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Queen Elizabeth II Visits Berlin
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Isabel II de visita a Berlim, a 24 de junho de 2015. A rainha com a Tiara das Raparigas da Grã Bretanha e Irlanda e um conjunto de colar e brincos com rubis

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Isabel II de visita a Berlim, a 24 de junho de 2015. A rainha com a Tiara das Raparigas da Grã Bretanha e Irlanda e um conjunto de colar e brincos com rubis

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As histórias do guarda-joias da rainha: os diamantes são eternos e as pedras vieram de todo o mundo

As impressionantes joias de Isabel II são também peças da História e com histórias. Entre o brilho e a beleza das pedras e dos metais preciosos escondem-se memórias de família e símbolos da nação.

(Este artigo foi inicialmente publicado em fevereiro de 2022. É atualizado agora após a morte de Isabel II esta quinta-feira, 8 de setembro de 2022)

No guarda-joias da rainha Isabel II estão peças de joalharia, heranças de família, símbolos nacionais e reais e muitas memórias. São, por tudo isto, objetos de valor incalculável. A durabilidade dos metais e das pedras preciosas permite permite-lhes atravessarem gerações e manterem o seu brilho, independentemente de quem as usa, e ainda carregarem imenso simbolismo em cada escolha. Ao longo de 70 anos de reinado, Isabel II tem usado muitas peças de uma vasta coleção, às tiaras juntam-se colares, brincos, pulseiras e as suas adoradas pregadeiras. Além de serem joias impressionantes, cada uma delas tem uma história para contar, por isso abrimos o guarda-joias da rainha e fomos saber um pouco mais sobre algumas destas peças.

O casamento da jovem princesa Isabel com Filipe Mountbatten em novembro de 1947 prometia ser um momento de alegria nacional. Afinal, tratava-se da herdeira do trono do Reino Unido e o país tinha acabado de sair de uma guerra. Tudo estava preparado para que o dia fosse perfeito, mas nessa manhã a tiara que a noiva tinha escolhido usar teve um percalço. Segundo conta a Tatler, sem saber que a tiara era também um colar, a princesa tocou sem querer no fecho — sorte que os joalheiros da coroa, a casa Garrard, arranjaram prontamente uma solução. Perante o susto, a mãe manteve a calma e lembrou a noiva que havia ainda duas horas para resolver o problema e também muitos outros exemplares que poderia usar. Mas a princesa Isabel estava decidida a usar a tiara Fringe da rainha Mary.

Future Queen Marries

A princesa Isabel e Filipe de Mountbatten no dia do seu casamento, em 1947

Corbis via Getty Images

A joia representava o “qualquer coisa emprestada” que manda a tradição e, além disso, tratava-se de uma peça de família que naquele momento pertencia à mãe e antes havia pertencido à avó, a rainha Mary. A peça era, originalmente, um colar e foi um presente da rainha Victoria para a então princesa Mary, quando esta se casou com o futuro rei Jorge V, em 1893. A rainha Mary mandou transformar o colar de 46 barras de diamantes numa tiara em 1919, e a Garrard tornou-a na tiara estilo kokoshnik que hoje conhecemos. Esta peça foi também usada no casamento pelas princesa Ana e princesa Beatriz, respetivamente, filha e neta, da rainha Isabel II.

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A tiara que veio da Rússia e o colar para ir à Índia

A peça em causa tem o nome da sua primeira dona, a Grand Duquesa Vladimir, tia do czar Nicolau II da Rússia e é uma obra do joalheiro da corte russa, Bolin. Quando o país entrou em guerra no início do século XX, a família real tentou fugir e a Grand Duquesa foi a última Romanov a abandonar a Rússia, contudo, ao fugir perdeu o rasto à sua joia. Segundo um artigo da revista Tatler, saiu do país pela mão de Albert Stopford, um antiquário britânico e amigo da família especialista em Fabergé e Cartier, que retirou do cofre da aristocrata no palácio 224 joias (entre elas a tiara) que levou com ele para Inglaterra. Depois da morte da Grand Duquesa, em 1920, foram vendidas para ajudar os filhos e, entre os membros da realeza que as compraram, está a rainha Mary, que adquiriu a tiara Vladimir. O modelo original contava com pérolas em forma de pêra penduradas no centro dos arcos de diamantes, mas a nova proprietária, uma apaixonada por joias, mandou acrescentar um mecanismo que permitisse trocar as pérolas por 15 esmeraldas suas. A rainha Isabel II herdou-a da avó quando esta morreu. E usou a tiara com muita frequência ao longo da sua vida, nas três versões.

O colar Delhi Durbar com pendente Cullinan VII conta com nove esmeraldas que pertenciam à duquesa de Cambridge, a avó da rainha Mary (que por sua vez é a avó da rainha Isabel II). Os dois pendentes são uma esmeralda e um diamante, parte do diamante Cullinan. Este colar faz parte de um conjunto de joias que a rainha Mary encomendou à casa Garrad para usar na Delhi Durbar, uma espécie de assembleia realizada na cidade indiana de Deli, para assinalar a sucessão de imperador da Índia, quando o país ainda fazia parte do império britânico. Aconteceu três vezes, nos anos de 1877, 1903 e 1911. Tanto a tiara como o colar, puderam ser apreciadas pelo público durante uma exposição dedicada aos 80 anos da rainha Isabel II que esteve patente no Palácio de Buckingham, durante a abertura ao público no verão de 2006.

O Cullinan é o maior diamante já encontrado (na África do Sul, em 1905) e foi dividido em nove partes (mais 96 pequenos brilhantes), todas pertencem à Coroa britânica, estão colocadas em diferentes joias e os nomes são a sua numeração de I a IX.

The Queen And Senior Royals Attend The Commonwealth Heads Of Government Meeting - Day Two Summer Opening Of The State Rooms At Buckingham Palace

A rainha Isabel II num encontro da Commonwealth em Malta, em 2015. A tiara Grand Duquesa Vladimir em exposição no palácio de Buckingham, em 2006

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As pedras da cor da água do Brasil

A propósito da coroação da rainha Isabel II, em 1953, o Brasil ofereceu à jovem monarca um conjunto de joias com diamantes e aquamarinas composto por um colar e um par de brincos. Quatro anos mais tarde a rainha encomendou à casa Garrard uma tiara a condizer com estas joias, em platina e também com diamantes e aquamarinas. Em visita ao Brasil, em 1968, recebeu do Governador de São Paulo mais uma joia com as pedras azuis e mandou acrescentá-las à tiara. Este conjunto conta, atualmente, também com uma pulseira e uma pregadeira. É um verdadeiro parure, palavra francesa que define um conjunto de joias a condizer. A rainha usa estas peças com muita frequência e, quando os reis de Espanha visitaram o Reino Unido, em 2017, Isabel II usou o vistoso conjunto, que esteve em exibição nas Salas de Estado do Palácio de Buckingham, bem como outras joias e peças de roupa da rainha, durante a abertura ao público naquele verão de 2006.

State Visit Of The King And Queen Of Spain - Day 1 Queen Elizabeth II Dresses & Jewels Exhibition Queen Elizabeth II USA Tour Day Six Queen Elizabeth II Dresses & Jewels Exhibition

O conjunto de joias com aquamarinas: a rainha numa receção que ofereceu aos reis de Espanha em 2017 e em Washington em 2007. As joias com aquamarinas em exposição no palácio de Buckingham, em 2006

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Pedras vermelhas e inspirações longínquas

A tiara Oriental Circlet é uma peça muito especial, desenhada pelo príncipe Alberto, que a encomendou à casa joalheira Garrard, para oferecer à mulher, a rainha Victoria. O príncipe era um grande apreciador de arte e design e esta é apenas uma das joias que desenhou. A inspiração para esta peça foi a arte e joalharia indianas patentes na Grande Exposição de 1851, que aconteceu em Londres. A joia ficou pronta em 1853 e, inicialmente, as pedras coloridas eram opalas, que o príncipe apreciava especialmente. Contudo, a pessoa que herdou a joia foi a nora da rainha Victoria, a princesa Alexandra, que não gostava de opalas e mandou substituí-las por rubis. A mesma passou para as sucessivas gerações da família, caindo nas graças da rainha mãe, que a usou várias vezes ao longo da vida, desde 1937.

A história da tiara de Rubis Birmaneses começa em 1947, quando a rainha recebeu do povo da Birmânia 96 rubis como presente de casamento. Mas só em 1973 recorreu à casa Garrad, joalheiro da coroa, para esta tiara a partir das pedras.

Visit To Malta By Queen Elizabeth Ii & The Duke Of Edinburgh Queen At Covent Garden

A rainha com joias com rubis de visita a Malta em 2005 e numa gala em Covent Garden durante o seu Jubileu de Prata, em maio de 1977

UK Press via Getty Images

Os diamantes são eternos e muito brilhantes

O Colar da Coroação faz conjunto com um par de brincos e as três peças foram feitas para a rainha Victoria. A monarca recebeu como presente o pendente do colar, o diamante Lahore, em 1851, e a peça conta com mais 25 diamantes a envolver o pescoço. As três rainhas consortes que se seguiram usaram estas joias nas coroações dos maridos: em 1902, a rainha Alexandra (só usou o colar); em 1911, a rainha Mary; e em 1937, a rainha Isabel (rainha mãe). Isabel II usou o conjunto na sua coroação em 1953.

O acessório de cabeça tradicional russo kokoshnik tornou-se uma fonte de inspiração para a joalharia europeia no século XIX. É o caso desta tiara Kokoshnik da Rainha Alexandra, composta por 61 barras preenchidas com 488 diamantes, que pode ser usada como colar. Foi feita pela casa Garrard em 1888 a pedido da Ladies Society, em nome de 365 nobres do Reino Unido, para oferecer à rainha Alexandra, quando esta ainda era princesa de Gales, pelo 25º aniversário do seu casamento com Eduardo VII.

State Opening A Royal Welcome Exhibition Opens At Buckingham Palace

A rainha e o príncipe Filipe na abertura do Parlamento da nova Zelândia em 1954. O Colar e os Brincos da Coroação e a pregadeira de Laço Dorset da rainha Mary em exibição em Buckingham, em 2015

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O diadema para usar nos caminhos de ida e volta do parlamento

O Diadema de Diamante foi criado pela casa Rundell Bridge & Rundell em 1820 para a coroação do rei Jorge IV. Crê-se que o rei alugou os diamantes da joia, prática habitual na altura, mas, segundo contado no site do Royal Collection Trust, a conta desta joia foi incluída nas despesas da coroação e chegou ao escritório de Lord Chamberlain, o que leva a crer que o rei terá comprado pessoalmente a joia. No dia da sua coroação, o monarca terá usado o diadema sobre um chapéu de veludo estilo espanhol.

State Opening Of Parliament Procession Press Preview Of Diamonds Exhibition At Buckingham Palace To Celebrate The Queen's Diamond Jubilee

A rainha a caminho do Parlamento em 2005 e o Diadema de Diamante (que a rainha está a usar) na exposição Diamonds: A Jubilee Celebration, em Buckingham, em 2012

Tim Graham Photo Library via Get

Como o rei morreu sem sucessão (a única filha já tinha morrido) a trono passou para o seu irmão, que se tornou o rei William IV, e foi a mulher deste, a rainha Adelaide, que ficou com o diadema e começou a tradição do uso feminino desta peça, que ainda se mantém. Esta joia conta com 1333 diamantes em corte brilhante, incluindo um diamante amarelo, assentes em emblemas nacionais de Inglaterra, Escócia e Irlanda: rosas, cardos e trevos. A rainha Isabel II usa esta joia, tradicionalmente, no caminho de ida e volta para a abertura anual do Parlamento, desde a primeira vez que o fez, em 1952, no parlamento usa a Imperial State Crown (Coroa imperial do Estado). Também usou o diadema no caminho para a sua coroação, em 1953.

A Coroa do Estado Imperial não pertence propriamente ao guarda-joias da rainha, mas já que falamos de cerimónias no Parlamento e em joias extraordinárias, porque não referir esta peça tão especial. A coroa foi criada em 1937 para a coroação do rei Jorge VI, o pai da rainha Isabel II, mas é inspirada numa coroa feita para a rainha Victoria em 1838. Além de todo o simbolismo que carrega, esta peça consiste numa moldura em ouro onde estão incrustados 2868 diamantes em corte brilhante, 17 safiras, 11 esmeraldas e 269 pérolas e ainda algumas pedras muito especiais com nome próprio, como por exemplo, o diamante Cullinan II que brilha na parte da frente da coroa. Atenção, não confundir esta coroa com a da coroação, a coroa de St. Edward, pois essa remonta a 1661, é dourada e só é mesmo utilizada nas coroações.

State Opening Of Parliament

A rainha Isabel II e o príncipe Filipe na abertura do Parlamento em maio de 2005

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As tiaras que Kate escolheu

A tiara Halo ficou famosa em 2011 porque foi a escolha de Kate Middleton para o dia do seu casamento como o príncipe William, mas esta joia data de 1936 e vai já na sua terceira geração na família real. O pai da rainha encomendou a tiara à Cartier em 1936 para a oferecer à mulher, a princesa Isabel, que a usou uma única vez antes de, três semanas depois se tornarem os novos reis, Jorge VI e a rainha consorte Isabel. A primogénita do casal, a atual rainha Isabel II, recebeu-a como presente de aniversário pelos seus 18 anos, em 1944. Embora nunca tenha sido vista em público com ela, outros membros da família usaram-na fazendo com que não perdesse o brilho, como a rainha mãe, a princesa Margarida e a princesa Ana. A tiara chama-se Halo por que cria a ideia de um halo de luz sobre a cabeça e para todo este brilho são precisos 739 diamantes em corte brilhante mais 149 em corte baguete.

A tiara Cambridge Lover’s Knot (tiara do nó dos amantes de Cambridge) é uma joia feita pela Garrard entre 1913 e 1914, a pedido da rainha Mary (avó da rainha Isabel II). No entanto, a joia que temos visto Kate Middleton usar desde 2015 é uma réplica de uma tiara que a avó da rainha Mary teve e a monarca encomendou uma nova joia à imagem da antiga. A sua avó era duquesa de Cambridge e daí vem o nome da tiara. Em 1953, com a morte da rainha Mary, a joia passou para a rainha Isabel II, que a usou muitas vezes, mas, na verdade, foi a princesa Diana que a popularizou. Consta que a princesa gostava muito de pérolas e seria por isso que gostava tanto da tiara. Já Kate, embora se pense que a usa em homenagem à sogra, é provável que a use por ser ela própria a atual duquesa de Cambridge. A joia conta com 19 pérolas orientais suspensas de nós, que parecem laços, em diamantes.

Royal Wedding - Carriage Procession To Buckingham Palace And Departures The Duke & Duchess Of Cambridge Attend Evening Reception For Members of the Diplomatic Corps

Duquesa de Cambridge com tiaras da rainha: com a tiara Halo no seu casamento em 2011 e com a Tiara do nó dos amantes de Cambridge, numa receção ao corpo diplomático no Palácio de Buckingham, em 2018

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Joias coloridas em visita ao estrangeiro

A fotografia da esquerda foi tirada durante a visita da rainha Isabel II a Portugal, em março de 1985, num banquete em Lisboa. Estas joias são conhecidas como conjunto de joias de ametista da coroa e é composto por um colar, uma pregadeira e um par de brincos. Também pode ser referido como as ametistas de Kent, uma vez que pertenceu, originalmente, à duquesa de Kent, a mãe da rainha Victoria. Na fotografia da direita, de visita a Praga em 1996, a rainha usou o conjunto vitoriano de safiras e diamantes, num banquete e completou com uma tiara também de safiras e diamantes. O conjunto composto por colar e brincos data de 1850, daí o seu nome, e foram um presente de casamento para a princesa Isabel (atual rainha) do seu pai, em 1947. A tiara, por seu lado, foi encomendada pela própria rainha Isabel II em 1963 para condizer com as outras joias.

Queen Elizabeth II in Portugal wears a necklace and brooch o Queen Prague Banquet

A rainha de vista a Portugal, em 1985, e de visita a Praga, em 1996

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As tiaras preferidas de Camilla

A Tiara Greville tem este nome porque pertenceu a Margaret Greville. Esta dama da alta sociedade era filantropa e uma colecionadora de joias. Conta a Town & Country que Margaret era filha de um magnata da cerveja e da sua amante. Casou com o aristocrata Ronald Greville, membro da Casa de Marlborough e, mesmo tendo ficado viúva 17 anos depois de casar, continuou a manter a sua vida ativa de socialite. Era amiga próxima da rainha Mary, gostava muito da sua nora, a futura rainha Isabel (rainha mãe), a quem deixaria as suas joias quando morreu em 1942, sem filhos. Serão cerca de 60, entre as quais esta tiara Greville que, na verdade, é uma criação da casa Boucheron de 1921. A rainha mãe usou-a várias vezes e a rainha Isabel II passou-a como longo empréstimo à duquesa da Cornualha quando esta se casou com o príncipe Carlos, em 2005. Encontra-se entre as preferidas de Camilla, talvez por ter pertencido à madrinha da sua avó. Margaret Greville era muito amiga da amante do rei Eduardo VII, que era também a bisavó da atual duquesa da Cornualha e foi mesmo madrinha da avó da duquesa, Sonia Keppel.

A Tiara Delhi Durbar foi encomendada pela rainha Mary à casa Garrard para usar na celebração da coroação do seu marido, o rei Jorge V, em Deli, como novo imperador da Índia. Esta celebração tem o nome de Durbar, e vem daqui o nome da peça e, segundo conta a Tatler, estes reis foram os primeiros a estar presentes nesta celebração, a 12 de dezembro de 1911. Como as joias da coroa do estado imperial da Grã-Bretanha não podiam sair do país, foi criada uma nova joia para a rainha usar. Esta peça tem 675 diamantes, chegou a ter os diamantes Cullinan III e IV e, inicialmente, tinha também 10 esmeraldas (esmeraldas de Cambridge) que a rainha herdou dos seus pais, os duques de Cambridge. Contudo, mais tarde a rainha Isabel (rainha-mãe) iria usar essas pedras numa nova joia. A rainha Isabel II herdou a tiara Delhi Durbar, mas nunca a usou em público. A duquesa da Cornualha, pelo contrário, já se atreveu com aquela que é, provavelmente, a maior tiara da coleção real.

The Prince Of Wales And Duchess Of Cornwall Visit Sri Lanka - Day 2 Norwegian Royal Visit To The United Kingdom

A duquesa da Cornualha com a tiara Greville no Sri Lanka, em 2013 e com a tiara Delhi Durbar em Londres numa receção oferecida à família real da Noruega, em 2005

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A “tiara da avó”

Na verdade chama-se Tiara of Girls of Great Britain and Ireland (Tiara das Raparigas da Grã Bretanha e Irlanda) e é a tiara que a rainha usa na imagem de abertura deste artigo. Foi um presente de casamento do Comité das Raparigas da Grã Bretanha e Irlanda para a rainha Mary em 1893, que na altura era ainda princesa Victoria Mary de Teck. As raparigas da alta sociedade da época juntaram-se e angariaram fundos para comprar esta joia na casa Garrard (a joalheira oficial da Casa Real durante muitos anos), que a rainha Mary, avó da rainha Isabel II, haveria de oferecer à sua neta como presente de casamento, em 1947. Peça em prata e diamantes composta por duas partes, é afetuosamente conhecida como “tiara da avó”. No tempo da rainha Mary, a tiara contava com pérolas nas pontas verticais, mas esta mandou retirá-las para colocar na tiara Cambridge Lover’s Knot, a tiara que a duquesa de Cambridge costuma usar, atualmente. Esta foi uma das joias em exibição na exposição “Diamonds: a Jubilee Celebration”, que esteve patente no palácio de Buckingham em 2012, quando a rainha celebrou o seu Jubileu de Diamante (60 anos no trono).

Press Preview Of Diamonds Exhibition At Buckingham Palace To Celebrate The Queen's Diamond Jubilee Buckingham Palace Marks Queen's 60th Wedding Anniversary Cartier: The Exhibition Media Preview

A tiara Delhi Durbar na exposição Diamonds, em 2012. A tiara das Raparigas da Grã Bretanha e Irlanda na exposição 'Royal Wedding: 20 November 1957', em 2007. A Halo numa exposição da Cartier, em 2018

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Dois colares

O Colar do Jubileu de Ouro da Rainha Victoria foi um presente de um comité de senhoras aristocratas para a monarca em 1887, como celebração dos 50 anos do seu reinado. A rainha gostou muito do presente e declarou esta joia, com diamantes e pérolas (e com a particularidade de ter uma peça ao centro em forma de coroa), como herança da Coroa. A rainha Isabel II herdou-a em 1952 e usou-o nesse mesmo ano na abertura do parlamento. Ao longo do seu reinado já o usou várias vezes neste mesmo evento, bem como em outras ocasiões de gala.

O Colar Nizan de Hyderabad foi um presente de casamento de Nizam de Hyderabad, ou seja, do chefe do Estado de Hyderabad, para a rainha, em 1947. O Estado foi abolido no ano seguinte, hoje é a cidade capital do estado de Telangana, na Índia. O monarca era, na altura, um dos mais ricos do mundo e um ávido colecionador que convidou a princesa Isabel a escolher o que mais gostasse na Cartier — a escolha recaiu, segundo o The Court Jeweller, numa tiara floral e neste colar, ambos em diamantes e com motivos florais. A tiara, por seu lado, foi desmontada em 1973 e os seus diamantes foram utilizados na tiara de rubis birmaneses (também neste artigo). O colar data de 1935 e chegou a pertencer a outra pessoa, mas a Cartier readquiriu a peça. A rainha usou-o várias vezes e, mais recentemente foi a duquesa de Cambridge quem o usou num evento, em 2014, em Londres.

Queen Jewels Royalty - Queen Elizabeth II State Visit to Estonia

A rainha de visita à Suiça, em 1980, e de visita à Estónia em 2006

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Pregadeiras com um valor sentimental e familiar especial

A rainha tem uma vasta coleção de pregadeiras e este é um acessório/joia que a monarca usa regularmente. As suas escolhas não são apenas relativas aos formato ou cores das peças, mas também ao seu significado pessoal e nacional. De entre muitas, escolhemos apenas quatro que têm, seguramente, um lugar de destaque no guarda-joias da rainha. A pregadeira Cesto de Flores foi um presente que os pais da rainha lhe ofereceram quando o príncipe Carlos nasceu, em 1948. A joia tem diamantes, rubis e safiras e um grande valor sentimental. A pregadeira da Rosa Centenária foi uma encomenda especial da rainha Isabel II para oferecer à mãe no seu 100º aniversário, em 2000, e tem muito significado. Ao centro, pintada à mão, encontra-se a Rosa Rainha Isabel Grandiflora, criada especialmente em honra da coroação da atual rainha, em 1953. A joia foi feita pelos joalheiros G. Collins & Sons e conta ainda com uma moldura de 100 diamantes, alusivos ao número de anos da aniversariante. Depois da morte da mãe, a rainha herdou a peça e tem-na usado várias vezes.

A pregadeira Príncipe Alberto foi um presente do príncipe para a sua noiva, a rainha Victoria, na véspera do seu casamento. A noiva decidiu usá-la no vestido de noiva. A joia em ouro com diamantes e uma grande safira tinha tal significado para a monarca que esta deixou-a como herança da coroa no seu testamento, passando assim para os monarcas que se seguiram e, de facto, todas as rainhas a têm usado desde então. A rainha Isabel II usa-a com muita frequência e é um símbolo de continuidade. A pregadeira Scarab foi um presente do príncipe Filipe em 1966 e é uma obra do designer britânico Andrew Grima, que foi revolucionário para a joalharia do país na década de 1960. Nesse ano, o designer  ganhou o Prémio Duque de Edimburgo para Design Elegante. Esta peça em ouro é adornada por rubis e diamantes. A rainha usou esta pregadeira nos retratos que comemoraram os 70 anos de casamento do casal, em 2017.

The Queen, Duke of Edinburgh, The Prince of Wales and Duchess of Cornwall Visit Cardiff Max Mumby - Archive Royal Ascot 2019 - Day Two Queen And Duke Tour Cancer Research Institute In Cambridge

A rainha com o Cesto de Fores na universidade de Cardiff, em 2016; com a Rosa Centenária em Ascot, em 2012; com a pregadeira do príncipe Alberto em Ascot, em 2019; com a Scarab em Cambridge, em 2007

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