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As lições do 11 de Setembro em três perguntas

A resposta ao 11 de Setembro foi adequada ou há risco de um novo ataque? Foram os EUA que criaram a al-Qaeda e os talibãs? Qual o impacto na geoestratégia global? Ensaio de Bruno Cardoso Reis

Recordo-me de onde estava no dia 11 de Setembro de 2001. Tinha estado em Nova Iorque uns meses antes, e não visitei as Twin Towers porque estava um dia muito chuvoso, achei que ficaria para dias mais solarengos. Nesse dia estava num almoço em Lisboa e, mesmo sem som, reconheci o perfil inconfundível das torres. Comecei por ficar com a esperança de que um pequeno avião tivesse chocado com as Twin Towers por acidente. Saí convencido de que a al-Qaeda e Bin Laden tinham cumprido a ameaça da sua declaração de guerra santa aos EUA e seus aliados, no início de 1998. Era um ataque com a marca al-Qaeda: vários alvos simultâneos e grande mortandade. Não estou sozinho em recordar-me bem desse dia: segundo uma sondagem recente, nos EUA mais de 90% dos norte-americanos com mais de 30 anos recordam-se perfeitamente onde estavam nessa data trágica.

É fundamental hoje, vinte anos depois, não esquecer que esta foi a primeira vez que civis foram mortos nos EUA por um agressor externo desde 1812! É verdade que tinha havido o ataque japonês a Pearl Harbour, em Dezembro de 1941. Mas na época o Havai ainda era um território ultramarino. E nesse ataque os japoneses causaram menos mortos do que no 11 de Setembro, 2.402 mortos e quase todos militares. No caso dos ataques da al-Qaeda a Nova Iorque e a Washington, D.C. os atentados visaram causar deliberadamente o maior número possível de mortos civis, foram 2.977.

O ataque foi, portanto, um enorme choque para a maioria dos norte-americanos, inclusive para muitos dos seus decisores políticos. Tanto mais quanto nessa década, depois do fim da Guerra Fria, prevalecia a narrativa do “Fim da História”. Supostamente, o Mundo abraçava o modelo político e económico dos EUA e aceitava a sua liderança. Subitamente, os norte-americanos foram forçados a perceber que afinal a segurança não estava garantida, e uma grande concentração de poder tende a gerar grandes inimigos. A globalização não era definitivamente o mesmo que ocidentalização e podia trazer a morte e não apenas o progresso. Portugal tem sido felizmente poupado a um ataque terrorista mortífero durante estas duas décadas. Por isso, é fundamental não subestimar o choque, o horror causado por este tipo de ataques a que temos sido, felizmente, estranhos.

A resposta ao 11 de Setembro foi adequada ou há risco de um novo ataque?

Em parte sim, tanto assim é que não voltou a haver um novo ataque numa escala semelhante. Em parte não, nomeadamente o objetivo anunciado por George W. Bush de acabar com o terrorismo seria sempre tão ilusório como acabar com o crime. Mas antes de desenvolver a resposta a esta questão convém sublinhar que nenhum presidente dos EUA poderia, em 2001, ter deixado de responder a estes ataques que visaram matar o máximo número de norte-americanos. Já tinham sido feitos ataques aéreos contra bases da al-Qaeda, usando mísseis, durante o mandato de Bill Clinton, em resposta a outros ataques contra as embaixadas norte-americanas no Quénia e na Tanzânia, em 1998, e o USS Cole, em 2000. Tinham sido manifestamente insuficientes para parar a al-Qaeda.

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A resposta norte-americana e dos seus aliados assentou essencialmente em três pilares. Um primeiro pilar, militar, visou eliminar a existência de santuários seguros para estes grupos terroristas mais ameaçadores para o Ocidente. Foi isso que justificou a intervenção norte-americana no Afeganistão, em Outubro de 2001, depois de os talibãs se terem recusado a entregar Bin Laden. Ou contra o Daesh na Síria, no Iraque, na Líbia, a partir de 2014. Um segundo pilar da resposta consistiu num reforço de cooperação entre polícias e serviços de informação nacionais e estrangeiros no combate ao terrorismo. Procurou-se, nomeadamente, corrigir uma cultura institucional e legal que criava uma barreira estrita entre segurança interna e segurança externa e sancionava a partilha de informações. Recorde-se que a guerra surda entre a CIA e o FBI tinha impedido a circulação de informação vital para contrariar o 11 de Setembro. Um terceiro pilar teve a ver com o reforço dos mecanismos de vigilância, mas também de segurança de infraestruturas críticas e de controlo de dinheiro e de viajantes, com vista a limitar ao máximo a capacidade de ação dos terroristas.

O ataque às Torres Gémeas foi um enorme choque para a maioria dos norte-americanos, inclusive para muitos dos seus decisores políticos

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Tendo em conta isto, é possível a repetição de um atentado como o 11 de Setembro? Seria irresponsável e complacente dizer que não seria possível. É verdade que não voltou a haver um atentado na mesma escala nestes últimos vinte anos. Mas não foi por falta de vontade. É verdade que a pressão militar dos EUA e seus aliados, levou a que a liderança da al-Qaeda esteja em grande parte morta ou inutilizada. O grupo teve, por isso, de se dividir em filiais. Abriu-se também espaço para emergirem outros grupos rivais, em particular o Daesh. Estes grupos são tão ou mais sangrentos e indiscriminados nos seus ataques do que a al-Qaeda original, mesmo que nem todos continuem a dar igual prioridade aos ataques a alvos ocidentais. Com exceção do Daesh, entre 2014-2018, na Síria e no Iraque, não conseguiram controlar de forma continuada um território vasto e relativamente seguro de onde pudessem organizar ataques em grande escala. É por isso que estes santuários representam um risco enorme. É por isso que o ataque ao Afeganistão talibã, em 2001, que acolhia e protegia a al-Qaeda, não teve a oposição de nenhum país que me recorde. Era um evidente ato de legítima defesa.

Porém, não há sistemas sem falhas. E os terroristas estão sempre à procura de novas vulnerabilidades e novos vazios de poder. Mais, as mudanças que permitiram reforçar o combate ao terrorismo verificaram-se sobretudo em países desenvolvidos e ricos que sofreram ataques terroristas significativos. Portanto, há muitos países no Mundo ainda muito vulneráveis ao terrorismo. Mesmo no caso de Portugal, algumas mudanças foram feitas, mas outras não – por exemplo, quanto à interceção de comunicações. E o sistema português de combate ao terrorismo nunca foi testado por um ataque terrorista significativo.

É fundamental, em todo o caso, não deixar criar novos santuários que permitam a estes grupos florescer, como sucedeu no Iraque depois de 2011, com a emergência do Daesh. Mesmo que seja necessário encontrar modalidades eficazes e sustentáveis para o fazer. É fundamental ir avaliando infraestruturas críticas e colmatar vulnerabilidades que os terroristas procuram constantemente explorar. É importante, por exemplo, aproveitar as lições da pandemia para melhorar a resposta a ameaças biológicas e químicas.

Por vezes, vemos alegar-se que é mais provável morrermos numa queda na banheira do que num ataque terrorista. Mas se tivesse havido muitos mais ataques na escala do 11 de Setembro essa comparação estatística provavelmente estaria em questão.

Claro que também é fundamental não exagerar. Mas é difícil. Um dos objetivos dos grupos terroristas é precisamente provocar uma retaliação excessiva que os legitime. Por vezes, vemos alegar-se que é mais provável morrermos numa queda na banheira do que num ataque terrorista. Mas se tivesse havido muitos mais ataques na escala do 11 de Setembro essa comparação estatística provavelmente estaria em questão. E, em todo o caso, a nossa reação a um ataque deliberado ou a uma morte acidental é justificadamente diferente. Não conheço ninguém que exija ao Estado que resolva o problema das quedas nas banheiras. Mas é normal exigir-se ao Estado garantias de segurança para o normal funcionamento da nossa vida em comunidade, pois é uma das suas tarefas fundamentais.

Isto não significa que nesta resposta estatal ao terrorismo não haja aspetos que possam ser criticados. Há quem aponte uma militarização excessiva da resposta. Ou que o Iraque foi um alvo errado em 2003, acabando por gerar mais terrorismo. Há quem aponte excessos em termos de vigilância e interceção de comunicações. Em última análise, cabe-nos também a todos nós, no quadro de uma cidadania madura, assumir opções difíceis no combate ao terrorismo transnacional. Queremos maior liberdade, mais garantias, aceitando um maior risco de ataques? Ou queremos um menor risco de ataque aceitando mais vigilância, mais poderes para o Estados? Queremos mais intervenções militares no exterior ou aceitamos um maior risco de criação de santuários terroristas? Devemos optar, estando cientes que risco zero é algo que não existe, nem mesmo numa ditadura.

Foram os EUA que criaram a al-Qaeda e os talibãs?

Não é verdade. Mas é típico da propaganda dos grupos terroristas apostar na desinformação, e em culpar as suas vítimas. Nem por isso deixa de ser espantoso ver uma líder partidária, como Catarina Martins, dar eco a esta desinformação, alegando relativamente aos talibãs, que esse ““regime vil” era aliado dos EUA e por estes foi financiado”, numa delirante resposta a um pertinente editorial de Manuel Carvalho. Convinha que não valesse tudo em nome do antiamericanismo.

Até se pode criticar os EUA por, no período inicial de existência dos até aí desconhecidos talibãs, em 1995-1996, e na continuação dos seus esforços tímidos de mediação e pacificação do país, não terem percebido logo a natureza do movimento e todas as suas implicações ameaçadoras. Não conheço qualquer base documental para afirmar que o governo dos EUA algumas vez tivesse apoiado ativamente os talibãs. Nunca os financiou, armou, nunca sequer os reconheceu diplomaticamente. E um tema central dos contactos com o grupo, nos anos imediatamente antes de 2001, foi a tentativa de alcançar um acordo que levasse à expulsão da al-Qaeda e à prisão de Bin Laden, impedindo-o de continuar a organizar ataques.

A grande intervenção externa de apoio dos talibãs foi do Paquistão, cujas Forças Armadas têm a sua própria agenda e prioridades estratégicas. Nomeadamente, querem manter o Afeganistão afastado da Índia e incapaz de reclamar as zonas fronteiriças paquistanesas habitadas por pashtuns. Esta estratégia paquistanesa tem, em certos momentos, convergido com os EUA. Foi assim durante a ocupação soviética do Afeganistão. Mas, desde o final da presença militar soviética, não tem cessado de divergir. O Paquistão, e em particular os serviços de informações militares, foram os grandes patrocinadores dos talibãs desde o seu início. E esse apoio é indispensável para explicar a resistência armada dos talibãs ao longo destes vinte anos face às tropas ocidentais e dos seus aliados afegãos. É sabido, aliás, que, desde 2001, a liderança talibã estava no Paquistão.

Um tema central dos contactos dos EUA os talibãs, antes de 2001, foi a tentativa de alcançar um acordo que levasse à expulsão da al-Qaeda e à prisão de Bin Laden

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Quanto à al-Qaeda, ela foi criada em 1988, no final do período da resistência contra o golpe comunista e a invasão soviética do Afeganistão – os eventos responsáveis por mergulharem o país no caos e na violência. Criada por Bin Laden, esta organização visava apoiar os fundamentalistas árabes que se tinham voluntariado para combater ao lado da resistência afegã. Um dos especialistas no tema da relação entre a CIA e a al-Qaeda, Steve Coll, e frequente crítico das opções norte-americanas, afirma taxativamente que Bin Laden não teve quaisquer contactos com a CIA. Os grandes promotores da vinda desta vaga de voluntários fundamentalistas para o Afeganistão foram os serviços secretos da Arábia Saudita e do Paquistão. Hoje é possível dizer que os EUA deviam ter evitado isso? Sim. Mas é duvidoso que, mesmo que o tivessem tentado, tivessem sido bem sucedidos.

O problema central deste tipo de narrativa é que reduz o resto do Mundo a meros peões e vítimas do Ocidente em geral e dos EUA em particular. Ora, há muitos atores e Estados por esse mundo fora com a sua própria agenda, com prioridades próprias para defender, e fazem-no, por vezes, em convergência com os EUA, noutros casos opondo-se a eles. Em todo o caso, afirmar que os decisores norte-americanos deveriam ter estado mais preocupados com os potenciais problemas que estas redes de voluntários fundamentalistas poderiam trazer é muito diferente de dizer que a al-Qaeda ou os talibãs foram uma criação dos EUA. Estes grupos, na verdade, são um bom exemplo das possibilidades e dos riscos das guerras por procuração. Este é um dos dados fundamentais da geoestratégia atual: o peso dos conflitos indiretos. Numa era nuclear em que os conflitos diretos e totais entre grandes potências se tornaram praticamente suicidas, há uma forte tendência para a aposta em confrontos indiretos, no apoio a grupos armados que façam mossa ao inimigo, sem ser fácil responsabilizar diretamente o Estado que os patrocina.

Qual o impacto do 11 de Setembro na geoestratégica global?

Para terminar, uma pergunta do tamanho do mundo. Tendo em conta a complexidade do tema é evidente que são possíveis respostas muitos diferentes. Há quem defenda que nada de essencial mudou, e que, aliás, o terrorismo nunca muda nada importante. Para mim, o 11 de Setembro é um forte desmentido desta tese de que o terrorismo é sempre um fenómeno secundário na segurança internacional. Desde logo, ele marcou o arranque de uma vaga de terrorismo, essencialmente transnacional e predominantemente alimentado pelo fanatismo do fundamentalismo islâmico salafista, que é um dado central na segurança global até hoje.

Um segundo impacto evidente do 11 de Setembro foi levar os EUA a mudar as prioridades da sua política externa e de defesa. E, nomeadamente, voltou a reforçar, e muito, o seu investimento em novas capacidades militares. Isso pode ter levado a uma excessiva militarização da sua ação externa. Mas também resultou numa transformação e modernização muito significativa das Forças Armadas dos EUA. Foi assim com o desenvolvimento de novos sistemas de armas, como os drones. Foi assim com a enorme expansão das forças especiais. Foi assim com o desenvolvimento das informações em sentido amplo. As Forças Armadas dos EUA e dos seus aliados são hoje mais expedicionárias, mais integradas, mais experientes em combate. E tudo isto vale alguma coisa face à China.

Uma forma simples de colocar esta questão é perguntar: quem ganhou passado vinte anos? Talvez muitos se sintam tentados a responder que foi precisamente a China. Afinal, em 2001, o então Presidente George W. Bush, tinha prometido deixar-se de nation building e dar prioridade à contenção da China. Porém, pensar que Bush podia ter simplesmente ignorado o 11 de Setembro, ou realizado mais um ataque com mísseis, seria esquecer que a política não é só racionalidade e que o inimigo tem um voto. Aliás, que força em termos global teriam os EUA se fossem vistos como incapazes de reagir devidamente a um ataque na escala do 11 de Setembro?

É claro que estamos a assistir a um período de retraimento estratégico dos EUA. A erosão militar sofrida pelos EUA no Iraque e no Afeganistão explica em parte essa opção de retraimento. Seria, porém, errado pensar que esta tendência continuará, inevitavelmente e sem limites, no futuro.

Claro que se pode levar este exercício contrafactual mais longe. E se o 11 de Setembro tivesse sido impedido a tempo? Mesmo nesta eventualidade, não é evidente que existisse há vinte anos um consenso amplo e forte nos EUA no sentido de conter fortemente a ascensão chinesa, que então era ainda muito discreta e apenas se começava a sentir na dimensão económica. E, nessa dimensão, setores muito influentes nos EUA, a começar pelo lobby empresarial, continuaram a defender a China como uma enorme e atrativa oportunidade de negócio até há poucos anos. A ideia de uma contenção militar da China também fazia pouco sentido em 2001. Nessa época, a China ainda era militarmente muito mais fraca do que os EUA. Foi só a partir da crise financeira de 2008, e sobretudo da ascensão de Xi Jinping ao poder, em 2012, que a China começou a assumir uma postura mais afirmativa e, por vezes, algo agressiva. Só em 2017 abriu a sua primeira base militar no exterior – no Djibuti. Ora, desde essa altura – mesmo com o Afeganistão – começaram a acentuar-se os esforços de contenção pelos EUA, com o anúncio de Obama do famoso pivot para o Pacífico.

Mais, então como hoje, parece-me um erro pensar que os EUA podem conter a ascensão da China como potência global – seja económica, seja militar – apenas ou até principalmente no Extremo Oriente. A China está cada vez mais presente em todas as regiões do Mundo. Não faz sentido os EUA concentrarem-se apenas no Mar do Sul da China e nos seus arredores. Do ponto de vista da contenção da China até é possível argumentar que seria estrategicamente interessante uma presença militar norte-americana no Afeganistão, desde que a custo baixo.

É, por fim, notável os EUA terem sido capazes de fazer tudo isto, inclusive cometer muitos erros dispendiosos no Afeganistão e Iraque, sem que tal afetasse grandemente a sua enorme e dinâmica economia. Se os EUA não investiram mais durante estas duas décadas na sua própria infraestrutura foi porque não existiu um consenso político nesse sentido, e não por falta de recursos. A grande fragilidade estratégica atual dos EUA, que se tem acentuado muito nos últimos anos, não foram as guerras no Iraque ou no Afeganistão, foi a extrema polarização política interna na América. Os grandes impérios caem, essencialmente e primeiro, por dentro.

Dito isto, a forma como os EUA retiraram do Afeganistão tem um impacto inevitável, no curto prazo, em termos da perceção de eficácia e de fiabilidade norte-americana. Alimenta tensões no interior da Aliança Atlântica porque os europeus se sentiram marginalizados em todo o processo. Mas o seu impacto a médio prazo na crescente competição global com a China não é tão claro quanto possa parecer. Por um lado, os EUA ficam menos limitados nas suas opções. Os europeus não têm uma boa alternativa, certamente não a curto prazo, à NATO. E a China ou a Rússia podem estar satisfeitas com o rápido colapso do regime pró-ocidental afegão e a humilhação que tal representou para os EUA, mas também têm razões para se sentirem preocupados. Há o risco de os talibãs não terem os meios ou a vontade para controlar efetivamente o conjunto do território afegão e este se transformar novamente num foco de instabilidade e em novo santuário para grupos extremistas – inclusive uigures ou chechenos – que podem afetar negativamente os interesses bem próximos de Pequim ou de Moscovo.

Para terminar, é claro que estamos a assistir a um período de retraimento estratégico dos EUA. A erosão militar sofrida pelos EUA no Iraque e no Afeganistão explica em parte essa opção de retraimento. Seria, porém, errado pensar que esta tendência continuará, inevitavelmente e sem limites, no futuro. Pode ser que sim, pode ser que não. O 11 de Setembro é um exemplo perfeito do grande peso que têm na história acontecimentos imprevisíveis. Sem dúvida que os EUA cometeram erros. Um dos mais evidentes no Afeganistão foi terem subestimado o inimigo e o apoio que recebia do Paquistão, e terem apostado em líderes afegãos incompetentes e corruptos. Outro foi terem mudado repetidamente de prioridades estratégicas em calendários demasiado curtos, sendo muitas delas demasiado ambiciosas. Mas a China também não é infalível e tem fragilidades. Teremos de ver que surpresas o futuro nos reserva.

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