Meriam Yehya Ibrahim, a sudanesa que deu à luz enquanto estava presa e foi condenada à morte por enforcamento por se recusar a renunciar à sua fé cristã, foi libertada esta segunda-feira.

“Estou tão feliz”, afirmou hoje o marido de Meriam Ibrahim ao The Guardian. Daniel Wani é cidadão dos EUA e quer, “o mais depressa possível”, começar uma nova vida com Meriam naquela país. Daniel conversou com o jornal diretamente de Khartoum, a capital do Sudão, e acrescentou que tanto a sua mulher como os dois filhos estão em boas condições de saúde. Elshareef Mohammed, advogado da mulher de 27 anos, disse que Meriam “está bem” e foi levada para uma “casa segura”.

O caso foi tornado público há cerca de um mês e deu origem a uma campanha internacional protagonizada por várias associações de direitos humanos, a favor da liberdade política e religiosa. Há três semanas, a BBC avançava que um representante oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros tinha dado autorização para as autoridades libertarem Meriam, e que tal iria acontecer daí a “uns dias”. A decisão arrastou-se, mas cumpriu-se.

Abdullahi Alzareg, um sub-secretário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, referiu na altura à BBC que o Sudão não só garante liberdade religiosa, como também esteve sempre empenhado em tentar salvar a jovem. Meriam Ibrahim tinha sido condenada por um tribunal sudanês à pena de morte por enforcamento, pela sua renúncia à fé islâmica, e a uma sentença de adultério de 100 chicotadas, pelo facto de se ter casado com um homem cristão. Filha de um muçulmano, a jovem foi condenada ao abrigo da Sharia, a lei islâmica que vigora no Sudão desde 1983 e que prevê a pena de morte para quem se converter a outras religiões.

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