Só em 2020, no nosso País, foram diagnosticados 60 467 novos casos de cancro, número que tenderá a subir nos próximos anos, se se verificarem as previsões globais da Organização Mundial da Saúde. Mas se é verdade que um diagnóstico de cancro é muito difícil de receber, também se sabe que a ciência tem evoluído bastante e os tratamentos são, hoje, muito mais eficazes e dirigidos, aumentando a esperança de vida dos doentes de todo o mundo. O que também se sabe é que quanto mais – e melhor – informados estiverem os doentes oncológicos, os seus familiares, cuidadores e profissionais de saúde, tanto maior será a probabilidade de sucesso dos tratamentos. Isso mesmo é-nos dito por Ricardo Encarnação, diretor médico da Roche Portugal, segundo o qual, “cidadãos mais informados gerem melhor a sua saúde”. E esta é precisamente uma das justificações para o facto de aquela companhia farmacêutica manter ainda hoje, 15 anos depois do seu lançamento, o site Infocancro, uma plataforma que reúne informação credível e validada cientificamente sobre cancro.
Nas palavras do responsável, “o Infocancro nasceu em 2006 com o objetivo de ser a plataforma de referência para consulta de informação séria, fidedigna, científica e em linguagem clara sobre as doenças oncológicas”. Em 2022, o site não só “mantém o seu propósito”, como ainda o reforçou, tendo sido recentemente acrescentados ainda mais conteúdos, atualizando os anteriores. Por exemplo, entre as novidades do Infocancro, agora divulgadas na semana em que se assinala o Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, a 4 de fevereiro, Ricardo Encarnação destaca os conteúdos relativos ao carcinoma hepatocelular, “um tipo de cancro do fígado que até aqui não estava contemplado no site”.
Porque o cancro é a doença das perguntas que não acabam
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Criado pela Roche, o site Infocancro contribui para aumentar o conhecimento da população sobre doença oncológica, tendo atingido a marca das 150 mil visitas em 2021. Todos os conteúdos disponíveis são previamente validados do ponto de vista científico, podendo ser acedidos de forma livre e gratuita por qualquer pessoa, nomeadamente, doentes, familiares, cuidadores ou profissionais de saúde.
Entre as informações disponíveis no site incluem-se as causas do cancro, sintomas e tratamentos, diagnóstico e novidades científicas.Das atualizações agora levadas a cabo destaca-se a integração de conteúdos sobre como falar de cancro com crianças, o sofrimento emocional dos doentes e o papel dos psicólogos durante o processo de doença oncológica.
Ajudar a fazer as perguntas certas
Apesar de existir cada vez mais informação online sobre saúde, Ricardo Encarnação tem consciência de que “a ciência e a saúde são cada vez mais complexas”. Como tal, considera que “precisamos cada vez mais que todos – profissionais de saúde e utentes – compreendam e consigam caminhar nessa complexidade”, mas isso implica que a informação existente “seja comunicada de forma compreensível e que esteja acessível no momento certo”. Foi exatamente com o intuito de ajudar nessa caminhada que o Infocancro foi desenvolvido. Mas, como salienta, “a plataforma não se esgota aqui”, fornecendo também “informação e ferramentas para que as pessoas façam as perguntas certas junto dos seus médicos e profissionais de saúde nas suas consultas”. Ou seja, estando na posse da “informação certa”, o responsável acredita que as consultas acabam por ser “mais proveitosas para o doente, para o cuidador, para o médico, para a sociedade num todo”.
Mas isto não significa que tudo o que se encontra online seja fidedigno. Essa é, aliás, a razão por que muitos médicos desaconselham o recurso à Internet para procurar informação sobre doenças ou sintomas. Ricardo Encarnação percebe que “perante um diagnóstico, é natural que as pessoas procurem mais informação, que façam pesquisas no Google e em toda a Internet”. Porém, “nem sempre as fontes que se encontram são as mais credíveis, podendo criar confusão e uma maior angústia junto dos doentes e seus familiares”. Nesse sentido, realça que “é fundamental saber que as fontes que se consultam são credíveis, isto em todas as áreas e mais ainda na saúde”. Além disso, o diretor médico frisa ainda que “o Infocancro não pretende substituir a consulta ao profissional de saúde, mas sim complementá-la, dotando a sociedade da informação certa para também colocar as questões certas”.
Aumentar a literacia em saúde
Outro dos contributos do Infocancro acaba por se fazer notar ao nível da literacia em saúde. Isto é particularmente relevante num país como o nosso onde, de acordo com dados de um relatório do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa, cerca de 38% da população apresenta um nível de literacia em saúde considerado problemático. O médico considera que “promover e incrementar a literacia em saúde é determinante para que os cidadãos estejam aptos a tomar decisões adequadas”. Como tal, defende que “melhorar os níveis de literacia em saúde deve ser uma responsabilidade de todos os que trabalham no setor da saúde”, sendo este “um dos melhores contributos para um sistema de saúde mais sustentável”.
Explicando ainda a razão por que a Roche encara a aposta na literacia da população como um desígnio, o responsável sublinha que “existe evidência de que a literacia em saúde contribui para a promoção da saúde e para a prevenção da doença”. “Sabemos que prevenir é sempre melhor do que tratar”, reforça, acrescentando que “estaremos, com a literacia, a contribuir também para a eficiência no sistema de saúde”. Ainda a este propósito, lembra que “vários estudos apontam para que baixos níveis de literacia em saúde estejam ligados a um maior número de internamentos e a uma utilização mais frequente de urgências hospitalares, por exemplo”.
De todos para todos
O site Infocancro destina-se a ser consultado não só por doentes, mas também por familiares, cuidadores, profissionais de saúde, representantes de associações de doentes e de sociedades científicas. Ricardo Encarnação justifica a abrangência de públicos: “Perante um diagnóstico de doença oncológica, não é só o doente que fica exposto a desafios, o cancro é uma doença que afeta toda a família. Queremos que o Infocancro seja uma plataforma de todos e para todos.” Com efeito, a envolvência dos profissionais de saúde é determinante, pois “são uma chave para a promoção da literacia e todos têm um papel fundamental para ajudar os doentes a aceder e compreender melhor a informação, o que vai contribuir para que consigam também navegar melhor no sistema de saúde”.
Com 150 mil visitas ao site registadas só no ano passado, o que corresponde a uma média superior a 400 consultas diárias, o responsável pela área médica não duvida que tal é resultado do “trabalho sério” desenvolvido: “Estes números significam que estamos a fornecer informação de qualidade, compreendida por todos. Significa que não estamos a deixar ninguém para trás e que estamos a eliminar barreiras.” Exemplo disso mesmo é o facto de, na plataforma, serem disponibilizados diversos conteúdos em vídeo, com vista a “facilitar a compreensão e leitura dos temas, chegando a outras faixas da população”, sendo que deverão “continuar a tentar encontrar soluções que facilitem a compreensão”.
A Roche é uma das companhias farmacêuticas que mais tem investido, a nível mundial, no desenvolvimento de medicamentos e meios de diagnóstico inovadores na área do cancro, estando também profundamente empenhada em contribuir para uma população mais informada sobre a sua saúde. Com efeito, além do investimento no Infocancro, promove também, “com elevada frequência”, campanhas de comunicação de literacia em saúde sobre diferentes temas, desenvolve parcerias com hospitais e associações de doentes, e ainda promove as Bolsas de Cidadania, “uma iniciativa que procura essencialmente fomentar a participação dos cidadãos nos processos de decisão em saúde, a informação dos doentes sobre os seus direitos, assim como a sua participação nas decisões individuais de tratamento”, pormenoriza.