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Foi no fio da navalha, fintando crises, jogando na tentativa erro, no experimentalismo, na transgressão e na intersecção de pontos aparentemente fadados ao desencontro que Daniel Pires foi tecendo a história do Maus Hábitos
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Foi no fio da navalha, fintando crises, jogando na tentativa erro, no experimentalismo, na transgressão e na intersecção de pontos aparentemente fadados ao desencontro que Daniel Pires foi tecendo a história do Maus Hábitos

Rui Oliveira/Observador

Foi no fio da navalha, fintando crises, jogando na tentativa erro, no experimentalismo, na transgressão e na intersecção de pontos aparentemente fadados ao desencontro que Daniel Pires foi tecendo a história do Maus Hábitos

Rui Oliveira/Observador

"É em salas como esta que tudo começa". 20 anos depois, o Maus Hábitos mudou (e quer continuar a mudar) o Porto

Em dia de reabertura e com um aniversário redondo para celebrar, Daniel Pires, fundador de uma das casas culturais mais carismáticas da cidade, diz-nos que não há nada mais a fazer se não crescer.

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Daniel Pires tem o condão de adivinhar os movimentos da cidade in loco, a partir de um frame parado ou de uma fotografia que poderia ter sido tirada pelo próprio. Interpretando-lhe os antecedentes e antevendo as suas sequelas, como oráculo que tem muito bem cartografada a geografia social e artística do Porto, Daniel, do alto dos seus 51 anos, é experiente ao ponto de perceber que por muitas previsões que possa fazer, tudo pode colapsar de um momento para o outro.

Foi neste fio da navalha, fintando crises, jogando na tentativa erro, no experimentalismo, na transgressão e na intersecção de pontos aparentemente fadados ao desencontro que Daniel Pires foi tecendo a história do Maus Hábitos. Já lá vão vinte anos, um edifício outrora devoluto, uma cidade outrora desencantada consigo mesma, uma autarquia outrora empenhada em fechar portas ao espaço a quem muitos chamavam de “alternativo”. “Felizmente já não é assim”, diz confortavelmente sentado na esplanada, com o à vontade de quem se sente em casa, enquanto ultima os preparativos para a reabertura de portas (que acontece esta segunda-feira, 19 de abril) depois de dois meses de fecho. “Vamos reabrir com fado, vê lá tu!”

O Maus Hábitos e a cidade

Não é possível perceber o Maus Hábitos e a sua história teimosamente resiliente desassociando-o do amor que Daniel Pires nutre pela cidade e pelo espaço que gere: “Amo profundamente o que faço. É amor puro, não é mais nada.”

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Este romantismo explica a atitude constantemente inquieta do fundador do Maus Hábitos: “Houve um momento na minha vida em que estava um bocado em descrédito, em que senti que ia morrer sem ver a cidade ser aquilo que eu achava que deveria ser”. Mas os anos anteriores à pandemia vieram dar razão às premonições de Daniel, que sempre viu no Porto o seu imenso potencial multicultural.

Foi fintando crises, jogando na tentativa erro, no experimentalismo, na transgressão e na intersecção de pontos aparentemente fadados ao desencontro que Daniel Pires teceu a história do Maus Hábitos

O caminho até esta consolidação não foi fácil e é bem provável que, em 1999, quando o então fotógrafo encontrou no quarto andar semidevoluto da Rua Passos Manuel o cenário perfeito para montar o seu estúdio de fotografia, não imaginasse que viria a tornar-se ele próprio um agente tão decisor para a transformação da cidade.

Nos primeiros dois anos como inquilino, Daniel Pires usou este espaço decadente e de vidros partidos – que tinha servido anteriormente de sala de ensaio dos GNR — essencialmente para produções de moda: “na altura havia o glamour do trash com os manequins muito produzidos”.

Contudo, 2001 veio baralhar as contas. Se por um lado a têxtil chinesa entrou em força na Europa, provocando uma crise na indústria da moda nacional – “a maior parte dos meus clientes entraram em derrocada e eu sofri com isso” – por outro, chegava a Capital Europeia da Cultural ao Porto e com ela várias promessas e expectativas.

Teresa Lago, presidente da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura: “É pena que os autarcas que se seguiram não tenham mantido a ambição”

“Quando abri o Maus Hábitos, em 2001, a minha lógica era a de criar uma plataforma de artistas para a criação de imagens. Achei que uma agência poderia ser uma saída para um espaço como este. Mas como estávamos na Capital Europeia da Cultura, também tivemos algumas propostas expositivas e achámos que devíamos fazer as nossas próprias exposições.” Escultores, pintores, pessoas ligadas à fotografia, todos se juntavam ali com curiosidade e ganas de criar: “Estávamos cheios de gente aqui dentro”.

Uma cidade em movimento

Porém, o pós 2001, ao invés de galvanizar esta onda, não cumpriu com o ideal cosmopolita que muitos esperavam da Capital Europeia da Cultura. Muito pelo contrário: “dá-se a crise da deceção onde as expetativas da cidade são muito altas e a cidade não acontece. Havia muitos projetos e pouca capacidade de serem apoiados. Havia, até, pouca abertura de espírito para os apoiar”.

Daniel Pires: “Era extremamente importante os governantes perceberem que o programador de uma sala de concertos é tão importante para a sua cidade quanto o programador do Teatro Municipal, porque é ele que dá espaço aos jovens talentos de crescerem e de chegarem depois ao Teatro Municipal.”

A juntar a esta deceção, o Porto viu desaparecer o seu espaço público, muito ligado à Ribeira e a referências emblemáticas como o Aniki Bobó, encerrado em 2005. “O facto de a Ribeira ter desaparecido como nosso grande cartão de visita levou a que ficássemos sem o espaço público no conceito que os franceses utilizam muito bem, que é o espaço onde te podes manifestar, mostrar, socializar, onde podes ser tu”. Foi assim, quase sem querer, que a Rua Passos Manuel, embandeirada pelo Maus Hábitos e pelo adjacente Passos Manuel, de Becas, passou a ser procurada pelas pessoas que ficaram “órfãs da Ribeira” e se assumiu como grande precursora da noite da baixa portuense.

Este epicentro boémio acabou, contudo, por perder o seu protagonismo a partir do momento em que as Galerias de Paris puxaram para si toda a atenção. “Só nas cidades é que existe esta mobilidade e ainda bem que assim é, porque senão as cidades não se chamariam cidades. Chamar-se-iam aldeias, onde o centro é à volta da Igreja e nunca muda”. Isso coincidiu com a crise financeira que se instalou em Portugal entre 2010 e 2014 e o grande ciclo de emigração a si associada: “Era o próprio primeiro-ministro a dizer ‘se não estás bem aqui, vai lá para fora’. Nesse momento ficámos um bocadinho perdidos, sem público. Foram para aí cinco ou seis anos desta marmelada. Até eu pensei em desistir”, confidencia Daniel. Uma vez mais, foi o amor ao Porto – onde sempre viveu – que o impediu de alinhar noutros voos: “senti que ainda havia uma cidade por realizar”.

“O programador de uma sala de concertos é tão importante para a sua cidade quanto o programador do Teatro Municipal”

Realizar esta cidade – onde os guetos se cruzassem e os espaços intermediários servissem de rampa de lançamento para os artistas emergentes (já lá vamos) – não foi de todo fácil. E Daniel Pires aponta o dedo a Rui Rio: “foi o principal causador desta desgraça que a cidade viveu”.

Foi durante a vigência do ex-autarca do Porto, agora líder do PSD, que o Maus Hábitos viveu quase toda a sua existência, acumulando 28 mil euros de multas e batendo-se por um processo de licenciamento “kafkiano” que durou 14 anos e só foi concluído com a chegada de Rui Moreira à Câmara do Porto. “O Rui Rio só nos quis fechar, foi horrível. Tivemos várias ordens de fecho que foram contrariadas com cartas de pessoas ilustres do país inteiro”, recorda de um tempo em que as petições online ainda eram uma miragem. “Mesmo na saída dele, ainda nos enviou uma carta para nos fechar. É um milagre termos sobrevivido a isso”.

A única forma de cruzarmos guetos é através da programação", afirma Daniel Pires

Talvez tenham sido esses anos de resiliência que deram a Daniel Pires o fôlego e o arcaboiço para fazer ver ao poder local e nacional a importância de casas como o Maus Hábitos para o tecido cultural das cidades em que se inserem. Essa missão culminou com a fundação, no ano passado e já durante a pandemia, da Associação Circuito, uma rede nacional de 27 espaços culturais para a valorização, proteção e desenvolvimento das salas e clubes com programação própria de música popular ao vivo.

Covid-19 leva 25 salas e clubes noturnos a formar associação para tentar evitar “um impacto económico devastador”

“Esta associação já vem tarde e a más horas”, diz sem rodeios. “Temos uma décalage em relação aos nossos vizinhos espanhóis de, no mínimo, 15 anos.” O grande desafio, explica, é alertar os governantes para o desaparecimento destas casas “onde tudo começa” e fazê-los ver que cada um dos programadores não é apenas um empresário da noite, mas sim um agente cultural da cidade.

“Era extremamente importante eles perceberem que o programador de uma sala de concertos é tão importante para a sua cidade quanto o programador do Teatro Municipal, porque é ele que dá espaço aos jovens talentos de crescerem e de chegarem depois ao Teatro Municipal.”

Por outro lado, estes espaços intermediários – que, como Daniel ilustra, estão entre o que é uma galeria ou Serralves ou um estúdio de ensaios no STOP e uma Casa da Música – são, na sua opinião, aqueles que realmente juntam públicos de diferentes sensibilidades e promovem a transformação: “a única forma de cruzarmos guetos é através da programação. Numa programação que parece um bocado esquizofrénica e que é disruptiva em relação ao convencional, tu consegues que todas essas pessoas – desde a miúda de cabelos vermelhos toda tatuada ao fulano de fato e gravata que trabalha num banco – venha ao mesmo sítio. Só há transformação quando todas essas pessoas estão em contacto”, diz, para logo acrescentar “e quando bebem um copito”. “Volta e meia é preciso beber um copo para baixar um bocadinho as guardas e para o nosso olhar ficar ligeiramente mais suave”.

O lado artístico e comercial de braços dados

Daniel sabia, desde o momento em que fundou o Maus Hábitos, que uma casa que quisesse viver da multidisciplinariedade, do experimentalismo e do arrojo estético precisava de um motor financeiro que sustentasse o lado artístico. “Esta lógica sempre foi óbvia para nós”. Assim, o lado empresarial ficou a cargo do Maus Hábitos e o lado artístico passou para a Saco Azul, a associação responsável pelas atividades culturais inerentes ao espaço.

Na impossibilidade de celebrar os 20 anos juntando a família e público do Maus Hábitos num grande evento de aniversário, Daniel Pires reservou o ano todo de 2021 para comemorar as duas décadas de existência do seu espaço.

No seguimento deste modelo de negócio, surge em 2004 o restaurante Verdes Vícios que, dez anos volvidos, se haveria de metamorfosear na pizzaria que hoje conhecemos, a Vícios de Mesa. “Toda a gente que faz concertos sabe que perde dinheiro. Mas os concertos geram tráfego que depois pode ser capitalizado com as atividades conexas à casa”, defende, revelando que o restaurante é responsável por 40% da faturação da casa. Para lá do restaurante, os projetos de consultoria, como o circuito Super Nova, que juntou 16 casas de todo o país numa digressão de vários projetos nacionais, com o apoio da Super Bock, são o outro grande motor financeiro da empresa. “Representam cerca de 20% da faturação. O resto é bar”.

Paralelamente, a Saco Azul – “que há 14 anos é apoiada pela DGArtes” – vai consolidando a sua agenda cultural desde 2002, muitas vezes à boleia dos ciclos de artistas e coletivos saídos da quase vizinha Faculdade de Belas Artes, num trabalho que teve o seu pico de reconhecimento aquando da inauguração da exposição Viarco Express: um século, dez lápis, cem desenhos no Museu da Presidência. “Foi no dia 5 de outubro de 2009, quando a República fez 100 anos. Tivemos honras de chefes de Estado”, recorda Daniel, referindo-se ao projeto que envolveu artistas como Paula Rego, Siza Vieira, Cabrita Reis, Julião Sarmento ou Joana Vasconcelos e que ajudou a histórica Viarco a sair da falência. “Destes 20 anos, temos uma história muito grande para contar”.

Assinalar os 20 anos ao longo de 2021

Na impossibilidade de celebrar os 20 anos juntando a família e público do Maus Hábitos num grande evento de aniversário, Daniel Pires reservou o ano todo de 2021 para comemorar as duas décadas de existência do seu espaço: “decidimos, de alguma forma, não comemorar no online, como toda a gente está a fazer, mantendo, assim, esta nossa postura de contracorrente, um bocadinho mais independente e transgressora”.

A abertura de portas dá continuidade à estrutura programática iniciada no primeiro desconfinamento de 2020, com várias rubricas pensadas para serem fruídas à volta da mesa. “Com isto vimos que muita gente nova, principalmente as pessoas mais velhas, começou a vir ao Maus Hábitos. Se vieres cá numa noite de fado, vais ter pessoas desde os 20 e tais aos 70 e muitos anos”. À segunda há fado à mesa, com curadoria de Miguel Bandeirinha, ou Cabaré à Mesa, que dá a conhecer a cena transformista do Porto; terça é dia de Jazz à Mesa, programado pelo Porta-Jazz; as quartas estão dedicadas ao Cinema à Mesa, em parceria com a Shortcutz Porto e a Porto Femme Sessions; na quinta há concertos intimistas no Sons à Mesa e à sexta sobe a palco o stand-up comedy no Comédia à Mesa, que tem como anfitrião Ricardo Couto.

Ao mesmo tempo que a casa mãe arranca com a programação, o Maus Hábitos lança-se por novos territórios e projetos, cumprindo o desígnio que Daniel Pires idealizou para o seu espaço

No campo das artes plásticas, inaugura no dia 30 de abril a exposição A Longa Sombra, uma coletiva com curadoria de Horácio Frutoso que alia a pintura, a fotografia, o objeto e o vídeo para refletir sobre “um quotidiano veloz, brutal e consumista”; e na Mupi Gallery, Alice Geirinhas inaugura no dia 22 de abril a instalação Nella Casa Della Madre.

“Portugal tem que se conhecer melhor a si próprio e a ideia de cultura tem que ser uma ideia nacional”

Ao mesmo tempo que a casa mãe arranca com a programação, o Maus Hábitos lança-se por novos territórios e projetos, cumprindo o desígnio que Daniel Pires idealizou para o seu espaço: “acho que o Maus Hábitos deveria ser uma espécie de vírus que deveria ir contaminando sempre mais”.

O contágio arranca em maio, com o Festival Entre Cidades, um projeto pensado ainda durante a primeira fase da pandemia e que assenta numa programação em rede espalhada por três autarquias: Braga, Matosinhos e Peso da Régua. Cada autarquia responsabiliza-se pela curadoria de uma programação com artistas locais, apresentando-a primeiramente na sua cidade e depois rodando-as entre si. Ao todo, entre maio e julho, haverá 81 espetáculos, entre música, poesia/spoken word, teatro, performance e dança.

“Nós próprios falámos com o Ministério da Cultura porque achamos que este deveria ser um projeto nacional”, revela Daniel, que inicialmente pensou em juntar no mínimo 10 autarquias de norte a sul do país, mas que viu gorados os seus esforços por causa das candidaturas apresentadas às CCDR (Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional): “Isto está feito para que o dinheiro que é dado, por exemplo, pelo Norte não saia do Norte. Portugal tem que se conhecer melhor a si próprio e a ideia de cultura tem que ser uma ideia nacional”.

“Somos a prova viva de que a única coisa estável que vamos ter daqui para a frente é a mudança. Quem assumir a mudança como um possível caminho, dificilmente se desilude e muito facilmente projeta”, diz Daniel Pires.

Paralelamente, o Maus Hábitos expandir-se-á no início do verão para Trás-os-Montes, ocupando o Café Teatro do Auditório de Vila Real: “se queremos ter ambições a nível nacional, temos que começar pelo Norte. Não estava a ver o Maus Hábitos a sair do Porto e ir para Lisboa. Já me passou pela cabeça, mas não como segundo espaço”. Ganhar escala, em termos artísticos e de negócio – as pizzas, os cocktails, a arte e a música vão todos na bagagem – e possibilitar a itinerância de projetos são os motivos que estão por detrás desta movimentação. “Vila Real acontece como poderão vir a acontecer outras cidades e outros projetos. Estamos sempre abertos aos desafios.”

Apagando o último cigarro da nossa conversa, Daniel despede-se com a mudança na ponta da língua: “Somos a prova viva de que a única coisa estável que vamos ter daqui para a frente é a mudança. Quem assumir a mudança como um possível caminho, dificilmente se desilude e muito facilmente projeta”. Assim serão os próximos 20 anos, antevê, “diversificando ainda mais a nossa atuação”, com a tensão e a irreverência punk a correr no sangue: “O Maus Hábitos é uma forma de estar e uma forma de ser”.

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