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“Visionário”, “desajeitado”, um “robô”. O “novo César”, o “rapaz prodígio”, um verdadeiro “palerma”. O “revolucionário” “brilhante” que não terminou a universidade e se tornou no empreendedor multimilionário mais jovem da história, aos 23 anos. Mark Zuckerberg, o miúdo que aos 12 anos criou um software de troca de mensagens para ajudar o pai (dentista) no consultório que tinha em casa, ainda o AOL Instant Messenger não tinha sido criado, e que aos 19 criou a rede social que hoje liga 2 mil milhões de pessoas no mundo. Catorze anos depois, o valor de mercado do Facebook é superior a 460 mil milhões de dólares — quase três vezes o valor do PIB português em 2017.
Rico, bem sucedido, filantropo, Mark Zuckerbeg senta-se esta terça e quarta-feira no Congresso norte-americano para explicar o que se passou com os dados dos 87 milhões de utilizadores que foram usados indevidamente pela Cambridge Analytica e que voltaram a pôr as políticas de privacidade do Facebook na agenda mediática.
#DeleteFacebook ou #ZuckerbergResign (#ApagarFacebook ou #ZuckerbergDemite-te)? Para o gestor de 33 anos, nem uma coisa nem outra: a maior rede social do mundo parece estar na Internet para ficar, com ele à cabeça. Mesmo que “demore algum tempo a implementar todas as mudanças” e que seja ele “o responsável” pelo que acontece na empresa. “Foi o meu erro, e peço desculpa“, disse no Senado.
Com uma fortuna pessoal avaliada em 63,2 mil milhões de dólares, Mark Zuckerberg é fundador, presidente executivo e presidente não executivo do Facebook — a rede social que lançou quando era caloiro de Psicologia e Ciências de Computação na Universidade de Harvard. Não chegou a concluir os estudos, mas isso não impediu que lhe atribuíssem um doutoramento Honoris Causa, em 2017 — nem a polémica que criou 14 anos antes quando lançou o Facemash, programa que permitia aos alunos votarem nos colegas mais sexy e que Zuckerberg criou na madrugada em que Erica, a namorada, o deixou. Em poucas horas, o tráfego foi tal que a ligação de Internet da universidade foi abaixo: 450 pessoas votaram pelo menos 22 mil vezes. As reações não tardaram e o “rapaz prodígio de Harvard” não teve outra solução que não fosse desculpar-se publicamente.
Poucos meses depois, Zuckerberg criava o TheFacebook e aos milhões de utilizadores e de dólares, somaram-se 14 anos de pedidos de desculpa. “Lembro-me de lhe dizer que estava entusiasmado por ligar toda a comunidade de Harvard, mas que um dia alguém ia ligar o mundo todo. E nem sequer me ocorreu que esse alguém podíamos ser nós. Éramos apenas miúdos na universidade. Não sabíamos nada. Havia toda uma série de grandes empresas tecnológicas que tinham recursos, apenas assumi que uma delas o faria. Mas era uma ideia que era tão clara para nós – que todas as pessoas queriam conectar-se. Por isso, continuámos sempre em frente, dia após dia”, disse Zuckerberg no discurso que fez em maio de 2017, em Harvard.
Quase um ano depois, a forma como “continuou sempre em frente, dia após dia” levou a que a empresa de análise de dados britânica Cambridge Analytica utilizasse dados de 87 milhões de perfis para ajudar Donald Trump a vencer as eleições legislativas de 2016, através de um aplicação criada por Aleksandr Kogan, a thisisyourdigitallife, que convidava os utilizadores a fazer um teste de personalidade “para uso académico”, em troca de dinheiro. Para poderem participar, permitiam que a aplicação acedesse aos seus dados e aos dos amigos. Foi assim que Kogan conseguiu que a informação de 300 mil utilizadores se transformasse na informação de 50 milhões e chegasse às mãos dos analistas da Cambridge Analytica, como revelou o ex-funcionário Cristopher Wylie ao The Guardian e ao The New York Times, em março. O Facebook admitiu mais tarde que foram expostos mais 37 milhões de dados.
12 coisas que tem de saber para perceber a polémica do Facebook e da Cambridge Analytica
Desde que a polémica rebentou que Mark Zuckerberg tem estado debaixo de duras críticas, com vários opinion makers a sugerir que o melhor que o milionário de 33 anos tem a fazer é despedir-se e abrir caminho para que a maior rede social do mundo entre num novo capítulo, renovado. A resposta do fundador do Facebook tem sido clara: não lhe passa pela cabeça sair da empresa que mudou a forma como as pessoas comunicam e que fez dele uma das pessoas mais influentes do mundo. O caminho passa por ultrapassar aquela que é a fase mais negra da história do Facebook em união. “Não vou tentar culpar alguém”, disse numa conversa telefónica que teve com jornalistas de todo o mundo. “Na dúvida, se alguém é responsável, sou eu”, afirmou.
Mark Zuckerberg sobre Cambridge Analytica: “No final do dia, se alguém é responsável, sou eu”
Responsabilidades assumidas, mas sem consequências de maior. Pouco dado a aparições públicas e a entrevistas a jornalistas, Zuckerberg tem utilizado a rede social que criou para se manifestar publicamente sobre vários assuntos relacionados com o Facebook (e não só). Quando o escândalo da Cambridge Analytica estoirou, Zuckerberg demorou quatro dias a pronunciar-se, com o seu silêncio a ser ampla e publicamente criticado. “Houve uma quebra de confiança entre o Facebook e as pessoas“, disse no primeiro post que escreveu sobre o assunto e onde admitiu “que se não conseguia proteger os dados dos utilizadores, então não merecia servi-los”.
No início do ano — nos habituais desejos de Ano Novo — Zuckerberg, que é há muito fã do Império Grego, tinha escrito que o combate à propagação de notícias falsas e ao discursos de ódio eram duas das prioridades para 2018. “Não vamos prevenir todos os erros ou abusos, mas atualmente fazemos demasiados erros quando aplicamos as nossas regras e prevenimos a má utilização das nossas ferramentas.” Estávamos longe de imaginar que dois meses depois, Zuckerberg estaria a rever todas as políticas da rede social para lidar com o maior abuso de todos: o da invasão da privacidade. Na União Europeia, podem ter sido afetados até 2,7 milhões de utilizadores.
O miúdo de 12 anos que em 1996 estava à frente da AOL
A história é conhecida e deu origem a um livro (“The Accidental Billionaires”, escrito por Ben Mezrich) e a um filme, “A Rede Social”, realizado por David Fincher e protagonizado por Jesse Eisenberg. Zuck (como era conhecido e tratado pelos amigos) lançou o TheFacebook a 4 de fevereiro de 2004 no dormitório onde vivia em Harvard, com o amigo Eduardo Saverin. “Wardo“, como também era tratado pelos amigos, investiu 1.000 dólares no projeto de Zuckerberg, do qual era diretor financeiro, e mais tarde, investiu outros 18 mil dólares no (já) Facebook. Foi com esse dinheiro que Zuckerberg se mudou para Palo Alto, em São Francisco, fez crescer a equipa e juntamente com Sean Parker, fundador do extinto Napster, conseguiu o primeiro investimento: 500 mil dólares de Peter Thiel.
À medida que o número de colaboradores e de utilizadores do Facebook galopava, os problemas de Zuckerberg com a justiça começavam: os gémeos Tyler e Cameron Winklevoss e o amigo Divya Narendra acusaram Zuckerberg de lhes roubar a ideia da rede HarvardConnection (mudariam o nome mais tarde para ConnectU) quando o convidaram para programar o site com o qual queriam unir os estudantes de Harvard. Os gémeos acusaram Mark Zuckerberg de os empatar enquanto se apropriava da ideia para criar o TheFacebook. Em setembro desse ano, Tyler e Cameron Winklevoss e Divya Narendra processaram Mark Zuckerberg — processo que ficou resolvido quatro anos depois, num acordo de 65 milhões de dólares — e não foram os únicos.
Em 2005, Saverin acabaria por ver as suas ações (que representavam mais de 30% do capital social da empresa) reduzidas substancialmente, numa operação de financiamento que afastou os dois melhores amigos e levou Wardo a processar Zuck, em 2005. Os advogados dos dois fundadores do Facebook conseguiram chegar a um acordo de indemnização para Saverin, mas o valor não foi revelado e o processo manteve-se confidencial.
A partir daqui, a vida do gestor nunca mais foi a mesma: aos 23 anos, o Facebook atingiu uma valorização superior a mil milhões de dólares, Zuckerberg tornou-se no multilionário mais jovem de sempre e aos 24 anos o Yahoo tenta comprar a empresa por esse valor. Mark Zuckerberg recusa, para espanto da comunidade tecnológica.
Anos mais tarde, o multimilionário viria a contar que tinha sido esta a “fase mais dura” pela qual tinha passado à frente do Facebook. “Acreditava naquilo que estávamos a fazer, mas sentia-me sozinho. E pior, era por minha culpa. Questionei-me se não estaria errado — eu, um impostor de 22 anos que não fazia ideia de como o mundo funcionava”, disse o programador que ainda estava no liceu quando criou um player de música em MP3 que funcionava tendo por base os gostos dos utilizadores: o Synapse. A Microsoft soube da invenção do adolescente, tentou comprar-lhe o programa e Zuckerberg – o mesmo adolescente que aos 12 anos criou para o pai um programa de troca de mensagens que se assemelhava ao ainda por nascer Instant Messenger — recusou. Disponibilizou-o mais tarde gratuitamente na Internet.
[trailer d’A Rede Social, em 2010]
Prodígio e introvertido como era, quando chegou a Harvard, Zuckerberg virou-se para o computador e criou o CourseMatch, um programa que permitia aos utilizadores descobrir as aulas a que queriam ir, tendo por base as escolhas dos outros alunos. Depois deste, seguiu-se o Facemash e só depois o TheFacebook — que numa primeira fase era reservado à comunidade de Harvard, para se expandir mais tarde a mais universidades. Até que a rede se internacionalizou e permitiu que qualquer pessoa se registasse. No início, todas as páginas do site tinham escrito “Uma produção de Mark Zuckerberg”. Não era o dinheiro que o movia, era o potencial de missão social que estava a criar.
Na carta que escreveu para os investidores, antes de o Facebook ser admitido em bolsa, em 2012, o jovem de 28 anos dizia: “O Facebook não foi originalmente criado para ser uma empresa. Foi construído para cumprir com uma missão social — tornar o mundo mais aberto e ligado.” Quando o Facebook foi admitido no índice tecnológico NASDAQ, nos EUA, a 18 de maio de 2012, cada ação valia 38 dólares. Na manhã desta terça-feira, cada título da rede social valia 157,93 dólares. Pelo caminho, Zuckerberg tentou comprar todas as novas apps que de uma maneira ou de outra poderiam fazer concorrência ao Facebook, sendo que as mais mediáticas foram o Instagram (que comprou por mil milhões de dólares) e o WhatsApp (que comprou por 19 mil milhões de dólares).
De Evan Spiegel, recebeu uma tampa: o fundador do Snapchat recusou a oferta de compra do Facebook no valor de 3 mil milhões de dólares, em 2013, e quatro anos depois, a rede social de partilha de imagens que desaparecem em 24 horas estreou-se na bolsa norte-americana em nome própria. Desde que Spiegel se recusou a vender o Snapchat a Zuckerberg, que o multimilionário tem feito de tudo para integrar funcionalidades semelhantes à do Snapchat em todas as suas apps: Facebook, Instagram e WhatsApp.
É uma “loucura”, mas o Snapchat vai mesmo para a bolsa. E vale 20 mil milhões
Desculpa, desculpa, desculpa, desculpa…
Doze anos depois, não sabemos se as perguntas de Zuckerberg voltaram, mas sabemos que os pedidos de desculpa se foram acumulando de ano para ano. Logo em 2006, quando o Facebook introduziu o mural de notícias (Newsfeed), os utilizadores ficaram apreensivos com a mudança, revoltaram-se com o facto de todas as publicações aparecerem num só sítio. E começaram as desculpas: “Fizemos um mau trabalho ao explicarmos o que eram as novas funcionalidades e um trabalho ainda pior quando vos demos controlo sobre elas“, recorda o Washington Post. No ano seguinte, a propósito do Beacon, o primeiro produto direcionado à publicidade: “Simplesmente fizemos um mau trabalho com este lançamento, e peço desculpa por isso”. Em 2009, a empresa descontinuou este produto.
Também em 2009, Zuckerberg desculpou-se outra vez pelos novos termos de serviço que o Facebook lançou: “Nós últimos dias, recebemos muitas questões e comentários… Baseados neste feedback, decidimos voltar aos termos que tínhamos antes até reslvermos este assunto. No ano seguinte, a propósito dos dados de utilizadores que foram usados por anunciantes: “Às vezes, avançamos demasiado depressa… Vamos adicionar controlos de privacidade que são mais simples de utilizar. Vamos também dar-vos uma forma mais fácil de desligarem todos os serviços de terceiros”. E em novembro de 2011: “Sou o primeiro a admitir que cometemos muitos erros”, disse um Zuckerberg de 27 anos, já na altura consciente das falhas que a rede tinha em matéria de privacidade dos utilizadores.
A polémica não é de agora. Em novembro de 2011, a Comissão Federal de Comércio (FTC) norte-americana acusou o Facebook de enganar os consumidores, porque lhes disse que iria manter as suas informações privadas, mas permitiu que fossem partilhadas e tornadas públicas. “O Facebook sempre se comprometeu em ser transparente sobre a informação que partilharam connosco – e fizemos com que a Internet desenvolvesse ferramentas que permitiam que as pessoas vissem e controlassem o que partilhavam.” Nada de novo, portanto.
Dois anos depois, a polémica da privacidade dos dados continua, levando Michael Richter, ex-responsável pela área no Facebook a pronunciar-se publicamente: “São vocês que controlam com quem partilham os vossos interesses e gostos no Facebook“.
Na sequência do caso Cambridge Analytica, a FTC abriu novamente uma investigação à tecnológica.
Comissão Federal de Comércio confirma que está a investigar o Facebook
Em março de 2018, é o próprio Zuckerberg que relembra na rede social que criou: “Temos a responsabilidade de proteger os vossos dados e, se não conseguirmos fazê-lo, então não merecermos servir-vos“. Nas inesperadas entrevistas que deu depois do escândalo Cambridge Analytica, aproveitou quase todas as ocasiões para pedir desculpa, mas o aparente arrependimento não foi suficiente para evitar que várias personalidades da comunidade tecnológica, como Elon Musk (fundador da Tesla e da Space X), Tim Cook (presidente da Apple), Steve Wozniak (co-fundador da Apple), apagassem as contas que tinham na rede social. “Woz” chegou mesmo a dizer que se sentia enojado com o que o Facebook tinha feito.
“Devia incomodar toda a gente a quantidade de dados a que eles [Facebook] têm acesso, como informação do perfil que pensamos ser privada”, afirmou Wozniak num e-mail enviado à CNN. “A minha repugnância é com o Facebook. Mas, como todos, cliquei em ‘Aceitar’ e ‘Ok’ ou outro e dei tudo ao Facebook. Senti-me sempre mal por as redes sociais poderem vender dados, como as minhas fotografias, e ficarem com o dinheiro todo”, acrescentou.
Steve Wozniak, co-fundador da Apple, está “enojado” com o Facebook
A mulher, as duas filhas e a fundação Chan Zuckerberg Initiative
Apaixonaram-se numa festa em Harvard, em 2003, enquanto esperavam pela sua vez para ir à casa de banho. Mark Zuckerberg ainda não tinha fundado o Facebook quando conheceu Priscilla Chan, mas casou com ela um dia depois de a rede social se estrear na bolsa nova-iorquina, a 19 de maio de 2012. Três anos depois tiveram a primeira filha, Max, e no ano passado nasceu a segunda, August, no mês de Agosto. Como a lua-de-mel foi mais curta do que o que se esperava — apenas uma escapadinha a Roma, em Itália, Zuckerberg prometeu a Priscilla que teriam direito a uma lua-de-mel nova e diferente todos os anos. E assim tem sido.
“Ele era este tipo nerd que parecia um pouco deslocado“, contou Priscilla Chan, hoje médica pediatra em São Francisco, numa entrevista à New Yorker.
Chan foi uma das primeiras pessoas a juntar-se à rede social: o seu perfil foi criado a 5 de fevereiro de 2004. Seis anos depois, já viviam juntos, na California, apesar de Chan ter estudado na Universidade de Boston — do outro lado dos Estados Unidos. Quando tomaram essa decisão, ele com 26 anos e ela com 25, Mark Zuckerberg anunciou-a num post na rede social que criou quando era solteiro: “Priscilla Chan muda-se para minha casa este fim de semana. Agora, temos dois pares de várias coisas. Se precisarem de eletrodomésticos, pratos, copos, etc, por favor passem pela nossa casa e levem antes que os demos”.
De acordo com o TechCrunch, o Facebook absorve de tal maneira Mark Zuckerberg que Chan teve de lhe exigir um tempo mínimo de 100 minutos por semana, para que pudessem estar sozinhos, sem ser nos escritórios do Facebook. Aos 100 minutos, Chan, que é filha de dois refugiados chineses que viveram no Vietname antes de se mudarem para os Estados Unidos, juntou um encontro semanal. Devido à ascendência familiar da mulher, Zuckerberg teve aulas de mandarim e numa intervenção que fez na Universidade de Pequim, respondeu a 30 minutos de questões no idioma local.
Com uma relação que é tão longa quanto o próprio Facebook, o amor de Mark e Priscilla já deu frutos de mil milhões, quando Max nasceu e ambos lançaram a fundação Chan Zuckerberg Initiative. Para celebrar a data, escreveram uma carta à filha, na qual explicavam que iam doar 99% das ações da rede social para caridade: “Já nos deste uma razão para refletir acerca do mundo em que esperamos que vivas,” escreveu Zuckerberg. O casal anunciou a gravidez no Facebook e pôs a América a falar num tema sensível: o aborto. No post que partilharam, escreveram: “Há um par de anos que andávamos a tentar ter um bebé e durante este tempo sofremos três abortos espontâneos.”
Com a organização Chan Zuckerberg Initiative, o casal quer “promover o potencial humano e promover a igualdade para todas as crianças na próxima geração”. Mas de acordo com o The New York Times, o ato de altruismo e de filantropia daquele que é um dos homens mais ricos do mundo foi apenas uma forma de Zuckerberg criar um novo veículo de investimento, que muito dificilmente se pode traduzir por “caridade”. Discreta, pouco ativa na rede social, Priscilla tem sido apontada como a próxima Melinda Gates, que gere com o marido Bill Gates a maior fundação privada do mundo, a quem não passou despercebida a Chan Zuckerberg Initiative.
Na rede social, Melinda Gates escreveu: “Wow. O exemplo que estão a definir hoje é uma inspiração para nós e para o mundo. (…) Como dizem, ‘as sementes plantadas hoje vão crescer’. O vosso trabalho vai dar frutos por muitas décadas”. Em 2010, Mark Zuckerberg já tinha assinado juntamente com Bill Gates e Warren Buffett, a promessa de doarem pelo menos metade da sua riqueza para a caridade ao longo da vida, e convidaram outros milionários a fazerem o mesmo. Três anos depois, Zuckerberg doou 18 milhões de ações do Facebook à Silicon Valley Community Foundation.
Em agosto de 2017, Mark Zuckerberg e Priscilla Chan foram pais pela segunda vez de mais uma menina e voltaram a escrever-lhe uma carta, que publicaram na rede social que tem estado debaixo de duras criticas nas últimas semanas. Foi lá que escreveram o quão “felizes” e “otimistas” estavam por receber a filha August. “Escrevemos-lhe uma carta sobre o mundo no qual esperamos que cresça, esperando também que não cresça rápido demais”. Um mundo “que pode ser um lugar sério”, onde “é importante arranjar tempo para ir para a rua brincar”. E direito à privacidade, desejam os 2 mil milhões de utilizadores da maior rede social do mundo.