O ataque talibã a uma escola militar em Peshawar, no Paquistão terminou após nove horas com mais de 140 mortos, sendo a maioria crianças (pelo menos 132, segundo a BBC). Os atacantes foram todos mortos, garantem as autoridades.

“As operações acabaram, as forças policiais estão a levar a cabo uma operação para libertar o edifício e esperamos que o possam fazer em breve. Foram encontrados os corpos de seis terroristas no edifício”, disse o responsável da polícia paquistanesa Abdullah Kahn, citado pela agência noticiosa AFP. Porém, um dos generais do exército paquistanês, Asim Bajwa, disse no twitter que a operação ainda não está completamente terminada porque os guerrilheiros talibã colocaram explosivos nos edifícios da escola. Este é já considerado um dos piores ataques da história recente do Paquistão, segundo a BBC.

A BBC já atualizou o número de mortos para 148, sendo sete deles os atacantes. O New York Times refere, no entanto, que seriam nove atacantes, confirmando também que todos terão sido mortos. No site é indicado ainda que além dos talibãs haverá 134 mortos.

A autoria do ataque foi reivindicada pelo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), movimento dos talibãs paquistaneses que lidera desde 2007 uma sangrenta guerra contra o governo de Islamabad. O responsável talibã, que reclamou a autoria do ataque nesta escola com filhos de militares, disse que este acontece em resposta às operações do exército paquistanês, acrescentando que os talibãs tinham ordens para disparar apenas sobre os alunos mais velhos. O chefe da província de Khyber Pakhtunkhwar, Pervez Khattak, disse à CNN que a maioria dos mortos tem entre 12 e 16 anos. Para além dos estudantes, também estão entre os mortos professores e instrutores militares.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Embora os talibãs tenham entrado nas salas de aula a disparar, matando professores e alunos, as autoridades acreditam que grande parte das mortes tenha sido causada por um bombista suicida. Algumas crianças e trabalhadores da escola, que conseguiram escapar, dizem que os atacantes entraram na escola subindo os muros usando fardas militares, tendo de seguida entrado nas salas de aula e começado os disparos de forma indiscriminada. Contudo, Asim Bajwa disse que os guerrilheiros tinham uma reserva de armas e alimentos que pode indicar que estavam preparados para um sequestro por um período mais longo.

O ataque do grupo de homens terá acontecido pelas 08h00 (hora de Lisboa), ouvindo-se de seguida tiros e explosões. A escola tinha cerca de 500 estudantes, mas o maior parte saiu da escola logo no início do ataque.

(Última atualização às 17:15)