A relação entre o crédito vencido sobre o valor total dos empréstimos concedidos a clientes era de 7,9% a 4 de agosto 2014, data em que foi concretizada a resolução do Banco Espírito Santo (BES), de acordo com o balanço de abertura do Novo Banco e do Grupo financeiro que a instituição herdou do seu antecessor. Os números foram divulgados nesta quarta-feira, através de um comunicado disponibilizado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Refletem, já, “o resultado da confirmação levada a cabo pela PwC
da mensuração, por determinação do Banco de Portugal” dos “ativos, passivos, elementos extrapatrimoniais e ativos sob gestão selecionados pelo Banco de Portugal para serem transferidos do BES para o Novo Banco”.

O ativo consolidado do Novo Banco é, assim, fixado em 72,5 mil milhões de euros e os capitais próprios situam-se em 5.577 milhões de euros, segundo o mesmo documento, que adianta estar a instituição dotada de um rácio de solvabilidade de 9,2%. Os depósitos de clientes “totalizam” 25 mil milhões de euros, enquanto a carteira de crédito é avaliada em 43,8 mil milhões de euros, numa área de negócio em que os empréstimos concedidos a empresas têm um peso de 72%, referindo-se o restante a créditos a clientes particulares.

Entre o BES e o Novo Banco os depósitos caíram mais de dez mil milhões

Quando se compara com o balanço do BES no final do primeiro semestre o número que mais contrasta é o volume de depósitos que caiu mais de dez mil milhões de euros. Esta diferença reflete contudo também uma alteração do universo, uma vez que o BESA deixou de consolidar no Novo Banco. No final de junho, os depósitos consolidados do BES eram de 35,9 mil milhões de euros. Na entrevista à TVI, o presidente do Novo Banco Eduardo Stock da Cunha sublinhou que a instituição recuperou entretanto dois mil milhões de euros em depósitos.

O nível de crédito concedido também encolheu, mas um pouco menos. O BES contabilizava no final de junho o crédito total bruto de 51 mil milhões de euros.

O balanço de abertura do Novo Banco adianta que “os ativos não correntes detidos para venda totalizam 2.399 milhões de euros após provisão de 1.130 milhões de euros”, que representa 32% daquela soma. Quando às provisões constituídas para fazer face a imparidades (perdas potenciais decorrentes da desvalorização de ativos) “são de 5.248 milhões de euros ou 12% do total do crédito bruto”. O Novo Banco afirma que a relação entre a cobertura de provisões e o crédito vencido é de 152,2%”, que o crédito em risco representa 13,8% e que a relação entre os valores do crédito e os depósitos “é de 144%”.

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