O dono da Air Asia, a companhia aérea cujo avião desapareceu este domingo na Indonésia, tem ascendência portuguesa. Tony Fernandes nasceu a 30 de abril de 1969 em Kuala Lumpur, Malásia, de onde também é originária a mãe. O pai, no entanto, é natural de Goa, na Índia, de onde vem o apelido luso. Empresário de sucesso, estudou na London School of Economics e chegou a trabalhar com Richard Branson, o fundador da Virgin Records, na capital do Reino Unido.
Segundo o jornal britânico The Telegraph, “sonhar o impossível” é o seu lema de vida. E sempre o levou à letra, agarrando-se a outra velha máxima que também o acompanha desde que deu os primeiros passos no mundo dos negócios: “nunca aceitar ‘não’ como resposta”. Sonhava desde cedo em criar a primeira companhia aérea de baixo custo na Ásia, escreve o Telegraph, mas, no entanto, a carreira do 28º homem mais rico da Malásia, na lista da Forbes, não começou na indústria da aviação.
Apesar da naturalidade malaia e da ascendência indiana, Fernandes teve uma educação britânica. Estudou no Colégio interno de Epsom, em Surrey, no sudeste inglês, e depois formou-se em revisor oficial de contas numa das mais prestigiadas universidades londrinas, a London School of Economics. Começou a sua carreira, nos anos 80, na indústria da música enquanto responsável pelo controlo financeiro da Virgin Communications to Warner Music International. Curiosamente, trabalhou com Richard Branson, o conhecido empresário britânico do grupo Virgin, detentor da companhia aérea Virgin Atlantic Airways.
Transformou a Air Asia na maior companhia low-cost da Ásia
Com a indústria da música a debater-se para sobreviver aos desafios da internet e da pirataria de discos, Anthony Fernandes decidiu mudar de ramo e ir atrás do seu sonho antigo. Em 2001, o sonho concretizou-se: com 37 anos de idade comprou a Air Asia, uma companhia aérea detida pelo governo da Malásia que enfrentava sérias dificuldades financeiras. Tão sérias que a empresa, que nesse momento se resumia a uma frota de dois aviões, foi vendida a Fernandes por um preço simbólico (menos de um dólar).
Tony Fernandes não tinha qualquer experiência de gestão de uma companhia aérea, mas conseguiu mesmo assim transformar em pouco tempo aquela companhia aérea numa empresa de aviação low cost nos termos que é conhecida no mundo ocidental. A Air Asia, da qual é presidente executivo, tornou-se dessa forma a primeira companhia aérea de baixo custo do continente asiático.
O desaparecimento ainda por explicar do voo QZ8501 é o primeiro incidente grave registado pela Air Asia em 13 anos de actividade. O avião é operado pela AirAsia Indonesia, uma filial da Air Asia, detida em 49% pela empresa mãe.
Foi o negócio da sua vida. Em apenas uma década, a Air Asia passou de operar apenas dois aviões para movimentar um total de 30 milhões de passageiros em todo o mundo, com um total de 86 aeronaves ao seu dispor. Mas não ficou satisfeito. Depois dos aviões passou para o futebol. O milionário malaio de ascendência indiana e portuguesa, hoje com 45 anos, chegou a comprar há três anos o clube de futebol londrino Queens Park Rangers. Participou ainda no reality show The Apprentice Asia, onde são avaliadas as propostas de negócio de jovens empreendedores. O prémio era trabalhar com o dono da Air Asia.
Muito ativo na rede social Twitter, o milionário e presidente executivo (CEO) da Air Asia, tem estado a divulgar informações sobre o acidente aéreo deste domingo, assim como a transmitir mensagens de apoio aos familiares dos passageiros:
https://twitter.com/tonyfernandes/status/549160716775596032
https://twitter.com/tonyfernandes/status/549160305675079681