Acaba junho e começa julho com Vénus e Júpiter “de mão dada”. Os dois planetas têm vindo a aproximar-se durante o mês de junho e esta terça e quarta-feira estarão tão juntos quanto possível (conjunção). Pelo menos aos olhos de quem está na Terra. Na verdade, os dois planetas estão a 670 milhões de quilómetros no sistema solar, mas agora aparecem bem próximos e em alinhamento com a estrela Regulus – a estrela mais brilhante da constelação Leão. Nem o brilho da Lua quase cheia os ofusca.
Júpiter está a quase 630 milhões de quilómetros da Terra e Vénus a cerca de 41 milhões de quilómetros, mas mostram-se tão brilhantes que só a Lua os supera em brilho no céu noturno de julho. O planeta dedicado à deusa do amor vai estar tão brilhante este mês que pode mesmo ser visível durante o dia, por volta das 16h30 (hora de Lisboa), apesar da competição com o Sol. “Estará mais brilhante que o céu azul”, indica o Observatório Astronómico da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (OAL).
Vénus e Júpiter podem ser vistos na constelação Leão, a oeste, até por volta das 23h30, pelo menos no início do mês. Saturno está visível a sudeste, na constelação Balança, durante grande parte da noite. Já Mercúrio aparece de manhã, ao crepúsculo, olhando para este, mas só até dia 18. Úrano e Neptuno também estarão visíveis no céu matutino, mas só para quem os observar com telescópio – um na constelação Peixes, o outro na constelação Aquário, respetivamente.
A 12 de julho começa a chuva de meteoros noturna das δ Aquáridas, que parecem sair de um ponto na constelação que lhe dá o nome – Aquário. A intensidade máxima será a 28 de julho, com cerca de 20 meteoros por hora, mas a Lua cheia dia 31 poderá tornar mais difícil a observação. Ainda assim terá até dia 19 de agosto para tentar ver esta “chuva de estrelas”. “Como esta constelação só começa a nascer depois da meia-noite a sudeste, as observações deverão iniciar-se na segunda metade da noite”, aconselha o OAL.
Ainda assim, as chuvas de meteoros noturnas são mais fáceis de observar do que as diurnas, como Ariétidas, ζ Perseidas ou β Táuridas. Como agravante “tanto a constelação Carneiro, como Perseu e Touro [de onde parecem nascer cada uma das chuvas de meteoros] encontram-se próximas do Sol, e isso faz com que estas chuvas de meteoros sejam [ainda mais] difíceis de ver a olho nu”, refere o OAL. Talvez consiga ver alguns meteoros cadentes uma hora antes do amanhecer, mas o período de visibilidade destas chuvas de estrelas está a chegar ao fim – Ariétidas a dia 2 e ζ Perseidas a dia 5, só β Táuridas é que dura até dia 18.
A chuva de meteoros Perseidas, resultante do cometa Swift-Tuttle, começa ainda este mês, a 17 de julho, mas o pico de atividade será durante o mês de agosto.