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Coimbra: uma bienal de arte que quer ser o AnoZero para o futuro

A Bienal AnoZero pisca o olho aos Brasil, revela obras de Paiva e Gusmão, Steve McQueen e Anna Boghiguian e abre caminho para que a cidade dos estudantes seja Capital Europeia da Cultura.

À mesa do famoso Café Santa Cruz, no centro histórico de Coimbra, Agnaldo Farias levanta a voz por entre o barulho de chávenas e conversas e explica que a arte contemporânea vive rodeada de “um excesso de teoria, no pior sentido”, o que “leva a um empobrecimento da interpretação”. Especialmente nos catálogos de exposições e na descrição das obras, “faz-se uso de categorias e conceitos abstratos que terminam menoscabando a produção artística”, afirma o especialista.

A conversa acontece na manhã em inícios de novembro, já depois da inauguração da Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra – AnoZero. Agnaldo Farias é professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, no Brasil, e foi convidado para curador-geral da iniciativa. Integrou mais duas pessoas na equipa: a portuguesa Lígia Afonso, professora e historiadora de arte, e o brasileiro Nuno de Brito Rocha, historiador de arte e arquiteto radicado em Berlim. Também eles se encontram à mesa do café, para explicarem os significados desta bienal que abriu a 2 de novembro e decorre até 29 de dezembro em 10 espaços da cidade de Coimbra. Estão representados 39 artistas, como a dupla portuguesa Pedro Paiva e João Maria Gusmão, o escultor e realizador britânico Steve McQueen (cujo filme “12 Anos Escravo” venceu três Óscares em 2014, incluindo o de Melhor Filme), a artista visual de origem arménia Anna Boghiguian (que esteve na Bienal de Veneza 2015), a coreógrafa e performer romena Alexandra Pirici, o escultor brasileiro José Spaniol ou ainda a fotógrafa polaca Joanna Piotrowska.

Ao mesmo tempo que critica o “excesso de teoria”, Agnaldo Farias destaca o catálogo da bienal AnoZero, um volume quase 400 páginas que ele considera um “documento duradouro, um outro campo para onde a bienal se espraia e que fica depois de a exposição acabar”. “Fugimos da fórmula dos textos teóricos e pedimos aos artistas que fizessem ensaios imagéticos e textuais para que o catálogo seja uma obra de referência”, sublinha o curador-geral. “Além disso, convidámos escritores para fazerem textos, desde o moçambicano João Paulo Borges Coelho até Peter Pál Pélbart, um filósofo húngaro radicado em São Paulo.”

Barcos abertos à interpretação

Pelos nomes e nacionalidades de artistas e autores convidados, torna-se claro que o AnoZero 2019 continua a ter um caráter experimental – o mesmo com que os organizadores se referem à edição de estreia, em 2015. As propostas são múltiplas e desconexas, apontam muitas direções, vêm das mais inesperadas geografias. E, no entanto, se fosse possível encontrar um denominador comum, bem se poderia dizer que muitas dessas obras falam de um mundo em convulsão e à deriva, o que é acentuado por objetos em forma de barco. Talvez representem os navios dos migrantes que atravessam o Mediterrâneo, talvez simbolizem a necessidade de ligar pessoas e países numa era digital de isolamento individual e isolacionismo político.

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Um desses barcos é de José Spaniol e encontra-se na Sala da Cidade, um edifício contíguo ao da Câmara Municipal, a poucos metros do café onde decorre a conversa dos curadores com o Observador. É um barco assente em longas estacas de bambu, elevado quase até ao teto, como objeto de devoção ou símbolo de naufrágio. “Plano elevado, improvável, desestabilizador e inatingível”, descreve o catálogo. A obra intitula-se “Sonhos de Outono”, foi desenvolvida para a Pinacoteca do Estado de São Paulo e apresenta-se na bienal  em nova montagem.

“A versão original era mais complicada, consistia em dois barcos suspensos”, explica Agnaldo Farias. “Pensei que este trabalho precisava de ser visto em Portugal, porque é bom. Um escritor português, já não sei quem, disse que escrever em português é como escrever na água, porque ninguém lê. O mesmo em relação às artes visuais: existem trabalhos invisíveis, que passam, que se esquecem. Trazer o Spaniol a Coimbra, manter o trabalho dele vivo, é por isso muito importante”.

Há mais embarcações no AnoZero. Por exemplo, a 20 minutos a pé da Sala da Cidade, na sede do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, perto das Escadas Monumentais da universidade, encontra-se uma canoa de Anna Boghiguian, enigmática criadora nascida no Egipto em 1946 e hoje representada na coleção do MoMA, Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.

A canoa faz parte da instalação “ABC of Life”, dispersa por salas de paredes amarelas, vermelhas e castanhas. Há catos em vasos, esculturas em papel com aves, aviões, seres marinhos e figuras humanas em expressão de sofrimento. A canoa assenta num chão de madeira, tem remos encostados e como que uma vela, em tecido esverdeado. Há frases pintadas na embarcação, tal como nas paredes: “Em direção ao território sem destino”, “uma miragem que transmite esperança e desencanto”.

Diz a folha de sala que Anna Boghiguian se tem dedicado “à investigação da história do comércio de matérias-primas e à relação entre colonialismo e esclavagismo” e isso ajudará a explicar porque que é que na vela esverdeada também se encontram inscritos números aleatórios e nomes de países e territórios colonizados.

“A figura do barco remete para a ideia de solidão, de um momento isolado e de reclusão”, contextualiza Nuno de Brito Rocha. “No caso de Spaniol, isso aparece como uma elevação, uma figura fantasmagórica com falta de equilíbrio.” Mas as embarcações podem ser muita coisa ou tudo o que o espectador queria ver. “Não trabalhámos com temas ou palavras totalmente descritivas, mas com temas que abrem a interpretação, mais do que fecham”, resume Nuno de Brito Rocha.

O Círculo de Artes Plásticas de Coimbra é uma associação cultural fundada por estudantes em 1958 e hoje considerada a mais antiga instituição dedicada à arte contemporânea em Portugal, com papel reconhecido na difusão de vanguardas artísticas – Pedro Cabrita Reis, Ana León, José Pedro Croft e Pedro Calapez, por exemplo, expuseram ali no início dos anos 80.

Quer isto dizer que o “discurso curatorial” é sobretudo propositivo. Aliás, Agnaldo Farias nem acredita em obras de arte ilustrativas. “Há exposições que fazem dos trabalhos dos artistas ilustrações de um tema geral”, explica, “mas não concordo com isso, acho redutor, é uma má compreensão do que seja a obra de arte. Isso não nos interessou, não é de facto uma bienal prescritiva”.

Em primeiro lugar, segundo o curador-geral, o AnoZero 2019 procura fazer uma “relação entre linguagens”. Em segundo, “aposta na curadoria compartilhada” (ele e os outros dois responsáveis). Em terceiro, convidou artistas tendo em conta “o caráter diferenciado dos espaços” de apresentação, alimentando o diálogo entre as obras e os espaços arquitetónicos da cidade. “Um desses espaços, é manifestamente difícil, áspero e inóspito para linguagens convencionais.  Não podemos pendurar quaisquer desenhos, pinturas ou fotografias no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, porque é muito húmido.” Aí optou por artistas emergentes ou experimentais, que aceitam “um nível de risco”.

[vídeo institucional da Universidade de Coimbra sobre a obra de Alexandra Pirici no AnoZero:]

“Uma dívida” para com Paiva e Gusmão

Dono de extenso currículo — professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, no Brasil, crítico de arte, ex-curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, curador Bienal de São Paulo em 2010 e da representação brasileira à Bienal de Veneza em 2011, entre muitas outras coisas —, Agnaldo Farias determinou que o título deste ano seria A Terceira Margem, inspirado pelo conto “A Terceira Margem do Rio”, do brasileiro João Guimarães Rosa, considerado um dos melhores escritores da língua portuguesa do século passado.

O convite foi-lhe dirigido por Carlos Antunes, fundador e líder da equipa que em 2015 fez arrancar a bienal de Coimbra. “Já nos conhecíamos, porque eu tinha estado em Coimbra por três vezes a dar palestras”, recorda Agnaldo Farias. “Lancei um título flexível, mais ou menos sugestivo e inspirador. Guimarães Rosa é um escritor da minha mais alta preferência. Gosto muito de literatura. Embora seja formado em arquitetura, sou tributário da literatura, mais do que de qualquer outra linguagem artística.”

Um dos primeiros nomes que lhe ocorreram convidar foi o de Paiva e Gusmão, dupla estabelecida em 2001, que já representou Portugal em Veneza. Agnaldo acompanha-os “desde sempre” e antes do AnoZero tinha “uma dívida” para com eles. Uma história pitoresca.

“Estamos a estruturar, a debater e a analisar, cientes de que outras cidades portuguesas querem vencer, o que é respeitável. A candidatura de Coimbra tem um sentido integrador e aponta não só para a Capital Europeia da Cultura como para o dia seguinte, para que este não seja um mero happening que se esfuma”, disse o presidente da câmara, Manuel Machado.

“Fiz parte de um júri em Kiev, no prémio da Fundação Pinchuk, penso em quem 2013. Paiva e Gusmão eram finalistas e o júri ficou dividido entre eles e a excelente pintora Lynette Yiadom-Boakye”, descreve Agnaldo Farias. “Eu dizia que os vencedores tinham de ser Paiva e Gusmão, a menos que quisessem dar o prémio a uma pintora que já estava no mercado, que era famosa e por isso não precisava de prémio nenhum. Eu insistia: Paiva e Gusmão moram em Portugal, fazem um trabalho experimental, não há mercado para o trabalho deles, é muito mais interessante premiá-los. Mas eu não estava a entender o que era Kiev, o que é a Ucrânia. Em lugar de reiterarem o que a Europa já tinha claro como uma grande artista, deveriam ter apostado numa dupla que traz novidade. Foi uma tarde inteira a discutir. Fiquei transtornado porque não consegui convencer os outros membros do júri e desde então pensava que tinha de fazer uma exposição com esta dupla.”

Eles aqui estão agora, no Convento de Santa Clara-a-Nova, margem esquerda do Mondego. Quatro filmes de 16 milímetros – “Pato em Pequim”, “RGB”, “Tartan” e “Estrada” –, encomendados pela bienal e especificamente produzidos para aquele espaço, refere a folha de sala.

Ali também, está a brasileira radicada em Portugal Marilá Dardot, que usa “a linguagem escrita e o universo literário como fonte crítica para trabalhos visuais, conceptuais e políticos”, refere a folha de sala. São duas as obras: “A Terceira Margem do Rio e as Outras Margens”, conjunto de frases de Guimarães Rosa e de Natália Correia em tamanho gigante na fachada da convento, e “Ir y Volver”, vídeo que ela própria protagoniza, de costas para a câmara, enquanto escreve num muro branco, com tinta aguada, a frase “A la esperanza vuelvo”, que continuamente desaparece e que a artista continuamente reescreve por cima – um comentário estilizado à história política de muitos países.

Em conversa informal com o Observador, no dia da inauguração do AnoZero, Marilá Dardot explicou que este trabalho em vídeo dá continuação a outra proposta que assinou em 2015 no México e ambas têm como referência criações do colombiano Oscar Muñoz.

Novamente na margem direita do rio, mais propriamente no perímetro da universidade, o Colégio das Artes exibe Joanna Piotrowska, com alguns exemplos da série fotográfica “Frowst”, de 2014. Imagens a preto e banco sem aparente marca de tempo ou espaço, a evocarem a ambiguidade das relações. Os dois homens que se beijam são amigos ou namorados? A rapariga sentada ao colo do homem é filha ou amante?

Há mais, nesta instituição de ensino fundada há quase 500 anos, que já foi hospital e museu zoológico e hoje pertence à universidade, sendo conhecida pelo mestrado em estudos curatoriais: pinturas homoeróticas de João Gabriel, uma estante do turco Meriç Algün com livros nunca requisitados da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, o “slideshow” de Steve McQueen, com 116 imagens e 70 minutos de duração: paisagens de neve, insetos e animais em grande plano, cenas rurais e urbanas.

AnoZero é um “antievento”

Em terceira edição, a bienal AnoZero é uma iniciativa do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, uma associação cultural fundada por estudantes em 1958 e hoje considerada a mais antiga instituição dedicada à arte contemporânea em Portugal, com papel reconhecido na difusão de vanguardas artísticas – Pedro Cabrita Reis, Ana León, José Pedro Croft e Pedro Calapez, por exemplo, expuseram ali no início dos anos 80, quando davam os primeiros passos enquanto artistas. A Câmara e da Universidade de Coimbra também participam na organização da bienal.

Este ano, o número estimado de visitantes é de 120 mil, tendo como referência os resultados de 2017, e custo rondará 550 mil euros, de acordo com os organizadores, com parte do financiamento assegurado pela autarquia, pelo Ministério da Cultura e pela União Europeia. Por comparação, orçamento municipal de Coimbra para artes e cultura foi de 2,8 milhões em 2019 e deverá atingir 5 milhões em 2020.

No velho Café Santa Cruz, com as suas mesas em hexágono, cadeiras com rebites dourados e abóbadas pomposas, pergunta-se a Agnaldo Farias se quando o convidaram para o AnoZero 2019 estariam a pensar na internacionalização da bienal. “Penso que sim. Ao convidarem um brasileiro, estão convidando alguém que não é da Europa ou da América do Norte e penso que à procura de visões alternativas. Quem sabe se um curador vindo de outro circuito não traz alguma contribuição que escape ao que é comum?”, responde. De resto, a Universidade de Coimbra, que co-organiza a iniciativa, tem hoje cerca de 2500 estudantes vindos do Brasil, pelo que a escolha do curador parece também decorrer dessa proximidade.

E será que o AnoZero está a ajudar ao desenvolvimento de massa crítica para o caso de Coimbra ganhar a candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027? “Não sei”, descarta-se Agnaldo Farias. “Não faz parte da agenda da curadoria”, adiciona Lígia Afonso.

No dia da abertura, o presidente da Câmara, Manuel Machado, tinha declarado ao Observador que Coimbra “caminha para se tornar uma referência na arte contemporânea” e esta bienal, “não sendo um ensaio para a Capital Europeia da Cultura, é um dos impulsos, uma das ações concretas e uma ação muito marcante” nesse caminho.

A curadora Lígia Afonso explica que a cidade dos estudantes “não está ensimesmada” e defende que “a bienal é viva porque a cidade é viva”.

O autarca não deixou de responder sobre o ponto de situação da candidatura, que será analisada a partir de 2021 por instituições da União Europeia, mas foi parco em detalhes. “Estamos a estruturar, a debater e a analisar, cientes de que outras cidades portuguesas querem vencer, o que é respeitável. A candidatura de Coimbra tem um sentido integrador e aponta não só para a Capital Europeia da Cultura como para o dia seguinte, para que este não seja um mero happening que se esfuma”, disse Manuel Machado.

Note-se, no entanto, que os números não são o que move os responsáveis pela bienal, lendo-se até no catálogo que “a atratividade” que a bienal possa criar junto do grande público “não é um objetivo em si mesmo”, porque o importante é “o trabalho e a qualidade”. Aliás, Carlos Antunes, diretor do AnoZero, afirmou na cerimónia de abertura, a 2 de novembro, que este é um “antievento”, ideia que também no catálogo surge desenvolvida nestes termos: “Num mundo onde cada lugar luta para obter o maior tempo possível de atenção mediática, de viva competição entre cidades, sabendo que por essa via consegue criar fatores diferenciadores de atratividade turística, muitas vezes forjando de forma acrítica identidades que nunca existiram e fomentando a cultura do evento, o AnoZero procura ser o antievento, uma vez que se centra na contínua revisão crítica da identidade de um lugar — Coimbra —, numa perspetiva não laudatória, e que tem na intenção da presença continuada no ritmo da cidade um dos seus objetivos primordiais.”

Igualmente presente na cerimónia de abertura, Américo Rodrigues, diretor-geral das Artes (interino no cargo desde que há nove meses foi nomeado pelo ministra da Cultura), mostrou-se de acordo com Carlos Antunes e referiu que a bienal “está enraizada” e permite “uma relação da cidade com a arte contemporânea” sem recorrer ao “foguetório” e à “eventização” da cultura, como acontece “em alguns concelhos do país”.

A cerimónia decorreu na Sala da Cidade, com o barco de Spaniol em fundo, e incluiu discursos institucionais cheios de formalismo. Logo a seguir, a meio da tarde, o artista português Luís Lázaro Matos apresentou uma performance breve em redor de pinturas garridas de extraterrestres em ambientes cósmicos de ficção científica. Uma “antinomia” de linguagens entre os dois momentos, na opinião de Lígia Afonso. “Este é o tipo de manifesto que a bienal quer, porque a arte contemporânea procura essa conflitualidade crítica, produtiva, reflexiva”, sustenta a curadora-adjunta.

[excerto da performance de Luís Lázaro Matos a 2 de novembro:]

Mas será que este vigor tem futuro numa Coimbra que os próprios habitantes por vezes descrevem como estagnada? Agnaldo Farias não se revê sequer na apreciação, porque “uma cidade que tem 50 mil estudantes de certeza que não é modorrenta”. Lígia Afonso ensaia uma possível origem para aquela opinião: “A questão patrimonial sobreleva nesta cidade, há uma espécie de tipificação do conservadorismo, mas isso gera necessariamente dinâmicas anti-sistémicas, contraditórias dessa natureza arquitetónica e monumental que é imanente”. Acrescenta que a cidade dos estudantes “não está ensimesmada” e defende que “a bienal é viva porque a cidade é viva”.

As exposições oficiais são acompanhadas até ao fim de dezembro por visitadas guiadas, debates e workshops e também por uma programação paralela, designada “convergente”, que vai para lá do fim do AnoZero 2019. É o caso da mostra “Shiu! O Diálogo do Silêncio”, de 15 de novembro a 10 de janeiro, na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, inspirada na crise académica de 1969, com curadoria de Filipa Alfaro, Inês Teles Carvalhal e Miguel Mesquita.

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