À preocupação de Cavaco Silva de um futuro governo “sólido”, António Costa responde com confiança num futuro resultado do PS. Mas mais que isso, o secretário-geral do PS diz mesmo que só uma maioria absoluta evita “jogos partidários” e um “condicionamento do voto” por parte do Presidente da República.

A resposta de António Costa foi dada à saída esta quinta-feira de manhã de um encontro com o presidente do Supremo Tribunal de Justiça. Quando questionado sobre as palavra de Cavaco Silva, António Costa primeiro ironizou e depois atacou a vontade de Cavaco Silva:

“O Presidente da República confia pouco na capacidade do PS de construir uma maioria absoluta que poupará o pais dessas incertezas. Acho que os portugueses terão a presciência de compreender que a melhor forma de evitar essa situação pantanosa ou condicionamento do voto pelo Presidente da República é dar a maioria absoluta ao PS”.

Ou seja, para António Costa, a solução para evitar o pântano depois das eleições é apenas uma maioria absoluta dos socialistas, votação que tem vindo a colocar como fasquia desde que chegou ao Largo do Rato.

O Presidente da República pediu na quarta-feira que os partidos pensassem para o futuro governo uma “solução governativa sólida” e voltou a lembrar as negociações noutros países europeus para que se alcancem entendimentos. Uma ideia aliás que já tinha deixado na mensagem de Ano Novo, divulgada no dia 1 de janeiro. Na resposta, António Costa recusa entrar nesses “jogos partidários” e, apesar de se ter encontrado com o chefe de Estado, não faz a vontade a Cavaco Silva. O que é importante, disse, é serem “os portugueses a determinar quem os governará e isso não resulta de jogos partidários nem da vontade do senhor Presidente da República”.

 

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