao mesmo tempo, aquém de uma maioria absoluta na Assembleia Nacional.

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Depois, seguem-se a UNITA com 40,2%, a CASA-CE com 9,15, o PRS com 1,55%, a FNLA com 1,10% e a APN com 0,40%.

O deputado da UNITA refere ainda que o seu partido começou a processar resultados desde as 22h00 de quarta-feira e que, desde então, a votação no MPLA tem vindo a diminuir. Adalberto Costa Júnior refere ainda que falta processar votos de bairros luandenses como Viana e Cacuaco, onde a oposição costuma receber votos acima da média nacional, tal como de províncias do Huambo, Bié e do Cuando Cubango. Nas províncias de Benguela e Cabinda, já estarão processados 50% dos votos por parte da UNITA.

“Nós estamos com a grande expectativa de esta tendência de descida do MPLA continuar e da subida da UNITA continuar”, disse o deputado da UNITA. “Isto diz que existe algum embaraço por quem preparou resultados diferentes.”

Segundo o Maka Angola, a divulgação provisória dos resultados, que estaria prevista para a noite desta quarta-feira, foi suspensa por decisão da Presidência da República. A CNE terá estado reunida até às 3h da madrugada.

Também a CASA-CE, coligação eleitoral liderada por Abel Chivukuvuku, está a fazer uma contagem paralela. Em declarações à DW África, o porta-voz daquela coligação disse que “estas eleições são as mais disputadas que o país já conheceu e não há maioria absluta”. “Aquele que ganhar, estará na faixa entre 38% e 40%”, acrescentou Lino Bernardo Tito.

Grupo de Luaty Beirão sugere que MPLA pode não passar dos 50%

Além da UNITA, há outra contagem paralela a ser feita pelo movimento cívico Jiku, onde figuram ativistas como o rapper luso-angolano Luaty Beirão. Esta contagem está a ser feita mediante fotografias das atas síntese das assembleias eleitorais que chegam ao membros do Jiku. “Estamos a somar arcaicamente, à medida que nos chegam as atas”, alertou aquele grupo na sua página de Facebook.

O número total de votos é francamente menos ambicioso do que aquele que é apresentado pela contagem paralela da UNITA: em vez de mais de 1 milhão, tratava-se de, até às 12h20 desta quinta-feira, quase 40 mil votos.

Apesar de ter uma dimensão diferente, a contagem deste movimento cívico também aponta no mesmo sentido do que a contagem da UNITA. Isto é, sugere que o MPLA pode ficar aquém de uma maioria absoluta na Assembleia Nacional. Segundo a contagem do Jiku, o MPLA tem até agora 46,7% dos votos, seguindo-se a UNITA com 36,5% e depois da CASA-CE com 15,1%.

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