A Apple terá tido as suas razões para não chamar aos novos smartphones os iPhone 12S, seguindo a alternância tradicional. Saltou diretamente para o iPhone 13 mas, desde a aparência até às principais funcionalidades, as novas versões anunciadas esta terça-feira trouxeram poucas novidades em relação aos 12, os modelos anteriores – poucas novidades mas várias evoluções, incluindo o primeiro iPhone com um terabyte de armazenamento que será o iPhone mais caro de sempre em Portugal. E sobre os outros produtos da Apple? Afinal, houve novos iPad, mas não houve auriculares AirPod, exatamente o contrário do que se previa.

A versão mais cara do novo iPhone, entre as quatro que esta terça-feira foram anunciadas, vai custar 1.859 euros em Portugal, segundo os preços da loja da Apple. Além disso, nenhum destes novos equipamentos vem incluído com um carregador ou auriculares. Portanto, o preço vai ainda subir mais.

O modelo vai chamar-se iPhone 13 Pro Max e tem 6,7 polegadas (medidas na diagonal) – e na versão com o tal terabyte terá o tal preço de venda ao público de 1.859 euros. No ano passado, o iPhone mais caro de todos (o iPhone 12 Pro Max 512GB) custava 1.629 euros na altura do lançamento. E em 2019 o “smartphone” mais caro da Apple lançado nesse ano ficava por 1.679 euros – era o iPhone 11 Pro Max. No ano anterior, em 2018, o mais caro custava exatamente os mesmos 1.679 euros.

[Ouça, no podcast abaixo, a opinião de Francisco Jerónimo, vice-presidente da IDC, sobre os novos equipamentos revelados esta terça-feira]

Evento da Apple sem “nada totalmente desruptivo”, mas com “melhorias importantes”

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Mas para quem 128gb é suficiente, pode ter exatamente o mesmo dispositivo por 1.279 euros. É uma diferença de quase 600 euros só por ter maior capacidade de armazenamento. Sabendo-se que a memória (flash) está longe de ser a componente mais cara que está dentro dos smartphones, não admira que a Bloomberg News tenha escrito recentemente que cobrar um prémio nas versões com maior armazenamento é “a arma secreta da Apple” para maximizar a rentabilidade do seu principal produto.

Quanto vai custar o novo iPhone?

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Vai custar 829 euros o novo iPhone 13, na sua versão mais barata – que já terá capacidade de 128gb. O mais caro? O Pro Max com 1 terabyte de espaço de armazenamento custa 1.859 euros, mas o mesmo “smartphone” com 128gb fica-se pelos 1.279 euros.

É possível reservar a partir das 13h de 17 de setembro e estará disponível a 24 de setembro, segundo o site português da Apple.

A capacidade de armazenamento, porém, torna-se mais importante aos olhos dos consumidores porque só dessa forma se pode tirar amplo partido das novas funcionalidades que cada nova versão traz – sobretudo as novidades ao nível da captação e edição de vídeo. Conheça as principais.

Ambição dos iPhone 13 Pro e Pro Max? Apple diz são capazes de “mudar a linguagem do cinema”

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“O iPhone mais Pro de sempre”. A frase é de Tim Cook, o presidente executivo da Apple, e estranho seria se as versões Pro dos iPhone 13, as que têm componentes mais rápidos e avançados, não fossem assim. A empresa diz também que têm a “melhor bateria de sempre”. O que fica de fora? O preço, que é o mais caro de sempre para a nova versão de um terabyte que só encontra nestes modelos, como já referimos. Mesmo assim, há câmaras melhoradas que vão cativar qualquer aspirante a realizador de filmes — vão “mudar a linguagem do cinema”, diz a marca — e poucas diferenças entre as duas versões.

A única diferença entre os dois modelos é o tamanho dos ecrãs — 6,06 polegadas no Pro e 6,68 polegadas no Pro Max — e a autonomia da bateria. Em comunicado, a Apple não entra em grande detalhe sobre quantas horas de autonomia têm as novas baterias, referindo apenas que “duram até um dia” ou mais “duas horas e meia” do que os 12. Quanto ao restante, são bastante semelhantes e estão ambos equipados com o poderoso novo processador A15.

Relativamente à câmara fotográfica — o ponto forte destes modelos –, o Pro e o Pro Max têm lentes grande angular com abertura ƒ/1.5 e sensores 1.9 µm pixéis que permitem filmar e fotografar até em ambientes com pouca luz. Além disso, os telemóveis trazem também os sensores de estabilização de imagem introduzidos com os iPhone 12 Pro para filmes sem solavancos não desejados, promete a Apple.

Outra das novidades relativamente à câmara fotográfica destas versões é o zoom ótico “telephoto” de 77mm. O que é que isto quer dizer? Da mesma forma que a Huawei, a Samsung ou a Oppo introduziram no mercado nos últimos anos lentes que fotografam quase microscopicamente, agora a Apple quer tentar oferecer o mesmo (“alta definição até dois centímetros de distância, diz a empresa”).

O foco nas câmaras também levou a Apple a afirmar que melhorou a gravação de vídeo em 4K e HDR — disponível nas duas versões –, que depois podem ser vistos nos ecrã Super Retina XDR com taxas de atualização até 120Hz. Na prática, se tiver um telemóvel destes na mão, vai ver as imagens a mexerem de forma bastante fluída.

Por fim, chegamos ao que os telemóveis ainda fazem: chamadas. Para isso, os dois equipamentos permitem aceder às redes 5G (ainda não disponíveis em Portugal) e estão preparados para que os leve para qualquer lado graças a uma resistência melhorada às poeiras, salpicos e quedas — IP68 (o máximo neste tipo de produtos). Outras funcionalidades como o desbloqueio facial Face ID ou a utilização de inteligência artificial para a otimização do sistema, agora com o chip A5 Bionic, continuam presentes nestes equipamentos.

Ficou de fora um regresso da tecnologia TouchID, um modo de desbloqueio do “smartphone” que alguns utilizadores preferem em detrimento do FaceID, sobretudo numa época em que as máscaras faciais continuam a fazer parte da vida de todos.

Os iPhone 13 Pro e Pro Max têm preços de entradas que começam nos 1.179 euros e 1.279 euros, respetivamente, em Portugal (versões de 128gb de memória, o novo mínimo).

iPhone 13 e 13 Mini. Os novos modelos que mostram que a Apple não é supersticiosa

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Os fãs dos iPhone para quem basta um investimento mais comedido do que as versões Pro (e Pro Max) podem optar pela versão-base – o iPhone 13 – ou o aparelho de menores dimensões, o iPhone 13 Mini. A diferença está apenas nisso mesmo, nas dimensões: 6,1 polegadas (diagonais) no iPhone 13 e 5,4 polegadas no Mini.

Tanto um como outro têm, tal como os Pro Max, o “escudo cerâmico” que ajuda a fazer com que, segundo a Apple, estes sejam os “smartphones com ecrã de vidro mais robustos do mercado”.

Como demonstrou o jovem estafeta que percorreu, num dos vídeos promocionais, algumas ruas de Lisboa, “os dois modelos têm um rating de resistência à água de IP68, concebidos para resistir a derrames de líquidos comuns”.

Lisboa na apresentação dos novos iPhone 13

Ao contrário dos modelos Pro Max, porém, os “simples” iPhone 13 (e iPhone 13 Mini) têm apenas duas câmaras traseiras – dispostas diagonalmente. Quanto à bateria, graças ao novo processador A15 Bionic é possível extrair mais uma hora e meia de bateria no iPhone 13 Mini e mais duas horas e meia no iPhone 13.

Apesar de estes modelos trazerem várias novidades, mantém algumas características, como o visual achatado introduzido com os iPhone 12. Mesmo assim, ficou de fora o ecrã “Always On”, um modo de visualização de informação no ecrã com baixo consumo de energia que há noutros smartphones e chegou a ser referido como uma provável nova característica para os novos iPhone deste ano.

O iPhone 13 Mini começa nos 829 euros, em Portugal, com 128GB de memória (que passou a ser o novo mínimo). Já o iPhone 13 começa nos 929 euros na versão de 128GB, mas pode ir até aos 1.279 euros se o utilizador precisar de 512GB de armazenamento físico no dispositivo.

O Apple Watch Series 7 tem um ecrã maior e é mais resistente

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Pode parecer impossível, mas a Apple garante que conseguiu. A nova série dos Apple Watch – a sétima – vai colocar um teclado QWERTY no pulso de quem os usar, graças ao ecrã que terá mais 20% de área útil. Será preciso, porém, esperar até “ao outono” para os poder comprar.

O Apple Watch 7 tem duas versões disponíveis, com 41 milímetros e com 45 milímetros. As margens foram reduzidas para 1,7 milímetros, 40% menos do que as da série anterior – o que também ajuda a aumentar a área útil, não só para poder colocar lá o teclado mas, também, para aumentar a quantidade de texto que cabe no ecrã, em cada momento.

Outra melhoria é que, quando o pulso está em baixo, o ecrã Always-On (sempre ligado) oferece 70% mais de brilho em ambientes interiores, permitindo ver as horas discretamente sem ter de ligar o dispositivo.

A Apple acrescenta que este é o Watch “mais resistente do que nunca”, melhorando a robustez do ecrã “sem comprometer a clareza ótica”. Tem classificação IP6X de resistência à poeira – útil em locais como a praia ou o deserto. Por outro lado, para os nadadores, tem um “excelente desempenho” debaixo de água – classificação WR50.

E mais uma nota: promete-se uma bateria para um dia inteiro – 18 horas – com carregamento mais rápido. Só não há ainda é data de lançamento ou preço esperado para Portugal.

Os wearables são um negócio de 30 mil milhões de dólares para a Apple, por ano, o que inclui os Apple Watch mas, também, os Air Pods e alguns dos auscultadores da Beats. Alguns analistas que acreditam que daqui a poucos anos essa área de negócio poderá valer 100 mil milhões de dólares.

Há um novo iPad com botão e uma versão Mini com ecrã de canto a canto

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Nos últimos dois anos, a Apple apresentou novas versões com ecrãs de canto a canto e novos processadores do iPad Air e do iPad Pro. O que faltava? Novas versões dos tablet iPad Mini — que quase parece um iPhone Max Max (a repetição é propositada) — e da versão base, chamada apenas de iPad. Foram apresentadas esta terça-feira.

Na prática, este iPad é uma atualização de componentes dos antigos iPad — “um aumento de performance de 20%”, como refere a empresa. Mantém o botão físico de menu — agora é o único modelo que o tem — e utiliza o processador A13 Bionic. Há um ecrã Retina de 10,2 polegadas e aumentou a capacidade de armazenamento: 64GB (em vez de 32GB). Há também uma nova câmara frontal de 12 megapíxeis a pensar em vídeochamadas e a adição do Center Stage, uma opção que centra automaticamente o utilizador num vídeo.

Por fim, o iPad Mini com um visor de 8,3 polegadas sofreu a maior alteração de visual. Tem um ecrã de retina sem botões frontais ou entalhes no topo, uma câmara frontal com 12 megapíxeis e possibilidade de usar o Center Stage. O dispositivo conta também com o processador A15 Bionic e vai ter também uma versão com acesso a rede 5G. Apesar de contar com o iPadOS, o sistema operativo para tablets da Apple, é quase como se fosse um iPhone com um ecrã maior.

O iPad Mini conta ainda com uma entrada USB-C para carregamento rápido — uma novidade em relação ao anterior sistema lighting — e, apesar de não ter botões frontais, tem um sensor de impressão digital no botão lateral (como os iPad Air e Pro).

O iPad Mini começa nos 569 euros em Portugal e vai ser lançado a 24 de setembro. Já o novo iPad terá um preço inicial de 399 euros e chega ao mercado na mesma data.