O UMP, partido de Nicolas Sarkozy, saiu vencedor da primeira volta das eleições departamentais que este domingo se realizaram em França. O partido vencedor de Sarkozy, UMP-UDI, obteve 32% dos votos, enquanto a Frente Nacional, de extrema-direita, obteve 25% dos votos. Já o Partido Socialista, do atual presidente François Hollande, ficou-se pelo terceiro lugar, com 22% dos votos.

“Esta primeira ronda mostra o desejo profundo do povo francês de mudanças claras. Para todos aqueles que votaram na Frente Nacional, nós ouvimos a vossa exasperação, mas este partido, que tem as mesmas politicas económicas que a extrema-esquerda, não representa uma alternativa”, afirmou Sarkozy a um canal de televisão logo após as urnas terem fechado, segundo a Bloomberg.

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As eleições deste domingo tiveram lugar em 2.052 cantões em França, cada um selecionando dois representantes, um homem e uma mulher. O nível de abstenção é inferior ao esperado, resultando em resultados “triangulares” em um terço dos cantões, isto é, com três candidatos a passarem à segunda ronda no próximo domingo.

“Esta noite, a extrema-direita, mesmo com uma votação elevada, não foi a primeira força política em França. Congratulo-me com este resultado porque me envolvi pessoalmente. Quando nós mobilizamos a sociedade, quando mobilizamos os franceses, isso tem um resultado”, disse o primeiro-ministro Manuel Valls, do Partido Socialista.

Manuel Valls declarou que a falta de definição do partido de Sarkozy, nem à esquerda nem à direita, é uma “falha moral e política”. No domingo, Sarkozy apelou a que “nos distritos onde os nossos candidatos não estiverem presentes na segunda ronda, a UMP não apela ao voto nem pela Frente Nacional, com quem não temos nada em comum, nem pela esquerda, cuja politica nós combatemos”, afirmou o jornal francês Le Monde.

Apesar de não ter provocado o terramoto político que tinha prometido, ao quedar-se como segunda força política dos departamentos, Marine Le Pen usou o Twitter para se congratular pela votação obtida este domingo, que é a mais alta jamais obtida pela Frente Nacional.

“Franceses, obrigado por alimentarem a chama da esperança por uma França livre e orgulhosa”, escreveu Le Pen

Sarkozy, por seu lado, considerou que o resultado foi a demonstração massiva de reprovação do povo em relação aos socialistas que “não pararam de mentir acerca dos impostos, taxas, segurança e educação”, bem como sobre o estado da economia e o desemprego. Mas garantiu que não haverá alianças com a Frente Nacional.

Na segunda ronda, o equilíbrio de poder será rebalanceado caso a UMP ganhe nos 30 departamentos previstos pelas sondagens mais otimistas, tornando-se no partido maioritário em 70 conselhos municipais, afirma o jornal francês Le Figaro.

A segunda volta das eleições departamentais realiza-se no próximo domingo.