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HUGO AMARAL/OBSERVADOR

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Construir uma guitarra portuguesa: a arte que passa de mão em mão

A família Grácio é, provavelmente, a mais importante construtora de guitarras no país. A arte passou de pai para filho, durante três gerações. E agora terá continuidade num "filho" improvável.

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Mãos amorosas na guitarra
Que desgarra dor bizarra
Mãos frementes de desejo
Impacientes como um beijo
Mãos de fado, de pecado
A guitarra a afagar
Como um corpo de mulher
Para o despir e para o beijar

As mãos de Gilberto Grácio, tal como nos versos do “Fado Falado” de João Villaret, afagam a guitarra. Ainda afagam. Tem hoje 80 anos. Não as constrói mais. Mas construiu-as para todos os que no fado tocaram, para os melhores, desde logo Carlos Paredes e o pai deste, Artur. O que faz hoje é concertá-las, dar-lhes a afinação que o tempo levou, “para ocupar as horas”. Mas as mãos são as mesmas da meninice, de quando menino de 12 anos trabalhava a madeira e lhe esculpia forma de instrumento na oficina do pai. Tem-nas, às mãos, hoje mais enrugadas, talvez mais trémulas, calejadas e largas como as de um operário fabril, mas delicadas e ainda precisas como se tocassem filigrana e não madeira.

Na bancada à frente de Gilberto Grácio vai construindo uma guitarra portuguesa Hugo Madeira, aprendiz que trata carinhosamente (e até com reverência) por “o mestre”, e nunca por Gilberto, o homem que tudo lhe ensinou deste ofício. Estamos em Carnaxide, nos arredores de Lisboa. É de manhã que os dois começam a trabalhar.

Gilberto Grácio teve filhos. E estes tiveram filhos também e Gilberto foi avô. Nenhum deles quis dar continuidade (os netos são ainda mais novos do que Gilberto era quando começou a trabalhar numa oficina) a um ofício, a um saber que está na família há três gerações. E é Hugo quem não tem deixado que as guitarras Grácio, históricas, de uma sonoridade única entre guitarras, emudeçam de vez. É um aprendiz, um herdeiro improvável, que Gilberto Grácio não esperava tão tarde. E nem Hugo (sem ligação profissional à música até aos 25 anos) esperava vir a ter tal profissão. Mas o mestre Grácio tem-no como “um filho”. E ensinou-lhe tudo. Ainda o faz de cada vez que o visita na oficina que Hugo abriu.

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Esta é a história dos dois. Do feliz encontro dos dois. Mas é também a história de uma família que deu ao Fado o que tocar. O melhor é começar por ela, pela história dos Grácio.

A longa história da família Grácio de volta das guitarras

O primeiro Grácio de volta das guitarras foi João Pedro, o avô de Gilberto. Era marceneiro de profissão. “Na altura chamava-se-lhe carpintaria fina e não marcenaria. O meu avô trabalhava em Cascais. E até chegou a fazer aquelas janelinhas todas trabalhadas do palacete [hoje o hotel Grande Real Villa Itália] onde viveram exilados os reis de Itália”, conta Gilberto Grácio.

Certo dia, na oficina de marcenaria, os colegas de João Pedro Grácio resolveram dar início àquilo que viria a ser uma tuna. Mas faltavam-lhes os instrumentos com que tocar. E o dinheiro para os comprar. “Como o dinheiro não era muito, o meu avô sugeriu-lhes: ‘Vamos a isso, vamos lá fundar a tuna, mas eu é que vos faço os instrumentos todos!’ E foi aí que ele começou a fazer guitarras, primeiro para ele, depois para os outros”, recorda hoje o neto.

Daí em diante, o avô deixou a marcenaria e fez da construção de instrumentos profissão. João Pedro Grácio foi pai de seis rapazes e seis raparigas. A família vivia toda em Coimbrão, Leiria, mas o avô de Gilberto trabalhava em Lisboa, numa oficina na Rua da Boa Vista. O mais velho dos filhos, também ele João Pedro, pai de Gilberto, haveria de seguir a profissão do pai. Por acaso. “O meu avô um dia vai para cima, para Coimbrão, chega à estação de Monte Redondo e foi lá a um tasco, para beber qualquer coisa. E disseram-lhe: ‘Oh senhor Grácio, sabe quem é que está aí a trabalhar? É o seu filho João, está aí a serrar madeira com o Manel’. Tinha o meu pai então 15 anos. O meu avô nem desconfiava que ele estaria a trabalhar. Quando soube, trouxe-o logo para Lisboa. E começou a ensinar-lhe a profissão.”

João Pedro Grácio haveria de falecer em 1963. Antes disso, em 1947, João Pedro Grácio Júnior deixara a oficina no Largo de São Martinho, em frente à cadeia do Limoeiro, e abrira uma, sua, no Cacém. Abriu-a para ensinar a Gilberto o ofício da construção de guitarras. “Eu gostava muito de trabalhos manuais, sempre gostei. Tinha nove anos e destruía as ferramentas todas – e os dedos, porque eram afiadas! – lá na oficina. [Risos] Mas naquela idade só fazia uns trabalhinhos para a escola, umas carrocinhas para brincar. Mais tarde, quando terminei a instrução primária, o meu pai perguntou-me se queria continuar a estudar ou se queria antes ir para a oficina. Tinha 13 anos. E comecei a trabalhar na oficina, claro”, lembra.

HUGO AMARAL/OBSERVADOR

No Limoeiro, ou no Cacém, são muitas as memórias que Gilberto Grácio tem da infância na oficina. Um lugar que era mais do que isso: servia para tertúlias entre gente do fado. “Era habitual os músicos, os fadistas, irem à oficina, faziam-se lá tertúlias. E também era habitual falarem mal uns dos outros. [Risos] Entrava um, o outro estava lá, cumprimentavam-se, e quando um deles saia, dizia o outro: ‘Este gajo fez-me isto e aquilo!’ O meu pai ria-se. Voltava-se para mim e dizia-me assim: ‘Sabes o que é isto? Tudo isto é fado…’”, conta, para atirar outra história de chofre: “Mas lembro-me de mais uma história engraçada. É a de um fadista, entretanto falecido, que era taxista em Arganil: o Adelino dos Santos. Um dia foi lá à oficina para meter cordas na guitarra. Veio de Comboio, chegou lá, pousou a mala, abriu-a e… estava vazia. Tinha-se esquecido da guitarra em casa! Foi um riso pegado.”

O cliente mais ilustre das guitarras da família Grácio foi Carlos Paredes. Mas antes dele, foi também o pai: Artur Paredes. Sem ele, Artur, e sem o pai de Gilberto Grácio, João Pedro, a guitarra de Coimbra não existiria.

A história começa com uma visita de Artur. “O Artur Paredes era cliente da oficina do Limoeiro, a do meu avô. Quando o meu pai foi para o Cacém, o Artur apareceu lá. E resolveu experimentar uma guitarra do meu pai. Depois de a experimentar, disse-lhe: ‘A guitarra é muito boa, julgava que o João estava aqui a fazer guitarras de fanqueiro!’ A guitarra ‘de fanqueiro’ era aquela guitarra mais barata. E a partir daí encomendou uma guitarra ao meu pai.” À época, a guitarra portuguesa que se tocava era a de Lisboa. A sonoridade, a afinação, é diferente da de Coimbra. E essa sonoridade só surgiu em 1962. No Cacém. “Ele [Artur Paredes] gostar, até gostou da guitarra do meu pai. Mas ainda não era aquilo que ele queria… Ele era exigente! E o Artur Paredes obrigou o meu pai a aplicar-se para sair a guitarra de Coimbra que hoje conhecemos. Olhe que aquilo deu trabalho. Foi experiência, experiência, experiência, até à exaustão”, recorda Gilberto Grácio.

Como o travesso Gilberto se fez mestre e construiria uma guitarra para… Jimmy Page

Gilberto chegou à oficina do Cacém para trabalhar com 12 anos. Mas não começou logo a construir guitarras portuguesas, nem de Lisboa nem de Coimbra. Até se construir a primeira, são necessárias décadas de prática à volta de instrumentos mais simples: violas, cavaquinhos, bandolins.

No começo, Gilberto estava encarregado de escolher e comprar madeiras. Mas não se pense que era um trabalho simples. Quando a madeira é má, a guitarra é má. “Ninguém sabe o quão trabalhoso é construir uma guitarra. Há quem julgue que é apenas um caixote de sabão com cordas. [Risos] E também dizem: ‘Ah, os Grácio têm um segredo para conseguir que as guitarras deles tenham aquele som!’ Não há segredo nenhum. O segredo são as madeiras, conhecer as madeiras. Conhecer bem. E isto não se aprende em nenhum livro, não se ensina. É tempo que nos ensina. E a sensibilidade.”

O pai de Gilberto, João Pedro, levou-o pela primeira vez a comprar madeiras aos 14 anos. Depois, Gilberto fá-lo-ia sozinho. “Uma vez comprei-as mal e levei nas orelhas”, graceja. As viagens até Lisboa e à Rua da Verónica — onde se negociavam as madeiras –, saído manhã cedo do Cacém, eram autênticas aventuras que não esquece mais. “Apanhava o comboio no Cacém, depois o elétrico em Lisboa – e como eu gostava de subir e descer do elétrico em andamento! –, e escolhia as pranchas de nogueira. E ainda me lembro do senhor Pinto – até parece que o estou a ouvir agora – me dizer: ‘Vai lá dentro, escolhe o que quiseres, mas tens que deixar tudo tal e qual como encontraste, Gilberto!’ E deixava.”

Eram pilhas e pilhas de madeira até ao tecto. Pranchas enormes, pesadas, “de dois metros de comprimento e meio metro de largura”. Não era trabalho para uma criança. Não era, mas foi. “Eu tinha cabedal, tinha cabedal… Subia lá para cima, puxava as que não queria para o lado, atirava com as que queria para o chão. Depois, contratava uma camioneta à Ramirão e eles entregavam as pranchas no Cacém, na oficina do meu pai. Lembro-me perfeitamente de um dia em que comprei quatro ou cinco pranchas. Aquilo foi caríssimo. E quando chego à oficina, mal o meu pai olha para a nogueira, puxa de uma prancha, raspa-a e ralha-me: ‘Oh Gilberto, não vês que está não presta!’ Aquilo esfarelava tudo…”

A primeira guitarra, Gilberto construiu-a aos 17 anos. Ainda a guarda. Seguiram-se mais de um milhar. Cada uma tomou-lhe quase duzentas horas a construir. Meses, portanto. Vendia-as, no começo, apenas em Portugal e para músicos. Começou a vender para o estrangeiro na década de 1980. “Isso foi em… hmmm… 1984. Ligaram-me da Valentim de Carvalho e perguntaram-me: ‘Oh senhor Grácio, por acaso não tem por aí uma guitarra que nos venda?’ Habitualmente não tenho, só por encomenda. Mas naquele dia até tinha uma, de um cliente que nunca a foi buscar. Respondi-lhes que sim.” No próprio dia, algumas horas mais tarde, surgiu-lhe um inglês na oficina, guedelhudo, “com pinta”, acompanhado da mulher. Gilberto não o reconheceu logo. “O tipo agarrou-se à guitarra, começou a tocar, virou-se para mim e disse: ‘Isto é que é! Isto é que é!’ Depois lá percebi que era o Jimmy Page, dos Led Zeppellin.”

Gilberto Grácio recorda-nos o encontro com Page, ora envaidecido, ora cabisbaixo. Porquê? “Normalmente sei de todas as minhas guitarras. Dessa nunca mais soube. É uma das ‘filhas’ que nunca mais volta a casa. Não sei se ele ainda a tem ou não…”

Ao fim de tantos aprendizes, restou um: Hugo, o “filho” que não é

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Voltemos a Carnaxide e à oficina de Hugo, aprendiz (ou melhor: o derradeiro aprendiz) de Gilberto Grácio.

Os dois conheceram-se em meados de 2003. “A Câmara Municipal de Oeiras e o IEFP quiseram montar uma oficina. Aquilo era para durar um ano. E convidaram-me para a supervisionar tudo. Ao fim de um ano o curso terminou, entregaram-se os diplomas, mas ninguém tinha aprendido nada”, conta-nos Gilberto Grácio. Só que a história não termina aqui. “Entretanto, fui contactado pela Teresa Zambujo, que era a presidente da Câmara [Municipal de Oeiras] na altura, disse-me que queriam que o curso continuasse – agora sem o apoio do IEFP –, que tinham uma oficina, materiais, bancadas de trabalho, ferramentas, e que seis dos 12 alunos do curso estavam interessados em continuar a aprender. Mas também me disse que não havia dinheiro. Ou seja, que tinham que ser os alunos a financiar-se com os instrumentos que vendessem, umas violas, uns cavaquinhos.”

Gilberto Grácio aceitou o desafio. Dos seis alunos, três desistiram, três resistiram. António, Fabíola e Hugo. “Ela começou a namorar, casou, teve uma menina e deixou a oficina. O Hugo e o António ficaram aqui, criaram uma sociedade [em 2006, com o apoio do Programa Iniciativas Locais de Emprego do IEFP] e até há pouco tempo trabalhavam aqui os dois. O António acabaria por sair e abrir a oficina dele noutro lado”, explica.

Ao contrário de outros, Hugo Madeira nunca desistiu, nunca ponderou desistir. “Era isto que queria fazer para a vida, apaixonei-me”, lembra. Tinha 25 anos quando se inscreveu no curso e conheceu Gilberto Grácio. Mas recuemos na história de Hugo. Depois de concluir o secundário, começou a trabalhar, primeiro no aeroporto de Lisboa, depois num armazém. Nunca ambicionou ser construtor de guitarras e, menos ainda, ser aprendiz de Gilberto Grácio. Foi um feliz acaso que o trouxe ao “mestre”.

“O António — que até há pouco tempo trabalhou comigo — era músico. Mas eu não tinha qualquer ligação à música quando comecei o curso. E continuo a não ter. Mas sempre gostei de trabalhos manuais. Quando saí do aeroporto, estive num armazém um ano e tal, mas era mal remunerado e não gostava de lá estar. Queria fazer alguma coisa de que realmente gostasse. Acho que estava perdido. Certo dia, um amigo meu — que sabia que eu gostava muito de música — falou-me de um curso do IEFP, sobre a construção de instrumentos. É que nem hesitei: despedi-me logo e inscrevi-me logo no curso.” Mas era um risco para ele. “Claro que era. Foi a primeira vez que o curso se realizou. E a única. Um ano é pouco tempo para aprender este ofício, esta arte. Não sabia se continuaria ou não a trabalhar nisto. Deixei tudo para trás. E poderia ser tempo perdido em vão. Mas não foi. Quando conheci o mestre Grácio — e percebi que seria ele a supervisionar o curso –, aí é que não tive qualquer dúvida: era isto.”

Há neles, Gilberto Grácio e Hugo Madeira, uma ternura ao falar do que fazem. E ao falar um do outro. “O Hugo não é meu filho, mas é como se fosse”, garante Grácio. E explica-nos porquê: “Ele tem tudo o que é preciso para dar continuidade às guitarras Grácio: boas mãos – as mãos são o mais importante nisto – e humildade. É ele que vai dar continuidade às guitarras e, sobretudo, ao timbre das guitarras Grácio. Tenho a certeza.” Hugo é-lhe grato. Sobretudo isso. “Saber que o mestre me tem como um filho é… [Pausa] é um orgulho muito, muito grande. Ele ensina-me tudo. Ainda me ensina. E continua a ser muito exigente comigo. Só pode ser assim. Não conseguiria evoluir se ele não me exigisse sempre mais.”

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Antes de conhecer Hugo, antes de ter nele a confiança para o ensinar, Gilberto pensou que a arte da família Grácio se perderia. “Os meus netos ainda são muito pequenos para pegar nisto. Tanto o da minha filha como o do meu filho só têm dez aninhos. Um dia perguntei ao meu filho o que o meu pai me perguntou: ‘Queres ir estudar ou ir para a oficina?’ E ele escolheu o estudo. Vou ser honesto: os trabalhos manuais não eram com ele. [Risos] A minha filha, por exemplo, sempre foi muito boa nisso, tudo o que saía daquelas mãos, saía perfeitinho. Mas também não quis aprender e eu tive que aceitar”, explica.

Tal como Gilberto Grácio, tal como o seu pai antes dele, também Hugo começou por fazer instrumentos mais simples, sobretudo violas, antes das guitarras portuguesas — “mais as de Coimbra que as de Lisboa”. Só a elas se dedicaria “dois anos ou mais” depois de começar a aprender com Gilberto Grácio. “É preciso ter muita mão para construir uma. Só com o tempo, com o tacto — aquilo a que se chama ‘memória muscular’ –, é que se faz uma guitarra boa. Por exemplo: dobrar a ilharga sem partir é muito complicado. E construir uma guitarra leva tempo. Quanto mais tempo, melhor. Uns mesitos é o ideal”, explica Hugo.

É também ele que hoje escolhe as madeiras que usa. Não como nos idos da meninice de Gilberto Grácio. “O mais complicado de tudo é mesmo isso: escolher as madeiras. O mestre cresceu numa oficina. E conta as histórias de como escolhia as madeiras quando era criança. Hoje é tudo diferente. Eu escolho as madeiras pela internet. Às vezes engano-me, claro. Ou melhor, sou enganado. Quando me enviam madeiras más, o que faço é protestar e pedir outras.” Uma coisa é certa: construir uma guitarra com madeiras más, nunca. “Isso nunca, nunca. Nesta profissão, se fazes uma guitarra má, um instrumento mau, acabou-se. Ninguém te volta a encomendar nada.”

A primeira viola que Hugo construiu está guardada na vitrina da oficina, logo à entrada, empoeirada e partida. “É aquela…”, aponta.

— Está aqui na oficina porque o meu filho conseguiu destruí-la. [Risos] Tenho que a reparar quando tiver tempo. Mas não a vendo por nada…

E o filho, seguirá ele as passadas do pai Hugo e dos Grácio? “É uma responsabilidade dar continuidade às guitarras Grácio. Uma honra. Tenho 4o anos, estou a trabalhar com o mestre há 15. E continua a ser uma honra para mim. É isto que quero fazer para sempre. O meu filho ainda é novinho. Tem seis anos. E até é perigoso que ele venha para a oficina, porque as ferramentas são afiadas. Às vezes vem. Mas ainda não demonstra muito interesse nisto. Vem, mas fica para aí a brincar. Quando for mais velho, se se interessar por esta arte, terei todo o prazer em ensiná-lo, como o mestre Grácio me ensina a mim. Mas não o vou obrigar a nada. É um interesse que tem que ser genuíno, como foi o meu, como antes de mim foi o do mestre.”

Uma coisa é certa: a algum aprendiz Hugo ensinará a arte das guitarras Grácio. Para que estas não emudeçam nunca. “No que depender de mim, a arte não morrerá comigo.”

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