Os elevados níveis da dívida grega e o historial pouco sólido da aplicação de reformas do governo impossibilitam que o Fundo Monetário Internacional (FMI) participe num terceiro resgate ao país liderado por Alexis Tsipras. A notícia, que coloca em risco o próximo programaé avançada pelo Financial Times, que teve acesso ao documento apresentado pelos técnicos do fundo ao conselho de administração.

Houve esta quinta-feira uma reunião de duas horas do conselho de administração do FMI, escreve o Financial Times, e foi apresentado nessa reunião o relatório “estritamente confidencial” dos técnicos. O relatório admite que o conselho de administração se disponibilize para participar nas negociações em curso. Mas o conselho de administração não poderá participar num novo programa e essa decisão não poderá ser revista nos próximos meses, talvez nem mesmo antes do final do ano, escreve o FT.

A participação do FMI nas negociações em curso só poderá ter como objetivo certificar-se que o novo resgate é desenhado de uma forma consistente com “aquilo que o Fundo tem em mente”, acrescenta o jornal.

Fica fora de questão que o FMI atinja um “acordo ao nível do staff nesta fase”. Só no futuro, numa segunda fase, é que a situação pode mudar. O que é preciso de acontecer para isso? Só depois de a Grécia “aceitar um conjunto abrangente de reformas” e de os credores europeus “aceitarem um alívio da dívida”.

No texto chamado “Alexis Tsipras cedeu. Mais alguém terá de ceder: FMI ou Berlim“, o Observador debruçou-se sobre este impasse entre os credores europeus e o FMI, que pode empatar o avanço das negociações para o terceiro resgate, já que a Alemanha se recusa a levar ao parlamento alemão um resgate sem que o FMI participe.

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