Em declarações à agência Lusa, Aleida Monteiro, coordenadora do Gabinete de Comunicação do Governo cabo-verdiano, que se encontra em São Filipe, indicou que as erupções que há 23 dias assolam Chã das Caldeiras continuam com “baixa atividade”, que a lava continua a jorrar “lentamente e em pouca quantidade” e que a emissão de gazes e cinzas é “quase nula”.

No entanto, insistiu, a imprevisibilidade mantém-se e as equipas de especialistas no terreno continuam a estudar os dados sísmicos e da atividade subterrânea do magma, aguardando-se, para breve, um relatório pormenorizado sobre a evolução.

“A equipa de monitorização continua atenta e a acompanhar rigorosamente a evolução da atividade eruptiva, de modo a poder ter informações precisas e as devidas atualizações do quadro, permitindo que as autoridades, em caso de necessidade, possam agir atempadamente”, salientou Aleida Monteiro, repetindo as mesmas palavras que transmitira domingo à Lusa.

A lava mantém-se a pouco mais de 600 metros de Bangaeira, povoação que, tal como Portela, foi destruída pela torrente, distando 3,5 quilómetros de Fernão Gomes, o “ponto crítico”, uma vez que, a partir daí, segue-se a encosta montanhosa que desce abruptamente para Mosteiros (norte).

Se a atividade vulcânica se agravar e a lava ultrapassar Fernão Gomes, situado a uma altitude de quase 1.900 metros, a torrente não encontrará quaisquer obstáculos em descer a encosta até ao mar, percurso onde se situam duas povoações – Cutelo Alto e Fonsaco -, cujos cerca de 2.300 habitantes estão em alerta para uma eventual evacuação.

Até agora, o vulcão não provocou quaisquer vítimas, tendo desalojado os cerca de 1.500 habitantes de Portela e Bangaeira, as duas povoações de Chã das Caldeiras, planalto que serve de base aos vários cones vulcânicos da ilha do Fogo.

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