Caso a greve avance as reservas nos postos de combustível de emergência só vão conseguir abastecer seis mil veículos prioritários, o que incluiu carros de bombeiros (em época de incêndios), ambulâncias e veículos das forças de segurança que servem mais de 10 milhões de habitantes. Segundo o jornal Eco, o Governo foi informado na terça-feira desta limitação numa rede criada para dar resposta aos veículos prioritários a 12 de agosto e que incluiu 56 bombas de combustível.

Há uma outra rede, com 326 bombas, destinada aos civis, que vão poder colocar até 15 litros de combustível. À saída da reunião onde estes procedimentos foram discutidos, o ministro da Administração Interno, Eduardo Cabrita, disse que o país tem “reservas de combustível acumuladas para mais de dois meses”. Por isso, garante o ministro, “não há nenhum problema de reservas de combustível” no que toca a “necessidades prioritárias”.

Combustíveis. País tem “reservas para dois meses”, diz Governo

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Governo está a dar formação a PSP e GNR para conduzirem camiões durante a greve

Paralelamente, o Governo está a formar motoristas do Estado para que consigam conduzir veículos de matérias perigosas em caso de greve, prevista para 12 de agosto. Segundo noticiou o jornal Eco, esta medida foi assumida na mesma reunião reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional, onde foi decidido avançar para um simulacro que pretende testar os corredores de emergência. Também o Correio da Manhã, na edição desta quarta-feira (link para assinantes), especifica que militares da GNR e agentes da PSP com carta de pesados começam esta quarta-feira a receber essa formação que vai ocorrer até sexta-feira.

Segundo o Correio da Manhã o Governo começou por fazer um levantamento dos agentes de segurança que tinham carta de pesados (C+E). O mesmo jornal diário revela que cada comando da PSP indicou dois a três agentes e que, pelo menos uma dessas formações, vai decorrer na Base Aérea de Ovar.

Três sinais de trânsito que conduzem ou evitam a greve. E uma escapatória

Já na greve de abril, quando o país parou com a greve dos motoristas de matérias perigosas, os militares da GNR foram mobilizados para conduzir camiões.

Deste vez, o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, já admitiu a utilização das forças armadas para minorar os efeitos da greve dos transportadores de combustíveis, desde que “tenha o enquadramento constitucional apropriado”.

Como formar um motorista para transportar matérias perigosas

À rádio Observador, Rui Ribeiro, formador de ADR — o certificado de motoristas de matérias perigosas –, explica que a formação destes motoristas “integra a aprendizagem de materiais, de sinalização, de equipamentos de proteção, a responsabilidade dos motoristas nos transportes das matérias perigosas e ainda exercícios práticos junto dos bombeiros, com formação de primeiros socorros, combate a incêndios e modo de atuação em acidentes”.

O formador da Transform explicou ainda que para operar camiões de transporte de combustível é necessário uma formação suplementar “para além do pacote base, que inclui matérias sobre a capacidade técnica das cisternas, o equipamento a bordo do veículo e também os procedimentos de enchimento e de descargas dos camiões” — um dos assuntos que tem gerado discórdia entre os patrões e os motoristas.

Rui Ribeiro explica ainda que para a população em geral, apesar da formação poder ser feita em pouco tempo — 24h para a formação base mais 16 horas para a formação específica para combustíveis –, o exame é sempre feito no último dia útil do mês no Instituto da Mobilidade e Transportes, ficando os condutores habilitados ao transporte de matérias perigosas após aprovação no exame e depois de receberem o cartão de motorista.