O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) disse este domingo que “em média”, ao longo dos dez dias de greve dos pilotos da TAP e da Portugália, foram cancelados 50% dos voos “originalmente planeados”. “Em termos de balanço, o SPAC apurou que, em média, ao longo destes dez dias de greve, foram cancelados cerca de 50% de todos os voos originalmente planeados e aderiram à greve 85% dos pilotos associados do SPAC”, vinca o sindicato em nota enviada esta tarde às redações.
A greve na TAP e Portugália decorre desde 1 de maio, prolonga-se até este domingo e os pilotos e o SPAC, enaltece o sindicato, “demonstraram a sua resiliência” no cumprimento da greve. Em dezembro, o Governo e a TAP “pretenderam iludir o SPAC e os pilotos, ratificando um acordo que mais tarde se veio a verificar não garantir a preservação nem o cumprimento dos acordos de empresa (…) na eventualidade da privatização do Grupo TAP”, sinaliza o SPAC.
E o sindicato prossegue: “Assim, este processo de privatização em concreto não oferece as necessárias garantias de estabilidade e de continuidade do nível de emprego, das condições de trabalho, retributivas e de carreira subjacentes aos acordos de empresa em vigor, que os pilotos e o SPAC consideram vitais para os seus interesses futuros”.
O SPAC e os pilotos, continua o texto, “vão desenvolver todas as diligências necessárias e suficientes para congregar forças alargadas que se oponham a este opaco e desastroso processo de privatização”. “Oportunamente” serão convocadas as assembleias de empresa “visando refletir e ratificar a prossecução deste rumo”, é dito também.
Os pilotos convocaram a greve por considerarem que o Governo não está a cumprir o acordo assinado em dezembro de 2014, nem um outro, estabelecido em 1999, que lhes dava direito a uma participação de até 20% no capital da empresa no âmbito da privatização.
Na sexta-feira, numa conferência de imprensa em Lisboa, o SPAC remeteu para uma próxima assembleia-geral a decisão de convocar uma nova greve e realçou que os custos de um acordo com a TAP são inferiores aos do impacto desta paralisação.
Hélder Santinhos, dirigente daquela estrutura sindical, realçou que os custos da greve são na casa dos 30 milhões de euros e as exigências feitas pelo sindicato ao Governo e à TAP representam 6,5 milhões de euros por ano.