O construtor José Guilherme não vem à audição que estava agendada na comissão parlamentar de inquérito aos atos de gestão do Banco Espírito Santo e do Grupo Espírito Santo (GES), para o dia 10 de fevereiro.
O empresário, através da sua advogada, invocou razões de saúde e o facto de estar em Angola para faltar, adiantou aos jornalistas, o presidente da comissão. Fernando Negrão admite que poderá ser marcada outra audição, em função da disponibilidade de José Guilherme e do próprio tempo de duração dos trabalhos. Não sentou grande recetividade. O empresário poderá, no limite, responder por escrito.

José Guilherme ficou conhecido por ter dado uma prenda (liberalidade) de 14 milhões de euros a Ricardo Salgado, a título de agradecimento pelos conselhos dados pelo então presidente do BES sobre investimentos em Angola. Salgado justificou prenda com a relação pessoal que mantinha com o empresário e entregou pareceres ao Banco de Portugal, segundo os quais, a oferta não colocava em causa a sua idoneidade de banqueiro. Álvaro Sobrinho revelou que foi ele a executar a transferência, a partir de uma ordem dada pelo seu cliente, em Angola, quando era presidente do BESA.

No seu testemunho no Parlamento, Salgado disse que o BES precisava mais de José Guilherme do que este do banco, para separar a prenda das suas funções enquanto presidente. No entanto, uma notícia publicada recentemente pelo Expresso, com base nos resultados do primeiro ETRICC, (exame à solidez financeira dos grandes devedores dos bancos), revelava que a dívida do empresário ao BES era da ordem das dezenas de milhões de euros.

O nome de José Guilherme também apareceu envolvido em algumas operações em Angola que envolvem o Grupo Espírito Santo, designadamente a venda das Torres Sky pela Escom, onde terá feito uma importante mais-valia.

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