Estão juntos há 18 anos e, nos últimos 17, boa parte do tempo foi passado a viajar. “Já perdemos a conta de quantas viagens fizemos juntos, mas já conhecemos mais de 100 países”, dizem Filipa e Diogo. Numa das últimas viagens, percorreram a estrada do Big Sur, na costa da Califórnia, Estados Unidos. A região montanhosa à beira-mar fê-los lembrar-se da costa portuguesa, mas é no desconhecido e no choque cultural que testam os seus limites pessoais e enquanto casal. “Uma viagem sem essa vertente não nos seduz”, dizem. Juntos são autores do blogue Intrepid Jumpers.
“Todas as viagens são diferentes e põem-nos à prova, testando os nossos limites. Nós gostamos de ser testados”, conta o casal, “por isso, tentamos sempre viajar de forma diferente. Isso faz com que a nossa união seja cada vez mais forte. A cada barreira que nos obrigamos a ultrapassar, a nossa relação cresce e ficamos cada vez mais unidos.”
Apesar do crescimento que uma viagem pode trazer à relação — especialmente quando a viagem é aventureira — estes passeios não são momentos de isolamento a dois. Pelo menos para estes viajantes intrépidos: “Interagir com locais é o nosso lema e sim, procuramos sempre lidar com pessoas que nos possam mostrar algo mais sobre o destino para que possamos absorver tudo sobre o país ou a região, voltando mais ricos e mais conhecedores.”
A última viagem deste casal aos Estados Unidos é bem exemplificativa disto. “Os americanos são hospitaleiros e sabem receber”, resumem. Na experiência dos Intrepid Jumpers, numa viagem pelos EUA é fácil surgir um convite para um café ou uma boa história” e são esses momentos que fazem os lugares: “os sítios são feitos pelas pessoas”, afirmam.
Virados para o Pacífico
Depois de terem visitado Nova Iorque, Las Vegas, Los Angeles, Chicago, Colombus, Hawaii, São Francisco e o Grand Canyon, chegou a vez de fazerem uma das road trips míticas da Califórnia e de todos os Estados Unidos: a estrada que atravessa o Big Sur, uma zona montanhosa com vistas abruptas para o oceano Pacífico. Em apenas alguns dias foram de São Francisco a Los Angeles, num roteiro pouco planeado antes da partida, deixando “espaço para o impensável”. Tinham apenas os voos de ida e volta. “Se estivermos a gostar de uma região e quisermos ficar mais tempo, podemos. É sempre importante dar espaço ao imprevisto porque é ele que enriquece a viagem”, aconselham.
Esta road trip foi feita de uma variedade de histórias e lugares como os EUA sempre sabem oferecer. É possível começar numa grande metrópole como São Francisco e em pouco tempo estar num vilarejo perto do mar, como Carmel by the Sea. “Aqui as casas são apenas para bolsos milionários, expondo-se com grande exuberância em frente ao Pacífico intenso”, descrevem.
Foi pouco depois que surgiu o primeiro imprevisto na viagem. “Seguimos para sul e íamos parando nas baías e num ou outro farol para registarmos momentos. A estrada é muito bonita, com enseadas, praias e pequenos ajuntamentos de casas aqui e ali. Na zona de Gorda a estrada ficou cortada e tivemos de fazer um desvio pelo interior. Foi difícil encontrar um sítio para dormir. Aqui está tudo virado para o turismo e demasiado explorado. Um sítio nada decente custa cerca de 100 dólares, um sítio minimamente confortável, 150, e um sítio com algum luxo é incomportável. Acabámos por dormir num motel de estrada e pagámos cerca de 80 dólares, numa vila fora do caminho.”
Uma estrada para dar a volta ao mundo
O desvio foi grande, mas permitiu a exploração de uma zona menos turística, “descobrir outras vilas catitas e paisagens desconhecidas que de outra forma não conheceríamos. Todos os imprevistos acabam por originar histórias engraçadas”. Logo em seguida, a estrada voltou a mostrar baías idílicas e paragens que pediam um mergulho ou mesmo um copo de vinho. “Exploramos Napa Valley e as suas quintas e vinhas de perder de vista, a região mais nobre de vinho da Califórnia. Morro Bay, Obispo, Prismo Beach são algumas paragens obrigatórias até Santa Bárbara, onde comemos umas ostras e ouriços do mar fresquissimos, na marina enquanto apreciávamos os barcos e a paisagem. O calçadão em frente à praia é muito bonito, com palmeiras a dançar ao som do vento, com Cadillacs, jovens a andar de patins e casas bonitas de frente para o mar.”
No caminho até Los Angeles, para terminar a rota, viram até golfinhos a brincar no mar e em Venice Beach, já no destino final, assistiram ao ambiente eclético onde “os artistas têm oportunidade de mostrar e vender os seus produtos, as pessoas fazem musculação na praia e o calçadão está cheio de hoteis, restaurantes e bares”, recordam.
No regresso a casa, “ficamos encantados com a beleza da estrada e surpreendidos com as semelhanças com a costa portuguesa”. No fundo, foi uma viagem “que nos fez dar a volta ao mundo” e deixam um conselho: “Falem com todas as pessoas, interajam. Quem tem vergonha passa mal. Sair da zona de conforto é essencial para conhecerem verdadeiramente o local.” Assim se constroem viagens inesquecíveis e cheias de significado.
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