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Entramos na última semana de campanha eleitoral e os líderes partidários avançam pelo país. A caravana do PSD continua pelo norte, com passagens de Passos Coelho por Fafe e Barcelos. Luís Montenegro foi mostrar “apreço” por André Ventura em Loures. O PCP também ruma a norte, com Jerónimo de Sousa a participar numa arruada na Avenida dos Aliados, no Porto, a seguir para Gondomar e a terminar o dia com um comício em Braga. António Costa vai ao fim da tarde a Águeda e depois estará em Loures a apoiar Sónia Paixão. Já Catarina Martins anda pelo distrito de Setúbal, com ações no Montijo, Palmela e Setúbal.
No domingo, em Gondomar, Valentim Loureiro disse num discurso emocionado ter “informações fidedignas” de que vai ganhar por maioria absoluta. António Costa esteve em Portalegre, onde recordou que a sua experiência autárquica o ajudou na governação do país (e deixou críticas à oposição). Já Passos Coelho esteve em Espinho, na companhia de Santana Lopes, onde argumentou que o PS “não precisa de mais votos”. Acompanhamos aqui a campanha eleitoral por todo o país, fora de Lisboa e Porto.
Loures. António Costa em zona comunista para acertar contas com o PSD
Os ataques aos comunistas ficaram à responsabilidade do presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa, Marcos Perestrello. Costa preferiu usar o palco do pavilhão Paz e Amizade, em Loures, para acusar o PSD de, “perdido o discurso do diabo” fazer da eleição no concelho um “balão de ensaio” para a estratégia do medo. “Como é que o PSD da raiz humanista da democracia portuguesa apoia um candidato que defende a prisão perpétua, que diz que não se choca com pena de morte e que não hesita em explorar os preconceitos raciais na tentativa de ganhar votos?”, questionou-se Costa.
Mas o líder socialista não ficou por Loures. No ajuste de contas com o PSD e com Pedro Passos Coelho, António Costa voltou a acusar o líder social-democrata de usar o incêndio de Pedrógão Grande para tirar proveitos políticos. Um PSD que “perdeu o sentido de Estado” ao por em causa a Proteção Civil e as Forças Armadas e ao exigir uma intervenção direta do Governo na investigação do Ministério Público ao furto dos Paióis Nacionais de Tancos.
O socialista foi mais longe, ao colar os sociais-democratas às notícias que dão conta de um alegado documento das secretas militares em que seriam feitas duras críticas ao ministro da Defesa pela gestão do processo de Tancos.“Já me pergunto se, mesmo depois de o diretor do Expresso ter vindo reconhecer que afinal não há qualquer relatório oficial dos serviços e informações a acusar quem quer que seja sobre o assalto a Tancos, o PSD vai continuar a exigir ao Governo que apresente na Assembleia da República um relatório que o Governo desconhece, que foi fabricado e que, pelos vistos, só o PSD sabia que existia”.
Admitindo uma análise nacional daquilo que vier a ser o resultado das autárquicas, o secretário-geral do PS reconheceu que este é “um momento muito importante para o conjunto do país”. “Estamos a meio de uma legislatura e é necessário dar força ao PS para dar continuidade ao caminho que iniciámos há dois anos”.
PCP é o pai de André Ventura, acusa Perestrello
Quando António Costa subiu ao palco, os gastos com o ataque à esquerda já tinham sido assumidos por Marcos Perestrello. “Loures merece que se volte a falar dela pelas boas razões e não pelas más razões de que se falava quando o PCP governava o concelho”, disse o presidente da FAUL.
Os último quatro anos foram de “travagem” face à “transformação” que, diz Perestrello, o município registou sob liderança do socialista Carlos Teixeira. O dirigente socialista acusou ainda o PCP de ter uma responsabilidade no aparecimento de André Ventura no panorama político do concelho: “É o abandono das políticas sociais, o abrandamento do investimento nas políticas sociais, a política pouco exigente na gestão dos bairros sociais que levam a população a ter um sentimento de que alguns protagonistas de direita pensam que vale a pena cavalgar.”
O elefante estava na sala e Perestrello quis falar dele. “Quem está coligado com o PSD que escolheu este candidato é a CDU, é Bernardino Soares, e isso não pode ser ignorado, isso não pode ser esquecido”, sublinhou, depois de dizer que Sónia Paixão – a candidata do PS à câmara de Loures e, no fundo, a razão de ser do jantar-comício – “fez bem ao dizer que em caso algum estaria disposta a entendimentos com esta maioria”.
Coligação com Sónia Paixão: sim ou não?
Sónia Paixão quer fazer história no dia 1. Loures nunca teve uma mulher aos comandos da câmara municipal e a socialista já sonha com o seu nome nesse capítulo. Mas as sondagens dão-lhe um segundo lugar a mais de oito pontos da CDU. E, maiorias absolutas, nem vê-las.
A questão coloca-se, portanto, nos mesmos termos em que, há um mês, Sónia Paixão começou por admitir uma coligação com André Ventura para de seguida, dizer que estava a fazer “ironia”, recuando nas suas intenções e passar a recusar essa coligação para dizer que queria “governar sozinha”. Como é que a socialista vê agora a gestão do executivo de Loures? À primeira vista, parece estar tudo em aberto.
"Nunca estará em causa a governabilidade da câmara de Loures", diz Sónia Paixão (PS) pic.twitter.com/UdlL2swfTP
— Observador (Eleições) (@OBSEleicoes) September 25, 2017
Ao Observador, a candidata do PS à câmara de Loures diz que “o povo ditará a expressividade da vitória”. Cenários pós-eleitorais, só depois das eleições. “Governarei com a estabilidade que o eleitorado nos transmitir”, sendo certo que “nunca estará em causa o funcionamento e governabilidade da câmara de Loures”. Isso vale para uma vitória e para uma derrota? Sónia Paixão repete a resposta estudada: a prioridade é a vitória.
Sónia Paixão. A candidata do PS a Loures que se desmente a si mesma
Luís Montenegro em Loures para mostrar “apreço e apoio” pela campanha de Ventura
Tchim tchim. São 11h30 e as flutes já tilintam em Loures. O arranque da última semana de campanha é especial. Luís Montenegro, ex-líder da bancada parlamentar do PSD, brindou com André Ventura e com a comitiva social-democrata para mostrar “apreço e apoio” relativamente à polémica candidatura do PSD. Ao Observador, o candidato estreante garante que está “na disputa do primeiro lugar”.
O momento é de unir forças. Passos Coelho já tinha estado ao lado do candidato na apresentação da candidatura. Esta segunda-feira, no arranque para o sprint final, foi a vez de Luís Montenegro, ex-líder parlamentar do PSD. Em Bucelas, ao Observador, o social-democrata diz que esteve no concelho de Loures para uma “demonstração de apreço e apoio a esta candidatura, que tem mostrado grande dinamismo e abrangência no projeto político” que leva a votos.
No programa eleitoral que apresentou na última sexta-feira, Ventura defende, entre outros pontos, a obrigação de cidadãos de minorias étnicas terem formação cívica e em Direito Penal. Apesar das críticas que as suas declarações têm provocado, Ventura não desarma: “Há uma ideia de grande parte da comunidade cigana de que as regras do Estado de direito não são para cumprir” e esse é um problema que, “não se resolvendo com violência nem estigmatização, também não se resolve dizendo que não há problema nenhum”, diz ao Observador.
Ventura quer forçar ciganos a terem “formação obrigatória” em Direitos Humanos e em Direito Penal
O apoio do PSD ao candidato – que viu um CDS “profundamente incomodado” retirar-lhe esse apoio – “nunca esteve em causa”, garante Montenegro. “Estamos ao lado do nosso candidato, que tem feito uma campanha notável de dedicação e esclarecimento”, sublinha.
O ex-líder da bancada parlamentar percorreu largas centenas de metros na freguesia em Bucelas. “Não posso falar muito que aqui é tudo benfiquista”, solta o social-democrata na visita a mais um café. O hino do clube preenche o ambiente junto ao balcão. Mais lá para dentro, noutra sala, Ventura tira uma foto junta a um poster do clube da Luz tetracampeão. “André, não faças isso ao Luís, não faças”, atira o candidato do PSD à Assembleia Municipal de Loures. Montenegro, portista confesso, resiste uns segundos, mas lá se junta ao grupo. “Agora tem de ser para aqui”, diz Montenegro ao fotógrafos, apontando para o presunto pendurado atrás de si.
Luís Montenegro juntou-se à caravana do PSD em Loures para fazer campanha por André Ventura pic.twitter.com/LTae32xy2X
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Na rua, de dentro de vários dos carros que passam ouve-se um grito: “Estamos contigo.” Ventura agradece. No contacto com a população, os tópicos não fogem muito ao registo: Benfica, ciganos, ciganos, Benfica. “Por mais que queiram polemizar aquilo que ele diz, a verdade é que ele tem um projeto ambicioso para o concelho”, defende Montenegro, procurando alargar o espetro de intervenção do candidato.
As primeiras sondagens deram a André Ventura uma intenção de voto de 18%, dois pontos acima do resultado obtido nas autárquicas de 2013. “Muito baixo, é um resultado que não é o nosso”, responde imediatamente o candidato. Qual é, então, a expectativa? Ventura remete para uma sondagem que “vai sair ainda esta semana” e que, segundo o próprio, coloca o PSD “pelo menos, na disputa da vitória”, à frente do PS e taco a taco com Bernardino Soares. “Há quatro anos, tivemos mais de 50% de abstenção, e é essa abstenção que vai fazer a diferença aqui no concelho“, acredita.
O dia de ontem foi assim pelo país:
Gondomar. Valentim Loureiro: “Tenho informações fidedignas de que vamos ganhar por maioria”
“Houve de tudo. Música, diversão, convívio, incontáveis fotografias e ‘selfies'”, escreveu Valentim Loureiro no Facebook ao regressar da festa-comício da candidatura independente “Valentim Loureiro Coração de Ouro”, em que se mostrou confiante na vitória com maioria absoluta e garantiu ter “genica para ir até ao fim“.
“Preparavam-se para nos tentar derrotar nos tribunais, mas não conseguiram. Nós vamos a eleições, vamos ganhar e tenho informações fidedignas de que vamos ganhar por maioria“, afirmou o ex-autarca num discurso improvisado no palco da festa, pouco depois de lhe ter sido oferecido um desenho de uma criança. “São os desenhos destas crianças que me motivam. Tenho mais força, mais genica para ir até ao fim e ajudar a resolver os problemas de Gondomar”, disse.
“Sou um homem de emoções. Sinto-me muito emocionado novamente e como tantas vezes aconteceu como presidente da Câmara de Gondomar nos 20 anos em que estive à frente deste município […]. Depois de ter estado ausente quatro anos, regresso e verifico que as pessoas estão em más condições, umas porque não têm casa e outras porque as casas onde moram estão degradadas”, disse Valentim Loureiro durante o discurso.
Por cima do candidato, um avião insuflável erguia-se com a expressão “Gondomar sabe voar”. O contexto ideal para Valentim Loureiro apresentar uma das suas promessas: premiar o aproveitamento escolar dos jovens com uma ida a Lisboa de avião”.
Castelo Branco. Presidentes das associações foram “coagidos” a aceitar lugar nas listas do PS, diz candidata do CDU
“As listas do PS mostram-nos isso” — diz a candidata do CDU à Câmara Municipal de Castelo Branco: estão preenchidas por “amigos do senhor presidente” e “presidentes das associações”. Estes últimos, revela a candidata Ana Maria Leitão, foram “coagidos” para entrar nas listas: “Não deveriam [ser] quase obrigados, não digo que foram obrigados, mas coagidos, [a] aceitarem estes lugares”. E explica: “Sabem que se não aceitarem o convite, a associação é penalizada. Não há um critério claro e transparente de entrega de subsídios de acordo com um plano de ação e de execução”, revelou Ana Maria Leitão.
A candidata da CDU esteve no domingo em campanha pelas freguesias da autarquia e deparou-se com localidades “completamente despovoadas”. É uma coisa que mete dó”, disse Ana Maria Leitão, à agência Lusa. “As casas ou estão para vender ou devolutas ou, então, habitadas temporariamente, porque as pessoas não encontram nas freguesias respostas às necessidades que têm”, explicou, defendendo que o município devia adquirir algumas dessas habitações e arrendá-las a jovens ou vendê-las a preços controlados.
Oeiras. Ricardo Araújo Pereira encostou o carro e disse a Heloísa Apolónia: “Vou votar em si”
O voto de Ricardo Araújo Pereira já não é secreto. E quem o revelou foi a própria candidata que o humorista escolheu. Heloísa Apolónia, a candidata à Câmara Municipal de Oeiras, revelou numa publicação do Facebook — cujo título é “APOIOS DE PESO, EM OEIRAS” — que, este fim de semana, na serra de Carnaxide, Ricardo Araújo Pereira “encostou o carro na estrada” e disse: “Vou votar em si”.
Não foi a primeira vez que tal aconteceu. Aliás, estas “manifestações de apoio têm sido recorrentes”. “Num outro dia, em Porto Salvo, uma mulher parou propositadamente o carro na estrada” e fez o mesmo: disse que ia votar na candidata. “Não sei o nome dela”, explica Helóisa Apolónia na publicação, mas ficou a saber que ia votar na CDU. Com Ricardo Araújo Pereira foi diferente: “A diferença é que todos sabemos o nome dele”.
“A esta mulher e ao Ricardo, como a tantos outros que têm expressamente manifestado apoio à candidatura da CDU à Presidência da Câmara Municipal de Oeiras, saibam que a vossa confiança é a minha força para dignificar o trabalho autárquico em Oeiras, ao serviço da população”, finaliza a candidata a publicação que conta já com mais de 500 gostos.
Viseu. CDU quer universidade, PS defende parque tecnológico
Em Viseu, a candidata da CDU, Filomena Pires, defende a criação de uma universidade pública na cidade, onde existe atualmente um instituto politécnico. “Nas propostas que temos, muito concretamente em termos da formação dos jovens, defendemos a criação da universidade pública de Viseu. Entendemos que o Politécnico tem condições para poder, a partir das suas escolas, constituir a universidade pública de Viseu“, defendeu Filomena Pires esta manhã, durante uma ação de campanha junto dos jovens das escolas secundárias do concelho.
“É um facto que os alunos, por vezes, não escolhem o IPV porque não é uma universidade. O IPV tem sido um equipamento extraordinário para trazer jovens a Viseu, mas poderia ser ainda mais potenciado”, argumentou a candidata comunista, citada pela agência Lusa.7
Já a candidata do Partido Socialista, Lúcia Araújo Silva, andou em campanha esta manhã pela cidade e defendeu a criação de um parque tecnológico em Lordosa (onde existe um parque empresarial com 300 hectares), em articulação com o Instituto Politécnico de Viseu. “Queremos desanexar 30 hectares e transformar num parque tecnológico. Hoje todas as cidades, mesmo à escala de Viseu, têm parques tecnológicos”, afirmou Lúcia Araújo Silva em declarações à agência Lusa.
“Não só sermos capazes de atrair aqueles que queiram vir para Viseu instalar-se, como até os próprios empresários que cá estão. O que temos vindo a verificar é que os empresários têm muitas dificuldades em alargar a sua empresa, porque os preços são demasiado elevados”, explicou. Nesse âmbito, prometeu que, caso seja eleita, vai “praticar preços simbólicos às empresas que se queiram instalar e que se queiram alargar”.
Portalegre. Costa diz que não esquece o que aprendeu com a experiência autárquica
A caravana do Partido Socialista andou no domingo pelo sul, com António Costa a terminar a noite em Portalegre. “Tal como um presidente de câmara precisa de bons presidentes de junta, também o primeiro-ministro precisa de bons presidentes de câmara para governar bem o país“, afirmou o primeiro-ministro, que esteve na cidade a apoiar o candidato socialista José Correia da Luz.
Um bom autarca, segundo Costa, é aquele que tem a “capacidade de ver o pequeno problema que está à porta de cada um”, mas também incorpora uma “visão estratégica para todo um concelho, toda uma região”. O primeiro-ministro recordou a sua experiência como autarca de Lisboa e sublinhou que nos dois anos que leva como governante não esqueceu o que aprendeu em oito anos na capital.
Costa aproveitou o discurso em Portalegre para deixar uma mensagem a nível nacional, garantindo que “a realidade todos os dias desmente a narrativa da oposição“. “A realidade é simples: este ano vamos ter o maior crescimento económico desde o princípio do século e o menor défice desde o princípio do nosso regime democrático. Factos são factos: há dois anos o desemprego estava acima dos 12% e agora está abaixo dos 9%”, afirmou o primeiro-ministro. “Nós tivemos melhores resultados do que a direita teve“, rematou.
Loulé. Candidato do PAN à Assembleia Municipal quer recolha de lixo porta-a-porta como na Alemanha
Várias propostas resultaram da visita da visita à sede da ALGAR — uma empresa de recolha seletiva, triagem e tratamento de resíduos sólidos urbanos do Algarve — dos candidatos do PAN à Assembleia Municipal de Loulé. Não só a recolha de lixo porta-a-porta é uma proposta do partido. Há outras: um serviço municipal de compostagem e a instalação de máquinas que trocam garrafas de plástico por talões de compras que podem ser usados no comércio local.
“Verificamos que já existem estas soluções e alguns números importantes, mas que podem e têm de passar a ser muito mais altos, não só para alcançar as diretivas e metas europeias, mas para assegurar um mínimo de qualidade de vida das próximas gerações”, disse Rosa de Sousa, um dos candidatos à Assembleia, em comunicado citado pelo site Algarve Primeiro.
Para tal, é preciso “dar atenção a três etapas”, defende Domingos Pereira, outro candidato. “Em primeiro, a criação e design de embalagens, em segundo a educação do cidadão para a necessidade de consumir de forma consciente e de se sentir responsável pelo lixo que produz e, em terceiro lugar, a criação de mecanismos de recolha e tratamento do lixo cada vez mais eficientes”, explicou.
Um dos candidatos, Jorge Silva, vê a necessidade de intervir nesta área já que “mais de metade do lixo urbano” é ainda “enviado para aterro, por não se encontrar em condições de ser reciclado”. Jorge Silva disse ainda que “grande parte dos cidadãos continuam a não fazer a separação do lixo convenientemente”, ao constatar que “uma enorme quantidade de plástico que é depositado no vidrão.”
Espinho. Passos diz que “PS não precisa de mais votos”, Santana diz que “está na moda bater no PSD”
O discurso contrário chegou do norte. Em Espinho, distrito de Aveiro, onde Passos Coelho e Santana Lopes estiveram a apoiar o candidato social-democrata à câmara, Pinto Moreira, o líder do PSD disse que os socialistas “não precisam de mais votos” e deixou um desafio ao Governo.
“Para que os próximos dois anos valham a pena para Portugal, o PS não precisa de ter mais votos nas câmaras, o Governo é que precisa de mostrar que quer fazer qualquer coisa“, afirmou Passos.
Passos respondia a António Costa, que tinha pedido, em Beja, um PS “reforçado” com os resultados eleitorais. “Estamos a meio do caminho. Temos metade do caminho ainda por percorrer, e para percorrer a metade que falta é necessário agora dar força ao PS para dar continuidade a esta mudança de política que iniciámos há dois anos”, disse.
“Se o Governo quer fazer alguma coisa que se veja, faça, a gerigonça apoia, não precisa de mais votos nas câmaras“, garantiu Passos Coelho.
Santana Lopes também discursou na noite de domingo em Espinho, afirmando que “se vão enganar” os que anteveem um mau resultado para o PSD nas autárquicas. O antigo líder do PSD destacou que os portugueses “sabem distinguir o trigo do joio” e que por isso não esquecem quem os “ajudou a caminhar sem andar de mão estendida”.
“Quer da reação das pessoas, quer da mobilização, quer daquilo que com elas pude conversar, estou convencido que no próximo dia 1 de outubro se vão enganar aqueles que têm vaticinado um dia menos agradável para o PPD/PSD”, sublinhou Santana, destacando que “tem estado na moda bater no PPD/PSD“.
Vila Franca de Xira. Jerónimo destaca trabalho da CDU no Parlamento para apelar ao voto
Jerónimo de Sousa esteve no domingo em Alverca, no concelho de Vila Franca de Xira, a apoiar a candidata da CDU à câmara, Regina Janeiro. Num comício em que, de acordo com a CDU, estiveram mais de 3.000 pessoas, o secretário-geral do PCP teve um discurso sobretudo de âmbito nacional, destacando o contributo da CDU na reposição de direitos e rendimentos aos trabalhadores para pedir mais votos nas autárquicas.
“Não é ainda o que é justo e se impõe, mas são avanços. Avanços que são o resultado da nossa intervenção e da luta dos trabalhadores e das populações e não dádiva do Governo do PS, que noutras circunstâncias nunca adotaria, como nunca adotou, no seu programa de partido. Só não vê quem não quiser ver: muito do que se tem conseguido em matéria de direitos e rendimentos vai para além do que o Governo PS admitia no seu programa”, disse Jerónimo de Sousa, em declarações no comício citadas pela agência Lusa.
Beja. Candidato do PSD quer baixar para “metade” a taxa de derrama
O objetivo é atrair empresas para o concelho e contribuir para a criação de emprego. Para tal, o candidato do PSD à presidência da Câmara de Beja, José Pinela Fernandes, propõe-se a baixar para “metade” a taxa de derrama de 1,5% que o município cobra a empresas do concelho com volumes de negócios superiores a 150 mil euros.
O candidato prometeu também manter a isenção do pagamento de derrama aplicada pelo município a pequenas empresas do concelho com volumes de negócios até 150 mil euros. Segundo José Pinela Fernandes, a Câmara de Beja, apesar de isentar as pequenas empresas do pagamento de derrama, aplica a taxa “mais elevada” (1,5%) a empresas com volumes de negócios superiores a 150 mil euros.
“No entanto, precisamos de empresas maiores” no concelho, porque são as que geram “mais empregabilidade”, frisou, defendeu em declarações à agência Lusa, durante uma ação de campanha para as autárquicas de domingo junto à Escola Básica de Mário Beirão, em Beja.
O candidato acredita que a sua proposta é possível já que a receita do município proveniente do imposto “mais do que duplicou” de 2015 para 2016: rondou os 400 mil euros” em 2015 e “superou um milhão de euros” em 2016. “Tem que haver mais incentivos por parte da câmara” para atrair empresas, defendeu José Pinela Fernandes, referindo que a Câmara de Beja também tem de disponibilizar terrenos para a fixação de empresas.
A derrama é um imposto municipal que pode ser cobrado anualmente pelos municípios até ao limite de 1,5% sobre a coleta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC), ou seja, sobre o lucro tributável das empresas.
Coimbra. CDU defende proteção da floresta, José Manuel Silva quer um “Coimbra Story Center“
O candidato da CDU à câmara de Coimbra, Francisco Queirós, dedicou a manhã desta segunda-feira a uma ação de campanha junto dos bombeiros sapadores municipais para alertar para a necessidade de investir na proteção da floresta e prevenção de incêndios florestais.
“Faltam meios para o trabalho de retaguarda, que significa prevenção. Sabemos bem que a prevenção é fundamental no que diz respeito à possível ocorrência de situações gravosas“, destacou Francisco Queirós, em declarações à agência Lusa.
Francisco Queirós disse ainda que a proteção civil do concelho tem “uma carência enorme de meios humanos e de capacidade de dar resposta”, pelo que é necessário “reforçar os meios de vigilância“.
O atual presidente da câmara e recandidato pelo PS, Manuel Machado, deu esta manhã uma conferência de imprensa em que apresentou dados do Instituto Nacional de Estatística e outras estatísticas para provar que o município está melhor do que há quatro anos, mostrando-se “farto de ouvir falar mal de Coimbra sem razão”.
O desemprego baixou 25%, há mais 303 empresas e o concelho é o quarto melhor do país para se investir, recordou Machado, destacando ainda que o município aumentou as receitas mesmo baixando os impostos, que a cidade subiu 155 posições no ranking mundial das cidades de congressos e que o turismo aumentou 12%, mesmo sem um aeroporto internacional.
Além disso, Machado demonstrou que Coimbra é a quarta capital de distrito do país com maior poder de compra ‘per capita’ e que é a quarta capital de distrito com maior notoriedade mediática, recordou Machado, em declarações referidas pela agência Lusa.
Já José Manuel Silva, ex-bastonário da Ordem dos Médicos e candidato pelo movimento independente Somos Coimbra, esteve na noite de domingo em campanha num comício em Coimbra. Antes, percorreu a cidade e defendeu a criação de um museu para contar a história da cidade. “Coimbra é a única cidade Património Mundial que não tem um museu para contar a sua História. Não tem um Coimbra Story Center“, argumentou, em declarações à agência Lusa.
É necessário criar “um centro interpretativo de Coimbra, que não existe”, defende José Manuel Silva. “Como é possível, em quatro anos, não termos um museu interpretativo de Coimbra?”, questionou, acusando a autarquia de não ter “uma política de turismo”. “O imenso trabalho feito foi completamente fechado nas gavetas.”
Setúbal. Catarina Martins entre o Montijo e Palmela (ou entres escolas e canis)
“Saúde, habitação, defesa dos animais” são as prioridades apresentadas esta segunda-feira pelo candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal, Cipriano Pisco. Também “a reestruturação da câmara, no sentido de concluir o PDM” foram apontadas. Cipriano Pisco mostrou-se confiante de que “ o bloco de esquerda vai sair vitorioso”. O candidato revelou que a candidatura do partido pretende “lutar para ter representação autárquica”. “Temos confiança que isso vai acontecer”, reforçou.
O candidato prestava declarações, gravadas num vídeo publicado nas redes sociais, durante uma visita à Escola Profissional do Montijo, no qual foi acompanhado pela coordenadora do partido, Catarina Martins, que segui para Palmela. Lá visitou uma associação de recolha e tratamento de animais abandonados “O Cantinho da Milu”, acompanhada do candidato à Câmara da autarquia, Carlos Oliveira.
O candidato bloquista criticou os “apoios escassos para a quantidade de animais” que existem naquele canil. Numa intervenção, também num vídeo para as redes sociais, Carlos Oliveira disse que pretende “chamar a atenção para que haja mais apoio por parte das autarquias”. Reconhecendo que as Câmaras não podem “dar respostas a tudo” o candidato pede que “possam também ajudar aqueles que fazem este trabalho — que é um trabalho de mérito em nome dos animais”.
Guimarães. Líder da coligação Juntos por Guimarães com “disponibilidade total” para outra coligação
A resposta não podia ser mais simples: “Disponibilidade total”. Foi o que André Coelho Lima, líder da coligação Juntos por Guimarães, respondeu quando questionado sobre a possibilidade de se coligar com outro partido. E adiantou que seria “naturalmente” com a CDU. “Temos de estar sempre disponíveis para que se consigam criar condições para governar no próximo mandato”, admitiu André Coelho Lima em entrevista ao jornal Mais Guimarães.
A lógica baseia-se no facto de haver “uma tradição em Guimarães, onde a CDU já esteve duas vezes no poder, com vereadores com pelouro”. Daí que, se o Partido Socialista e a coligação tiverem cinco vereadores cada um e a CDU manter o seu vereador — um “cenário” que André Coelho Lima define como “bastante provável” — o candidato da coligação Juntos por Guimarães estaria “totalmente disponível” para outra coligação.
Até porque, diz o líder, o “entendimento” seria “uma solução governativa interessante”. “Para mim, particularmente desafiante para demonstrar que aquilo para que me proponho não é para governar por partidos é para governar por Guimarães”, disse ainda.
Com Agência Lusa