O presidente francês, François Hollande, disse, nesta segunda-feira, que os cidadãos gregos têm liberdade para decidir sobre o rumo a seguir, mas que devem cumprir os compromissos acordados com a União Europeia. “Os gregos são livres de escolher o seu destino, mas há certos acordos que foram feitos e que devem ser respeitados”, disse numa entrevista à rádio France Inter radio.
As declarações de Hollande surgem a semanas das eleições na Grécia, marcadas para dia 25 de janeiro, e que estão a agitar a política europeia devido à possível vitória do partido de extrema esquerda, Syriza, que lidera as sondagens com uma vantagem de 3,1% sobre o Nova Democracia. O partido de Alexis Tsipras surge com 30,4% das intenções de voto.
Durante o fim de semana, a revista alemã Der Spiegel escrevia, citando fontes próximas do Governo de Angela Merkel, que “o Governo alemão considera que a saída [da Grécia] da zona euro é quase inevitável se o líder da oposição, Alexis Tsipras, vier a liderar o Governo após a eleição, abandonando a disciplina orçamental e não pagando as dívidas do país”. A mesma revista avançava que tanto Merkel como o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, consideram que uma hipotética saída da Grécia seria “possível de gerir”.
O vice-chanceler alemão e ministro da Economia, Sigmar Gabriel, que é também o líder do segundo partido da coligação governamental, já veio no entanto afastar esta ideia, dizendo não ser verdade que o Governo está disposto a deixar a Grécia sair da zona euro.
“O objetivo de todo o Governo federal, da União Europeia e do próprio Governo de Atenas é manter a Grécia na zona euro. Não há nem nunca houve quaisquer planos alternativos“, garantiu Sigmar Gabriel, em entrevista ao Hannover Allgemeine Zeitung.