Rebekah Brooks, ex-diretora do Sun e do News of the World, foi considerada inocente no caso de escuta e acesso indevido a telefones em que estava acusada. Já Andy Coulson, que lhe sucedeu no cargo editorial e mais tarde foi contratado por David Cameron como chefe de comunicação do seu gabinete, foi considerado culpado, aguardando agora que o tribunal determine a pena de prisão. O primeiro-ministro já pediu publicamente desculpa por ter contratado Coulson.

Rebekah Brooks está livre, enquanto Andy Coulson vai enfrentar pena de prisão. É este o resultado do julgamento que decorre há oito meses no Reino Unido e visa apurar responsabilidade no acesso de jornalistas e editores do grupo News International (detido por Rupert Murdoch e que é dono de jornais como o The Sun e do extinto News of the World) a escutas e conteúdos de telefones de várias personalidades, entre elas membros do governo.

Coulson foi diretor do News of the World entre 2003 e 2007, demitindo-se na sequência do envolvimento de um jornalista com escutas ilegais. Poucas semanas depois de sair do jornal, Coulson foi convidado por Cameron para integrar o seu gabinete de comunicação, tendo exercido essas funções até 2011, altura em que o escândalo das escutas generalizadas no News of the World rebentou, acabando por forçar o encerramento do jornal e se tornar um embaraço público para o grupo News International .

Cameron já disse que se arrepende “profundamente” de ter contratado Coulson. “Foi obviamente errado ter-lhe dado emprego, dei a alguém uma segunda hipótese e isso foi errado”, admitiu o primeiro-ministro britânico, que se comprometeu a pedir desculpas quando estas acusações surgiram e caso Coulson fosse considerado culpado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Coulson sempre alegou não saber nada sobre as escutas, tendo admitido em tribunal que afinal tinha tido acesso ao voicemail de David Blunkettem em 2004, quando este exercia funções equivalentes a ministro da Defesa e Administração Interna no governo de Tony Blair. O ex-diretor do jornal que mais vendia em Inglaterra foi considerado culpado de não só conspirar para aceder ilegalmente a dados e conversas de telefones de terceiros, como também de saber da prática comum de escutas no jornal que dirigia.

Rebekah Brooks é uma das figuras mais mediáticas do caso e do panorama jornalístico inglês, tendo esta terça-feira sido considerada inocente de conspiração para aceder a dados de telemóveis e escutas, conspiração para corromper funcionários públicos e obstrução à justiça.