Os suspeitos de terem atacado o jornal satírico Charlie Hebdo na passada quarta-feira foram esta sexta ao fim da tarde mortos pela polícia. Foi o fim de um longo cerco, que durou mais de sete horas, a uma empresa gráfica onde os dois homens, Cherif e Said Kouachi, se tinham barricado ao início da manhã. Havia um civil dentro da empresa que conseguiu escapar ileso.

A morte dos dois suspeitos foi o ponto final de uma caça ao homem iniciada na quarta-feira. Nesse dia, terão sido eles que entraram na redação do Charlie Hebdo e mataram, ao todo, doze pessoas, com tiros de metralhadoras Kalashnikov. Morreram 10 membros do jornal e dois polícias, um dos quais muçulmano, religião invocada pelos dois assassinos para o ataque ao Charlie Hebdo.

1. Os dois suspeitos atingem mortalmente um polícia, Ahmed.

2. Chegados à redação do Charlie Hebdo, os homens matam quatro dos principais cartoonistas do jornal, bem como outros membros da publicação.

3. Fogem num carro situado numa rua próxima. Pouco depois, têm um acidente.

4. Abandonam o primeiro carro e roubam um Renault Clio. Terá sido neste momento que Cherif Kouachi deixou cair o bilhete de identidade, que permitiu à polícia identificá-lo e ao irmão como potenciais autores do atentado. Um terceiro homem é também apontado como suspeito, mas o seu álibi é verificado – estava na escola.

Depois de uma noite de buscas policiais na cidade de Reims, os dois irmãos Kouachi foram avistados na manhã de quinta-feira numa estação de serviço de Villers-Cotterêts, no departamento de Aisne, região da Picardia, não muito longe de Paris. Um enorme dispositivo policial é mobilizado para a zona, que é vasculhada casa a casa.

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Entretanto, em Montrouge, a sul de Paris, uma polícia é assassinada com tiros por Amedy Coulibaly, que sexta-feira será responsável por um sequestro num supermercado judaico em Porte de Vincennes, nos limites de Paris. Coulibaly esteve ali barricado com um número ainda não totalmente percetível de reféns, ameaçando matá-los caso os dois irmãos Kouachi fossem alvo de algum ataque.

Said e Cherif encontravam-se, nessa altura, numa gráfica de Dammartin-en-Goële, a cerca de 40 quilómetros da capital francesa, onde também se barricaram e iniciaram um processo de negociações com a polícia. Havia um homem dentro da empresa, mas os dois suspeitos não se terão apercebido da sua presença.

Pelas 17h00, os dois cercos terminam. Os irmãos Kouachi saem da gráfica aos tiros e são abatidos pelas forças policiais. Quase ao mesmo tempo, a polícia entra no supermercado de Montrouge e consegue matar Coulibaly. Quatro reféns estão mortos, outros quinze são libertados. Há pelo menos mais um sequestrador a monte. As autoridades creem tratar-se de Hayat Boumeddiene, de 26 anos, que estará armada e é considerada perigosa.

O Observador continua a acompanhar ao minuto a situação.