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Gianni Infantino, presidente FIFA, confirmou a organização saudita no início de dezembro quando anunciou o Mundial-2030 em Portugal, Espanha e Marrocos

FIFA via Getty Images

Gianni Infantino, presidente FIFA, confirmou a organização saudita no início de dezembro quando anunciou o Mundial-2030 em Portugal, Espanha e Marrocos

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Das "melhorias sociais e impactos positivos nos direitos humanos" à cidade futurista: o que se sabe do Mundial de 2034 na Arábia Saudita

À luz do relatório da FIFA, o Mundial-2034 promete ser o melhor de sempre. Vão ser construídos 11 estádios e até uma cidade futurista. Neom é a "terra do futuro", garante responsável português.

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O Médio Oriente assumiu-se como a nova capital do desporto. Fórmula 1, MotoGP, ténis, golfe e futebol rumaram nos últimos anos para aquela região do planeta devido aos grandes investimentos que têm surgido. A transição do desporto-rei começou pelo Qatar, com a realização do Campeonato do Mundo de 2022, e seguirá para a Arábia Saudita, que organizará a edição de 2034, já depois de ter sediado o Mundial de Clubes de 2023. A FIFA confirmou no início deste mês de dezembro a atribuição da prova aos sauditas, numa reunião virtual que também contou com a confirmação de Portugal como co-organizador do Mundial de 2030 com Espanha e Marrocos.

Apesar do escrutínio e das polémicas que têm surgido relativamente às questões que se prendem com os direitos humanos e o ambiente, a FIFA optou por voltar ao Médio Oriente, num movimento que serve para tentar transformar a reputação da Arábia Saudita e, como não podia deixar de ser, envolve centenas de milhões de euros, apontam os críticos. Na verdade, a decisão conhecida no congresso de 11 de dezembro não passou de uma mera formalidade – o que também se aplica à edição de 2030 –, já que, em outubro de 2023, os sauditas ficaram sozinhos na corrida à organização da prova, depois de a Austrália ter desistido, alegando que a FIFA deu apenas um mês para preparar a competição.

Ao contrário do que tem sido habitual (embora a organização prime pela antecipação e celeridade), a FIFA conduziu 0 processo de forma acelerada, levando a opinião pública a questionar a sua transparência e responsabilidade, alegando que a entidade que tutela o futebol mundial abriu caminho à Arábia Saudita. Um dos pontos argumentados prende-se precisamente com o Mundial de 2030, que será realizado em três continentes por forma a comemorar a edição do centenário: Europa, África e América do Sul. Tendo em conta a política de rotação dos continentes-sede e levando em consideração a realização da edição de 2026 na América do Norte, restavam apenas duas opções para 2034: Ásia ou Oceânia. 

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Nos últimos anos, desde que Gianni Infantino é presidente, a FIFA aproximou-se da Arábia Saudita e desenvolveu um relacionamento muito próximo com aquele país. Os árabes sediaram o Mundial de clubes de 2023 e, para além disso, têm na Aramco, gigante petrolífera do estado saudita, um dos maiores acordos de patrocínio em vigência. Mais recentemente, a DAZN, serviço desportivo de streaming, comprou os direitos de transmissão do Mundial de Clubes por mil milhões de euros, numa fase em que terá recebido uma injeção de capital do Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita.

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No mês passado tornou-se praticamente oficial a viabilização da candidatura saudita, com a publicação do relatório de avaliação da FIFA, da autoria do secretário-geral Mattias Grafstrom, vice-presidente da instituição. Grafstrom atribuiu uma pontuação média de 4,2, num total de cinco, à candidatura da Arábia Saudita, pelo que esta se transformou na pontuação mais alta de sempre a par da candidatura conjunta ao Mundial de 2030. Até à data, não foi realizada qualquer conferência de imprensa sobre o relatório ou a candidatura, que contém mais duas questões que têm suscitado dúvidas: os direitos humanos foram considerados “risco médio” no país e a proteção ambiental de “baixo risco”. Para além disso, a ratificação da candidatura no Congresso da FIFA foi feita através de uma salva de palmas, ao invés da votação tradicional, com abstenção. Aconteceu o mesmo com a candidatura de Portugal.

Ainda que não conceda entrevistas há alguma tempo, Infantino abordou a atribuição do Mundial de 2034 à Arábia Saudita no recente Congresso da FIFA. “Estamos, claro, cientes das críticas e dos medos. Confio plenamente nos nossos anfitriões para abordar todos os pontos em aberto deste processo e entregar um Campeonato do Mundo que atenda às expectativas do mundo. É isso que esperamos e o que almejamos: melhorias sociais e impactos positivos nos direitos humanos. Essa é uma das responsabilidades de sediar um Campeonato do Mundo”, partilhou com os membros. As questões levantadas são muitas e incluem ainda o tratamento dos trabalhadores migrantes, das mulheres e da comunidade LGBTQ+, bem como o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, que foi reivindicado pelo governo saudita.

Só a Noruega não apoiou a candidatura da Arábia Saudita

A Federação Norueguesa de Futebol (NFF) foi a única que se absteve de aclamar a candidatura saudita, alegando que o processo de candidatura “prejudica as reformas da FIFA para uma boa liderança e desafia a confiança na FIFA”, acrescentando que não foram seguidas as diretrizes da entidade, o que “aumenta o risco de violações dos direitos humanos”. Todas as outras apoiaram a candidatura da Arábia Saudita, embora algumas federações europeias tenham expressado preocupação. A federação inglesa (FA) foi uma delas, dizendo que apoiou a proposta por ter recebido garantias de que os adeptos LGBTQ+ estariam seguros durante o Mundial.

A Federação Suíça de Futebol (SFV) também se mostrou relutante, mas acabou por apoiar, pedido à FIFA que incluísse na ata da reunião a sua posição, que passa pela monitorização dos direitos humanos. Já a federação da Dinamarca (DBU) assumiu que ia aprovar a candidatura da Arábia Saudita, mas exigiu à FIFA que supervisione as melhorias nos direitos humanos.

A influência saudita no desporto

Há quem apelide de sportswashing (lavagem desportiva, em português). Há quem considere que o desporto sirva para mostrar o poder do país, mas o que é certo é que o investimento da Arábia Saudita neste capítulo cresceu nos últimos anos. Desde 2020, o país do Médio Oriente investiu milhares de milhões na organização de eventos desportivos, que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman considera serem parte fundamental da estratégia Visão 2030, que visa modernizar e diversificar a economia do país.

Assim, nos últimos anos, a Arábia Saudita sediou a Fórmula 1, as finais das Supertaças de Espanha e de Itália, o Campeonato do Mundo de Clubes, o Dakar e grandes eventos de boxe, golfe, ténis e até de corridas de cavalos. Para além disso, o PIF criou o circuito LIV no golfe, comprou os quatro maiores clubes – Al Nassr, Al Hilal, Al Ahli e Al Ittihad, da Saudi Pro League, a Primeira Liga de futebol, o que levou nomes como Cristiano Ronaldo, Neymar ou Benzema a rumarem àquele campeonato – e ainda adquiriu o Newcastle, da Premier League.

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A Arábia Saudita tem organizado vários eventos desportivos internacionais nos últimos anos

Getty Images

Enquanto isso acontece, um relatório da organização dinamarquesa Play the Game revelou que a Arábia Saudita assinou mais de 900 contratos de patrocínio e fez dezenas de acordos formalizados com outras federações de futebol, procurando ampliar a sua influência no desporto. Sediar o Campeonato do Mundo de 2034 é o ponto alto dessa hipotética revolução desportiva, que poderá abrir caminho a uma candidatura aos Jogos Olímpicos.

Que mudanças podem existir com o Mundial-2034?

O Campeonato do Mundo de 2022, no Qatar, abriu um precedente neste capítulo. Apesar de a prova ter sido segura e ficado para a história, houve muitos anos de controvérsia. À semelhança do que aconteceu em 2022, as infraestruturas na Arábia Saudita serão construídas por uma grande parte de trabalhadores migrantes, sendo que no país já residem mais de 13 milhões de estrangeiros. O ministro do Desporto da Arábia Saudita, o príncipe Abdulaziz bin Turki al Faisal, garantiu que não ia acontecer o mesmo tipo de violações laborais em território saudita, já que o governo tem “dez anos para trabalhar”.

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A população saiu à rua para comemorar a vitória da candidatura saudita

Getty Images for Saudi Arabian F

Contudo, o relatório de avaliação da candidatura da Arábia Saudita aponta o contrário, com a FIFA a considerar várias “áreas onde são necessárias mais reformas legais e uma aplicação eficaz, sem as quais o risco de condições de trabalho indecentes pode ser elevado”. O organismo elogiou ainda o “compromisso do governo saudita em respeitar, proteger e cumprir os direitos humanos reconhecidos internacionalmente em conexão com a competição, incluindo nas áreas de segurança, direitos dos trabalhadores, das crianças, igualdade de género e liberdade de expressão”.

No que diz respeito à diversidade e anti-discriminação, o relatório apresenta “lacunas e reservas na implementação de padrões internacionais relevantes”, embora a FIFA reconheça “um bom potencial de que o torneio possa servir como um catalisador para algumas das reformas em andamento e futuras e contribuir para resultados positivos em direitos humanos”. Para a Amnistia Internacional, o relatório não passa de “uma espantosa lavagem cerebral do histórico atroz de direitos humanos do país”.

O Mundial-2034 vai ser jogado no inverno?

A resposta a esta pergunta ainda é incerta. Depois de o vizinho Qatar ter organizado o Mundial de 2022 durante o inverno do hemisfério norte, devido ao calor abrasador do verão, esta hipótese volta a estar em cima da mesa. A decisão oficial dos qataris foi conhecida em 2015 pelo que, se o prazo da FIFA for o mesmo, a Arábia Saudita tem até 2027 para preparar esta questão. Caso aconteça a mudança, as críticas deverão voltar a fazer-se sentir devido à interrupção dos campeonatos e ao risco elevado de lesões dos jogadores, embora esta parte ainda não esteja evidenciada.

No relatório de avaliação da candidatura saudita, a FIFA indica que a organização não expressou qualquer janela temporal para a realização do torneio, mas a Arábia Saudita vai “determinar o momento certo”. Alguns órgãos de comunicação social apontam o mês de janeiro como um cenário provável, devido à questão do calor e ao Ramadão.

Quais vão ser os estádios utilizados?

Cinco cidades-sede, dez localizações-sede, 15 estádios, 16 aeroportos internacionais, mais de 230 mil quartos por cidade anfitriã e 134 campos de treino. É desta forma que é apresentado o Campeonato do Mundo de 2034 no site oficial da candidatura. Tem como mote “Crescendo. Juntos” (“Growing. Together”, em inglês) e vai ser a primeira edição com 48 seleções a decorrer integralmente no mesmo país. Para isso serão construídos de raiz 11 dos 15 estádios, sendo que oito deles ficarão localizados na capital Riade. Estas infraestruturas foram projetadas pela empresa norte-americana Populous, que também esteve envolvida na construção do novo estádio do Tottenham e do Estádio Lusail, que albergou a final do último Mundial.

Na Arábia Saudita, o maior estará localizado em Riade e terá o nome de King Salman. Com capacidade para 92 mil espectadores, este estádio é apresentado com uma “ambição arrebatadora” e sediará o jogo inaugural e a final. Também na capital estará o Estádio Príncipe Mohammed bin Salman, uma “maravilha arquitetónica, com bancadas de três níveis e uma vista deslumbrante para um dos penhascos”, tendo “todos os designs inovadores, futuristas e todas as fachadas externas cobertas por vidro”. Este estádio será, inclusivamente, a casa do Al Nassr, de Cristiano Ronaldo, e do Al Hilal, de Jorge Jesus, a partir de 2029.

As promessas são muitas, as inovações mais ainda. Afinal, a Arábia Saudita será um dos grandes palcos do planeta na próxima década, começando por sediar a Taça Asiática em 2027 e depois o Jogos Olímpicos de Inverno, em 2029. Já na próxima década realiza-se a Expo 2030 e, para terminar, o Mundial de 2034, que será certamente o maior evento já organizado por aquele país do Médio Oriente.

O que é Neom, a cidade futurista “do tamanho da Bélgica”?

Tem o nome de Neom devido ao prefixo grego “neo”, que significa “novo”, e à primeira letra do nome do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, bem como à palavra árabe “mustaqbal”, que significa “futuro” em português. Localiza-se na zona norte da Arábia Saudita, a duas horas a sul da Jordânia e a cerca de 50 quilómetros do Egito. Está, por isso, ligado ao Mar Vermelho, tendo 525 quilómetros de costa. Falamos no presente mas este é, sem dúvida, um projeto para o futuro. Está de pé, está em andamento e é um dos maiores investimentos do país. Como não podia deixar de ser, será uma das cidades-sede do Mundial-2034.

Nesse sentido, o Observador esteve à conversa com João Canas, responsável de Gestão de Emergências e Riscos Ambientais e um dos milhares de trabalhadores envolvidos no projeto Neom. Esteve no Qatar, na construção da cidade de Lusail e, desde 2022, encontra-se ligado ao projeto saudita, explicando que esta cidade será do tamanho da Bélgica e 24 vezes maior que Manhattan. Em termos estruturais, terá 14 setores, de energia, água, alimentação, saúde, educação, entre outros, e, atualmente, tem “trabalhadores de mais de 110 nacionalidades” envolvidas no projeto, entre eles “mais de 50 portugueses”. Um das fases do projeto já está de pé, já que “a Ilha de Sindalah teve o evento de abertura a 24 de outubro e foi a primeira infraestrutura de Neom a ser mostrada ao mundo”.

“Neom é uma sociedade construída para o mundo. Quem visitar não vai ver elementos de uma sociedade árabe. Apesar de a área ser gigante, o que se perspetiva é que ‘A Linha’ tenha 35 quilómetros quadrados. É como viver numa torre gigante. Cidades lineares já foram tentadas no passado, mas nunca foram conseguidas. Esta tem força porque tem espaço, território para desenvolver, capacidade de investimento e a ambição desmedida de se fazerem coisas únicas. A ideia é fazermos coisas que nunca foram feitas”, explicou Canas.

“Uma das deadlines é 2029, para os Jogos Olímpicos de Inverno. A Taça Asiática não deverá ter repercussões em Neom. Fala-se que até 2030 existam 300 mil pessoas a viver em Neom. Neste momento somos um universo de 10 mil pessoas, embora trabalhem 200 mil pessoas naquela zona”, acrescentou, explicando, depois, que os riscos naturais estão a ser acautelados na nova cidade: “Há pouco tempo simulámos um sismo de 7,4. Já estamos a trabalhar em zonas em que ainda não há população. Neste deserto neva, chove abundantemente e temos bastante calor, apesar de ser uma zona com uma média de temporada 10 graus abaixo de todo o Médio Oriente. Também trabalhamos nos riscos de longo prazo, mas ainda é difícil trabalhar na prevenção porque, como ainda não há pessoas, o risco não está patente. As infraestruturas terão de ser resilientes”.

“Calor? [Os sauditas] podem construir um palácio no meio do deserto. São bons nas infraestruturas temporárias. Em três anos já foram construídos quatro aeroportos nesta região. Futuro? A visão é um bocadinho utópica, mas se não tiver um pouco de sonho, não será eficiente. Se não se sonhar, não se chega lá. Um dos projetos visa plantar dez biliões de árvores em todo o país, 100 milhões delas em Neom. Isso vai mudar o ecossistema a 20/30 anos. É um projeto que visa alterar toda a paisagem e o ecossistema. Está tudo a acontecer a uma velocidade estonteante. Neom é apelidada de ‘terra do futuro’ e vai levar a mudanças estruturais na sociedade. Há modelos sociais que se vão desenvolver dentro deste projeto. Na área da saúde pretendem expandir a esperança média de vida em dez anos e querem criar dessalinização da água através da energia solar. Estamos a falar de toda uma transformação. Acredito que vá haver impactos sociais grandes. Eles anunciam Neom como o Kennedy fez há uns anos com a ida do Homem à Lua”, abordou João Canas ao Observador.

Quanto ao estádio que estará localizado na cidade, a infraestrutura está a 350 metros de altitude e a sua construção deverá começa em 2027 e terminar em 2032. “O desafio começa por toda a estrutura que tem de suportar esse estádio. Os módulos já estão definidos e o do estádio será o módulo da marina. Todo o tipo de desenvolvimento estrutural é um desafio gigante. Primeiro, o desafio está em toda a estrutura do ‘The Line’. A estrutura inicial terá dois quilómetros. É uma obra única. Se houver algum problema com ‘A Linha’, não deverá ser construído a esta altitude. Não é todos os dias que se participa num torneio com infraestruturas deste calibre”, contou João Canas.

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Neom localiza-se na zona norte da Arábia Saudita, a duas horas a sul da Jordânia e a cerca de 50 quilómetros do Egito

Bloomberg via Getty Images

“‘A Linha’ tem 500 metros de altitude e estará a uma altura uniforme. Em cada piso estarão infraestruturas diferentes. O modelo é o de cinco minutos. No raio de cinco minutos estarão todo o tipo de serviços. Paralelamente à linha estará o ‘The Spine’, que é o serviço de transportes. Tudo isto estará numa zona de emissões zero e o estádio também será alimentado por energias renováveis. Costumo de dizer ‘a seguir a Neom só Marte’. As paisagens são únicas. Neom comprou um clube de Tabuk, que estava na Terceira Liga, agora está na Segunda e para o ano estará, seguramente, na Primeira. Estão a apostar forte no desenvolvimento de toda a camada desportiva”, acrescentou.

Quanto à segurança, João Canas partilhou com o Observador que “os países mais mediáticos do Médio Oriente já têm infraestruturas e sistemas de seguranças desenvolvidos”. “No Qatar testámos um ataque com drones a um estádio, em que era libertada uma substância tóxica. Estas questões de segurança já estavam a ser levantadas na altura. No Qatar tivemos instituições como a NATO a trabalhar na segurança, e a própria PSP – Portugal é muito bem visto nesta área. A segurança está a ser desenvolvida em todos os aspetos, desde a cibersegurança à segurança física. Há estruturas sólidas. Há uns anos foi criada uma Autoridade Nacional de Cibersegurança na Arábia Saudita e já deu frutos. O último relatório, de 2024, em termos de competitividade global, coloca a Arábia Saudita em primeiro lugar na cibersegurança. É um feito inédito e notável. O contexto geopolítico obriga a que assim seja”, revelou.

Relativamente ao conflito do Médio Oriente e ao futuro, João disse que o país está preparado “em termos de defesa” e assegurou que “sem segurança não haverá qualquer tipo de evento”, ainda que possam “haver conflitos e outro tipos de riscos que podem adiar ou suspender qualquer tipo de evento”. “O estádio que vai receber a cidade será a sede da seleção saudita. Quase todas as cidades têm equipas que fazem parte da Liga saudita, para além da aposta da vertente feminina. Haverá a possibilidade de continuidade de toda esta infraestrutura, mais do que no Qatar, onde a população toda não enchia seis estádios. A Arábia Saudita terá uma capacidade maior. Há muitos adeptos, praticantes e cerca de 75% da população está abaixo dos 35 anos. Está tudo a acontecer neste momento e isso vai ter impacto nas novas gerações”, concluiu.

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