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O Long March 5B foi lançado a 29 de abril com a primeira parte da próxima estação espacial chinesa a bordo.

AFP via Getty Images

O Long March 5B foi lançado a 29 de abril com a primeira parte da próxima estação espacial chinesa a bordo.

AFP via Getty Images

O que sabemos sobre o foguetão chinês que vai cair na Terra

Desde 1990 que nenhum objeto com mais de 10 toneladas cai descontroladamente para a Terra. Este tem 23 toneladas. O que já sabemos (e ainda não sabemos) sobre o que vai acontecer.

Foi a a primeira de onze missões com o objetivo de montar em órbita a terceira geração da estação espacial chinesa — a Tiangong ou, em português, “Palácio Celestial”. A bordo do foguetão Long March 5B, enviado para o espaço a partir da Plataforma de Lançamentos de Wenchang a 29 de abril — às 11 horas, 23 minutos e 15 segundos em Pequim, menos sete horas em Lisboa —, a China enviou o núcleo desta estação espacial: uma cabine com 16,6 metros de comprimento, 4,2 metros de largura e 22,6 toneladas, o suficiente para três astronautas, onde ficará o centro de controlo da estação, a central de energia, a propulsão e os sistemas de suporte de vida.

Mas algo correu mal durante o lançamento. A cabine, cérebro de toda a estação, que até tem nome próprio — Tianhen ou “Harmonia dos Céus” — foi corretamente colocada em órbita, mas o primeiro estágio do foguetão, um cone com 30 metros de comprimento, cinco de diâmetro e 23 toneladas, que deveria ter começado a descer em direção à Terra de modo controlado, ficou a viajar em redor do planeta, numa altitude de entre 370 quilómetros e 170 quilómetros, e a uma velocidade de cerca de 28 mil quilómetros por hora. Há três décadas que nenhum objeto tão grande ficava à deriva em redor do nosso planeta, pronto a ser atraído pela força da gravidade e sujeito a tentar sobreviver à reentrada na atmosfera.

O estágio do Long March 5B vai passar por cima de Portugal por quatro vezes: das 00h30 às 00h37, das 02h02 às 02h10, das 03h35 às 03h42 e das 05h08 às 05h15. Neste último horário, em Portugal Continental, vai atravessar o céu de oeste para leste-sudeste e será visível a olho nu.

A possibilidade de atingir alguém ou alguma coisa continua remota, graças à dimensão do planeta mas também à nossa própria pequenez: a Space Track Organization diz que há uma probabilidade de 1 em 196,9 milhões (0,000000005%) de acabar numa região de 800 metros em relação a qualquer localização habitada. Mas essa probabilidade é maior do que alguma vez foi desde 1990: o foguetão chinês que está agora a cair desgovernado em direção à Terra tornou-se assim a maior ameaça dos últimos 30 anos.

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Às 12h desta sexta-feira, segundo a página Stuff in Space, o foguetão passava ao sul do Cabo da Boa Esperança a uma velocidade de sete quilómetros por segundo. Às 16h, estava no Pacífico, prestes a passar por cima da América do Sul. Se caísse nestes momentos e naqueles lugares, dificilmente causaria estragos ou colocaria em perigo a vida de alguém. Mas nada garante que assim seja no fim de contas: as últimas previsões da Space Track apontam a colisão para entre as 15h de sábado e as 9h de domingo, horas de Lisboa, no sul do Pacífico; enquanto as contas da The Aerospace Corporation indicam a reentrada para domingo às 04h53, mas com um erro de 11 horas, no Oceano Índico.

Só que o risco de cair em Portugal continua sem ser nulo: lançado para o espaço num plano de 41,5º em relação à linha do equador, o Long March 5B pode cair entre essa latitude no hemisfério norte (sensivelmente onde fica Nova Iorque, Estados Unidos) e a mesma latitude no hemisfério sul (ligeiramente a sul de Sidney, Austrália). E Portugal, desde Braga para baixo, está na possível zona de impacto do foguetão.

Este estágio é tão robusto que os depósitos de titânio e as câmaras de combustão no interior, feitas de materiais mais resistentes e protegidos pelas telhas exteriores do foguetão, podem sobreviver à reentrada na atmosfera e vir a cair no mar — a hipótese mais provável — ou em terra, o que não seria inédito.

Prova disso é o que vai acontecer esta madrugada. O estágio do Long March 5B vai passar por cima de Portugal por quatro vezes: das 00h30 às 00h37, das 02h02 às 02h10, das 03h35 às 03h42 e das 05h08 às 05h15. Neste último horário, em Portugal Continental, vai atravessar o céu de oeste para leste-sudeste e será visível a olho nu. No Funchal será visível das 05h07 às 05h13 (visibilidade marginal) e das 06h39 às 06h46 (visibilidade excelente), na direção nordeste para leste-sudeste. E em Ponta Delgada , Açores, será visível das 05h04 às 05h11 (visibilidade marginal) e das 06h37 às 06h44 (visibilidade boa) na direção oeste-noroeste para este-sudeste. Procure pelo percurso no seu concelho na página N2YO, procurando pelo nome “cz-5B R/B”.

As três maiores preocupações: câmaras de combustão, explosões e detritos milimétricos

A órbita que o estágio do foguetão está a cumprir em torno da Terra não é completamente circular — se fosse, ficaria no espaço como uma nova lua a viajar a velocidades hiperssónicas. Em vez disso, o Long March 5B descreve uma órbita oval, explica Rui Moura, professor do Instituto Geofísico e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto: às vezes aproxima-se mais da Terra e fica a 170 quilómetros do nível médio da água do mar, outras vezes afasta-se mais e fica a 370 quilómetros de altitude.

Acontece que, quanto mais se aproxima do planeta, mais atraído fica pela gravidade e, na translação que fizer a seguir, já não conseguirá alcançar altitudes tão grandes como anteriormente. Mais: cruza-se com as poucas moléculas que compõem a rarefeita camada mais exterior da atmosfera terrestre. São poucas, sim, mas suficientes para sujeitar o foguetão a uma maior força artrítica, o que o abranda. E abranda tanto que, a certa altura, o Long March 5B não tem outro remédio senão finalmente ceder ao brusco ataque da atmosfera terrestre.

Jonathan McDowell, astrónomo do Centro Harvard-Smithsonian para a Astrofísica, está a monitorizar a trajetória do foguetão para chegar a previsões progressivamente mais precisas de onde e quando é que ele vai chegar à Terra. Mas já sabe como vai ser a viagem dele em direção ao solo: a fricção da atmosfera vai criar calor, derreter os painéis exteriores e estilhaça o foguetão em pedaços incandescentes de metal. Mas há um problema: este estágio é tão robusto que os depósitos de titânio e as câmaras de combustão no interior, feitas de materiais mais resistentes e protegidos pelas telhas exteriores, podem sobreviver à reentrada na atmosfera e vir a cair no mar — a hipótese mais provável — ou em terra, o que não seria inédito.

Esta é uma das maiores preocupações desta descida desgovernada do Long March 5B, aponta também o engenheiro Paulo Gil, do Departamento de Mecânica Aeroespacial do Instituto Superior Técnico. Mas não é o único: tipicamente, estes estágios do foguetão costumam manter alguma quantidade de propelente no interior que, com o tempo e quando sujeito as condições extremas de uma reentrada na atmosférica, acaba por ficar instável e explodir. Se isto acontecer suficientemente longe do espaço, bem no interior da atmosfera, o problema é inferior porque a própria explosão acabará por consumir os detritos. Mas se ocorrer em altura, os estilhaços, até mesmo os mais pequenos, podem significar uma ameaça para os satélites.

Rui Moura acredita que tudo não passou de um acidente: provavelmente os motores do foguetão ficaram ligados mais tempo, levando o primeiro estágio para alturas mais elevadas do que era suposto e colocando-o inadvertidamente em órbita. Mas Jonathan McDowell aposta na teoria da "irresponsabilidade".

Ciente de todos estes problemas, a comunidade científica internacional começou a preparar os foguetões para não se manterem em órbita e conseguirem regressar de forma controlada à Terra. Mas esta é a segunda vez no espaço de um ano que a China não cumpre as boas práticas internacionais: em maio do ano passado, um gémeo deste Long March 5B também protagonizou uma queda descontrolada em direção à Terra a 11 de maio; e os destroços acabaram por cair numa vila da Costa do Marfim, onde foram recolhidos pedaços com 12 metros de comprimento. Ninguém ficou ferido, mas algumas habitações ficaram danificadas.

Em 2018, algo semelhante repetiu-se: parte da antiga estação espacial chinesa (Tiangong-1) entrou em rota de colisão com a Terra, acabando por aterrar nas coordenadas 24.5°S 151.1°W, no Oceano Pacífico. A reentrada destruiu grande parte do laboratório, mas um pescador da ilha de Maupiti, um atol na Polinésia Francesa, ainda testemunhou o momento em que as peças mais resistentes atingiram a superfície do mar e se afundaram. Foi a queda do maior objeto artificial vindo do espaço desde que, em 2011, a missão russa Fobos-Grunt (que tinha por objetivo recolher amostras do solo marciano e retorná-las para Terra) falhou e acabou por cair no Oceano Pacífico. Só que o Fobos-Grunt tinha 2,3 toneladas. A Tiangong-1 tinha oito. E o primeiro estágio do Long March tem mais de 20. É “preocupante”, classificou Jonathan McDowell, um exemplo de os chineses a serem “condutores imprudentes” de naves espaciais.

Agora, como há um ano, ninguém sabe o que vai acontecer: o foguete parece estar aos trambolhões, a área exposta à fricção está constantemente a mudar, o coeficiente de resistência aerodinâmica (uma medida que indica a resistência que o objeto tem ao ar) está por calcular e não se sabe exatamente do que é feito, aponta Paulo Gil.

Além disso, a rota do Long March também depende da densidade da atmosfera, que mesmo aumentando de forma mais ou menos proporcional à medida que nos aproximamos do solo, tem variações significativas que fazem toda a diferença, e da intensidade dos ventos solares. É por tudo isto que só saberemos o veredito cerca de três horas antes da queda. Há apostas na internet.

A 11 de julho de 1979, o Skylab, com as suas 77 toneladas de massa, entrou pela atmosfera terrestre e as peças sobreviventes da turbulenta viagem acabaram espalhadas no Oceano Índico e por algumas áreas habitadas da Austrália Ocidental, numa região com 7.400 quilómetros. A NASA tinha dito que a probabilidade de alguém ser atingido por uma peça da estação espacial era de um em 152, mas isso não descansava ninguém.

Mas que culpa tem a China deste alvoroço? Rui Moura acredita que tudo não passou de um acidente: provavelmente os motores do foguetão ficaram ligados mais tempo, levando o primeiro estágio para alturas mais elevadas do que era suposto e colocando-o inadvertidamente em órbita. O erro do ano passado pode ser justificado pela simples inexperiência dos chineses, que só agora estão a apostar mais (e estão a apostar tudo) nas viagens espaciais desta magnitude. Mas Jonathan McDowell aposta na teoria da “irresponsabilidade”: os chineses simplesmente não prepararam o foguetão para regressar à Terra de forma controlada e deixaram-no à mercê nas forças naturais para regressar sem ferir ninguém pelo caminho, aponta. Certo é que eventos como este já aconteceram no passado com outras nações.

Não é, de resto, a primeira vez que acontece algo assim, recorda o advogado Pedro Hilário ao Observador. Em 1996, um foguete chinês caiu sobre uma aldeia próxima de Xichang e, embora as estimativas internacionais falem de centenas de vítimas mortais, o país anunciou apenas seis. E a 23 de novembro de 2019, a queda de um foguetão Long March 3B destruiu várias habitações numa aldeia perto de Xichang e um fumo amarelo, possivelmente causado por um propelente altamente tóxico, invadiu as redondezas.

O dia em que uma estação espacial inteira furou a atmosfera da Terra

Richard Nixon nunca compreendeu a necessidade de regressar à Lua outras seis vezes depois de os Estados Unidos da América terem derrotado a União Soviética com a missão Apollo 11. O desinteresse do presidente norte-americano pelo nosso satélite natural e a indiferença pela ideia de aspirar a uma missão tripulada a Marte eram tão palpáveis que a fotografa do nascer da Terra a partir da Lua, captada pelo astronauta William Anders na véspera de Natal de 1968, durante a missão Apollo 8, foi substituída logo em 1970 por um quadro de uma paisagem genérica na Sala Oval. Foi a custo que os conselheiros científicos do presidente norte-americano o convenceram a arrastar a agenda do programa Apollo até dezembro de 1972, mas onze meses antes já tinha fechado essa porta para abrir outra: a construção de uma estação espacial integrada em órbita — o Skylab.

A Convenção de Responsabilidades que estabelece que os estados signatários têm responsabilidade internacional por todos os objetos espaciais lançados a partir do seu país. Esta convenção só foi aplicada uma vez: quando o Kosmos 1402, um satélite espião soviético, caiu e contaminou com urânio enriquecido um território canadiano em 1983.

Embora só tenha sido habitada entre maio de 1973 e fevereiro de 1974, o Skylab foi útil para o desenvolvimento científico: serviu como observatório do Sol e da Terra; e foi o laboratório para centenas de experiências, as primeiras feitas no espaço. Mas tinha um defeito: tinha sido construído para se manter em órbita em redor do planeta, a 435 quilómetros de altitude, mas não tinha sido construído para descer. Por isso, em 1979, após alguns meses de ajustes orbitais na esperança de evitar danos maiores, não houve outro remédio senão deixar o Skylab mergulhar descontroladamente para a sua destruição enquanto atravessava a atmosfera terrestre. Onde ia cair não se sabia. Nem quando. Mas sabia-se que boa parte do laboratório seria destruída pela fricção da atmosfera.

Mas boa parte não significa toda: a 11 de julho de 1979, o Skylab, com as suas 77 toneladas de massa, entrou pela atmosfera terrestre e as peças sobreviventes da turbulenta viagem acabaram espalhadas no Oceano Índico e por algumas áreas habitadas da Austrália Ocidental, numa região com 7.400 quilómetros. A NASA tinha dito que a probabilidade de alguém ser atingido por uma peça da estação espacial era de um em 152, mas isso não era tranquilizador. Certo é que o Skylab terminou a viagem ser ferir ninguém. Pelo contrário: valeu uma boa maquia a quem entregou peças do laboratório a um jornal australiano que ofereceu um “seguro Skylab” de 10 mil dólares a quem recolhesse a primeira peça e a apresentasse à redação; e também uns souvenirs espaciais a algumas dezenas de habitantes da cidade de Esperanza que nunca entregaram as peças que encontraram às autoridades.

Mesmo antes deste episódio, durante a Guerra Fria, o mundo começou a preparar-se para a corrida espacial, contextualiza Pedro Hilário. O Tratado do Espaço Sideral — o nome curto que se arranjou para o “Tratado sobre os Princípios que Regem as Atividades dos Estados na Exploração e Utilização do Espaço Sideral, Incluindo a Lua e Outros Corpos Celestes” —, que Portugal assinou em 1971, impede um país de reclamar a propriedade de um corpo celeste ou de usar o espaço como campo de batalha. Mas já não chegava nessa altura e agora continua sem chegar: era preciso um novo acordo que responsabilizasse os Governos por recuperar do espaço tudo o que para lá enviassem.

Em 1972, continua Pedro Hilário, nasceu esse novo acordo: a Convenção de Responsabilidades, que estabelece que os estados signatários têm responsabilidade internacional por todos os objetos espaciais lançados a partir do seu país. Independentemente de quem lança efetivamente o objeto, se ele for enviado a partir de um determinado país e acabar por causar danos noutro (seja no lançamento ou no regresso à Terra), é o estado lançador que deve indemnizar quem foi prejudicado por ele. Esta convenção só foi aplicada uma vez: quando o Kosmos 1402, um satélite espião soviético, caiu e contaminou com urânio enriquecido um território canadiano em 1983.

Segundo a convenção, considera-se um dano a “perda de vidas humanas, ferimentos corporais ou outros prejuízos à saúde; perdas ou danos de bens do Estado, de pessoas singulares ou coletivas, ou de organizações internacionais intergovernamentais”. A China concordou com estes termos em 1988 mas, tal como o Tratado do Espaço Sideral, eles já não são suficientes — sobretudo porque a exploração espacial já não está apenas nas mãos dos governos, mas também na de empresas privadas como a SpaceX, recorda Pedro Hilário. O acordo está “desatualizado”.

Leis à parte, a comunidade internacional entende que a China falhou a um pacto de ordem científica que reina desde os anos 90 graças a experiências como a queda da estação espacial Skylab, acrescenta Jonathan McDowell: é tolerável deixar objetos com até 10 toneladas em queda livre em direção à Terra porque a atmosfera consumirá a totalidade dos materiais; mas mais do que isso, não sendo proibido, é pouco ético, considera o astrónomo.

Os chineses fecharam-se em copas sobre este assunto, mas ele preocupa cada vez mais o resto do mundo: serão precisas mais 10 missões para que a Tiangong-3 esteja terminada e todas as partes da estação espacial vão viajar a bordo de um Long March 5B, colocando a questão sobre se a China tem planos de contingência para evitar que novas reentradas descontroladas desta ordem ocorram. Será preciso muito azar para que alguém seja atingido por um pedaço de um foguetão. Mas o azar existe mesmo e, quanto mais vezes se testa a sorte, mais provável ele se torna.

Prova disso foi o espetáculo luminoso a que os norte-americanos tiveram direito na madrugada do último dia 26 de março, quando o estágio de um foguetão da SpaceX, enviado para o espaço 22 dias antes, entrou finalmente na Terra e acabou por ser consumido pelas chamas. Parte do foguetão Falcon 9 iluminou o céu noturno com vários feixes de luz ao passar mesmo por cima do coração do estado de Washington. Essa parte só tinha três toneladas — era seis vezes mais pequeno que o estágio do Long March 5B —, mas grande o suficiente para impressionar estes internautas.

https://twitter.com/vincelavecchia/status/1375297806307532800

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