Olá

862kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Ataque na Escola Básica da Azambuja aconteceu ao início da tarde desta terça-feira e fez seis feridos
i

Ataque na Escola Básica da Azambuja aconteceu ao início da tarde desta terça-feira e fez seis feridos

CARLOS MENDES/OBSERVADOR

Ataque na Escola Básica da Azambuja aconteceu ao início da tarde desta terça-feira e fez seis feridos

CARLOS MENDES/OBSERVADOR

Ataque na Azambuja. O alerta por WhatsApp, uma faca levada de casa e alunos com medo de regressar à escola

Ataque em escola da Azambuja, esta terça-feira, começou a chegar aos pais através do WhatsApp. Criança terá atacado "indiscriminadamente" e alunos têm agora medo de voltar às aulas.

A campainha que dá o sinal para os alunos da Escola Básica da Azambuja regressarem às salas de aulas, depois da hora de almoço, tinha acabado de tocar. Perto da biblioteca, as crianças corriam para as aulas quando o ataque começa. Em poucos minutos, ainda antes do alerta oficial da escola, o relato já estava a ser partilhado nos grupos de WhatsApp dos pais das crianças: um aluno de 12 anos tinha esfaqueado seis colegas. As notificações não paravam de chegar. “Comecei a ver nos grupos o que tinha acontecido e o meu filho também me ligou, em pânico“, conta ao Observador Patrícia Brilhante, mãe de um dos alunos.

“Isto foi um horror”. Aluno esfaqueia seis colegas em escola da Azambuja

Ainda dentro da escola, quando os pais já se apressavam para saber se os filhos estavam em segurança, a confusão instalava-se dentro do edifício tinha acontecido pouco antes. Alguns alunos ligavam aos pais, outros aos irmãos mais velhos. “Só queriam sair dali”, continua a relatar a mesma mãe, de 33 anos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Terão sido as crianças a dar o alerta às funcionárias da escola mais próximas, segundo apurou o Observador junto de várias testemunhas que estavam dentro da escola naquele momento. “Estava na secretaria e chegou lá um miúdo a contar o que tinha acontecido. A funcionária levantou-se em pânico e eu fui para a portaria e contei a outra funcionária que estava lá com uma mãe. As duas começaram a correr lá para dentro”, contou também ao Observador uma das testemunhas.

Carlos Mendes

Quando as funcionárias chegaram ao interior do edifício, já encontraram seis crianças, com idades entre os 12 e os 14 anos, com ferimentos provocados por um objeto afiado. Neste momento, uma das alunas feridas está internada no Hospital de Santa Maria, tendo sofrido ferimentos graves no tórax e na cabeça, mas sem correr perigo de vida. Outros quatro alunos foram encaminhados para o Hospital de Vila Franca de Xira — dois dos quais já tiveram alta — e um sexto foi tratado na própria escola, não tendo precisado de acompanhamento hospitalar. Todos receberam apoio psicológico.

Alunos pensavam que podia ser uma brincadeira

No meio do caos habitual de uma entrada para as aulas, em que os alunos corriam de um lado para o outro dentro do pavilhão colorido da Escola Básica da Azambuja, alguns ainda chegaram a pensar que os momentos a que estavam a assistir seriam parte de uma brincadeira. “Como está a chegar o Halloween, achei que não era a sério. Quando vi, não percebi o que estava a acontecer“, contou, já acompanhado dos pais, um dos alunos que no momento do ataque estava a sair do refeitório.

Mas era real. E o cenário que se construía à frente desta criança de 11 anos tinha começado com o ataque a outras crianças, minutos antes. “Percebi que era a sério quando começaram a gritar e a dizer que ela [vítima] tinha sangue nas costas”, acrescentou o mesmo aluno.

CARLOS MENDES/OBSERVADOR

Nesse momento, pelas 14h30, os gritos dos alunos e as corridas que aconteciam naquele pavilhão deixaram de ser os habituais e passaram a ser de pânico. “Ele começou a correr atrás de quem lhe aparecia pela frente”, continua o mesmo aluno. Aliás, segundo avançou durante a tarde desta terça-feira o presidente da Câmara da Azambuja, Silvino Lúcio, “conforme iam aparecendo colegas, ia atacando indiscriminadamente”. O jovem, filho de uma professora do agrupamento, terá sido travado por uma das funcionárias, que ainda sofreu ferimentos ligeiros.

Numa das intervenções que fez sobre o caso, o autarca da Azambuja recusou que a escola pudesse ser considerada problemática. Teria “um problema ou outro de bullying, mas coisas que se ultrapassam com psicólogos e com a direção da escola, não era nada complicada”, desvalorizou Silvino Lúcio.

Ataque planeado?

De acordo com a CNN, o jovem que esta terça-feira esfaqueou seis colegas terá premeditado o ataque. Durante a tarde surgiu a dúvida: a faca utilizada para ferir os colegas estava na escola ou o aluno levou-a de casa, uma vez que não tinha almoçado na escola e que a terá levado consigo depois de uma ida a casa? A mesma estação de televisão revela que a arma utilizada terá sido levada de casa, precisamente com o objetivo de magoar outros alunos. E os pais não terão tido conhecimento daquilo que o filho pretendia fazer. Além da faca, terá sido utilizado também um colete à prova de bala, que pertence ao pai, e que terá sido levado também sem o seu conhecimento.

A tese de que este ataque pode ter sido premeditado ganha mais força depois das palavras do presidente da Câmara Municipal da Azambuja, que disse também esta tarde aos jornalistas que a criança de 12 anos, autora do ataque, teria sofrido episódios de bullying.

A tese de que este ataque pode ter sido premeditado ganha mais força depois das palavras do presidente da Câmara Municipal da Azambuja, que disse também esta tarde aos jornalistas que foram identificados episódios de bullying, em que esta criança de 12 anos era a vítima.

A investigação está entregue à PJ, mas esta polícia não deverá contar com os registos da videovigilância para que possam ser vistas as imagens do momento em que as crianças foram atacadas. Como explicou também Silvino Lúcio, um grupo invadiu aquele agrupamento esta segunda-feira, “arrancou a cablagem” e “destruiu quase tudo”, incluindo o equipamento de vigilância.

As autoridades já interrogaram a direção da escola e as funcionárias que estavam a trabalhar durante o ataque. E o jovem também já foi ouvido pelos inspetores da PJ, uma vez que ficou no interior da escola durante toda a tarde desta terça-feira.

Aulas vão continuar normalmente, mas pais dizem ter medo

Depois do ataque, a direção desta escola garantiu que aquilo que aconteceu esta terça-feira “foi um ato isolado” — cenário que ainda está em investigação —, que a situação está “normalizada” e que as aulas vão continuar “normalmente” esta quarta-feira. Ainda assim, os pais não estão tão certos de que os filhos encarem com normalidade um regresso imediato à escola, depois de terem assistido a um episódio que pode ser traumático.

“Não sei se vem amanhã”, disse uma das mães que correu para a escola. Nas redes sociais, multiplicaram-se os medos e as dúvidas dos pais. “Quem garante que será normal?”, questionou uma mãe. “Foi uma cena que não irei esquecer tão cedo”, acrescentou. Outros relatam que são os filhos que dizem que não querem voltar ao pavilhão onde aconteceu o ataque: “O meu diz que não vai à escola“, refere uma das mães. “A minha também estava a dizer que não quer voltar à escola”, escreveu outra.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.