O braço-de-ferro dura há demasiadas semanas e o fim pode ser precipitado pela situação da banca grega. Alguns economistas, citados pela Bloomberg, dão um prazo máximo de sobrevivência de três semanas, nestas condições, aos bancos gregos. Tudo porque o dinheiro restante na banca pode não ser suficiente para servir de garantia aos empréstimos de emergência pedidos junto do BCE.

Com a fuga de depósitos, os credores usam cada vez mais as garantias junto do Banco Central Europeu e, dizem alguns analistas, a linha de emergência da instituição de Mario Draghi pode esgotar-se num prazo de três semanas. Caso isso aconteça, a banca grega poderá entrar em insolvência.

“O ponto em que a garantia vai esgotar está próximo”, escreveram os analistas do JP Morgan numa nota aos clientes. Para estes analistas, a pressão de liquidez que Alexis Tsipras já sente, bem como a pressão do sistema bancário e as negociações pendentes na União Europeia podem levar a uma solução para o país no final de maio, início de junho.

De acordo com os analistas, o BCE pode alterar as condições para a Grécia ao abrigo da Linha de Emergência (ELA – Emegency Liquidity Assistance) e essa alteração levar a nova fuga de depósitos nos bancos gregos. O fim do jogo para a Grécia pode estar assim perto do fim e foi assumido por Yves Mersch, do BCE, que disse numa entrevista a uma radio do Luxemburgo: “Estamos no fim do jogo. Esta situação não é sustentável”.

Esta situação acontece numa altura em que o governo de Alexis Tsipras mantém o braço-de-ferro com os parceiros europeus. Ainda a semana passada, Tsipras garantiu que não vai ultrapassar as linhas vermelhas, o que é o equivalente a dizer que não cede em algumas das reformas pedidas pelos parceiros. Tsipras deixou na altura a “eu quero assegurar ao povo grego que de forma alguma o governo vai recuar na recusa de cortes de pensões e salários”.

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