As empresas internacionais, para se implementarem noutro país, têm sempre muito em que pensar. Mas na China há algo de essencial, sem o qual o sucesso não é provável: a escolha do nome.
Traduzir um nome para mandarim requer uma grande ginástica: é que a língua tem muitas palavras, cujos sons se assemelham. Escolher um nome que soe parecido ao original, e que transmita bem a identidade da empresa, torna-se assim um desafio difícil, mas sem o qual o sucesso pode ruir.
É que os nomes ingleses, por exemplo, podem ter um significado totalmente diferente em mandarim. As palavras “alto” e “café”, por exemplo, são pronunciadas da mesma forma: “gao”. E se isto já pode dar origem a muitos enganos, imagine-se uma tradução literal do nome de uma marca inglesa.
Não faltam exemplos de empresas a escolher com grande cuidado o nome com que se apresentam na China. Veja-se a Coca-Cola, um dos casos onde a adaptação foi mais feliz: passou a “Kekou Kele”, que não só se assemelha ao nome original, como em chinês significa “divertimento delicioso”. Ou a Nike, que na China é “nai ke”, o que em mandarim se traduz como “resistência e perseverança”.
O mesmo acontece com os bancos, que, para atrair os cidadãos mais ricos da China, escolhem um nome que em mandarim sugira riqueza e prosperidade. A Goldman Sachs, por exemplo, chama-se na China “Gao Sheng”, que significa “altamente próspero”. E o banco londrino HSBC é conhecido na China como “Hui Feng”, cuja tradução literal é “abundância reunida”.
O CEO da Labbrand, uma companhia que ajuda as empresas estrangeiras a ser bem sucedidas na China, também não tem dúvidas e corrobora, à CNN, a importância da escolha de um nome adequado. Vladimir Djurovic não tem dúvidas: “É importante o nome estar próximo do público-alvo, e ser [de compreensão] acessível”. E pode levar ao sucesso ou… ao insucesso.