Só seis deputados do PSD (e não oito, ou até nove, como chegou a ser admitido) votaram a favor da despenalização da eutanásia. E houve dois deputados do PS (e não apenas um, como estava garantido à partida) a votar contra os quatro projetos-lei. Foram estes oito parlamentares que, factualmente, ‘decidiram’ o chumbo da despenalização da eutanásia. Mas as contas são mais complicadas de fazer do que parece à partida.

Ao longo de toda a votação dos 229 deputados (faltou apenas Rui Silva, do PSD, que estava em trabalho parlamentar na China), o ‘contra’ esteve sempre à frente. Mas a divisão foi sempre muito grande, tudo esteve sempre muito renhido, e para o ‘chumbo’ final foi a dispersão de votos dos deputados sociais-democratas e a votação surpreendente de um socialista que acabaram por se tornar determinantes.

De entre os seis deputados do PSD que votaram a favor da despenalização, houve grandes diferenças. Duas parlamentares, Teresa Leal Coelho e Paula Teixeira da Cruz, ‘aprovaram’ os quatro projetos em discussão. Adão Silva e Margarida Balseiro Lopes votaram apenas a favor do projeto do PS. Cristóvão Norte disse ‘sim’ só ao diploma do PAN. Duarte Marques ‘aprovou’ somente os projetos do Bloco e Verdes. Pedro Pinto e Berta Cabral abstiveram-se em todos os projetos. E Bruno Vitorino absteve-se no do PAN, votando contra os restantes. E foi assim que tudo se baralhou.

E, depois, claro houve o PS. Miranda Calha (a maior surpresa da tarde) juntou-se a Ascenso Simões e ambos os socialistas votaram contra todos os projetos.

Estava fechada a contagem.

O projeto do PS foi o que esteve mais perto de passar, com 110 votos a favor, 115 contra, e 4 abstenções. Ficou a cinco deputados de o conseguir e agora só na próxima legislatura o tema pode de novo voltar a Parlamento.

Veja, um a um, como votaram os 229 deputados que estavam ontem no hemiciclo.

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