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Sandra Ruiz é natural da Cidade do México e já lançou dois restaurantes em Lisboa em que dá a provar a verdadeira comida mexicana.
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Sandra Ruiz é natural da Cidade do México e já lançou dois restaurantes em Lisboa em que dá a provar a verdadeira comida mexicana.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Sandra Ruiz é natural da Cidade do México e já lançou dois restaurantes em Lisboa em que dá a provar a verdadeira comida mexicana.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Sandra Ruiz, a "deusa do pozole" que traz a Lisboa os outros sabores do México: "O segredo? Não estamos a inventar nada?"

Queria ver mundo e chegar à Ásia, conheceu o marido em Portugal. Cozinhava para outros mexicanos com fome de casa e tornou-se a empresária e cozinheira de sucesso à frente do Potzalia e RePotzalia.

De um ímpeto guloso nasceu um pudim picante com goiaba e queijo. “O doce é o meu sabor favorito e tinha de experimentar juntá-lo a estes outros.” O relógio aponta para a hora da sobremesa mexicana, o que significa que já vamos a meio da tarde. “No México não é depois do almoço, é ao lanche.” Estamos com Sandra Ruiz, a “deusa do pozole” do Potzalia. Fenómeno da comida tradicional mexicana escondido nas galerias comerciais Multicentro, em Entrecampos, o sucesso que atingiu neste ano e meio deveu-se ao mais primitivo dos métodos: o passa a palavra de um comensal bem impressionado. A eficácia foi de tal ordem que se gerou o desequilíbrio entre a procura das pessoas e a oferta de cadeiras, o que nos traz até aqui. Porque na sua terra “re” é prefixo para “o mais”, nasce o RePotzalia, segundo espaço, agora na Duque de Loulé, com uma oferta reforçada, ligeiramente diferente, mais arriscada, mas pronta a educar: traz a Lisboa os huaraches, enchilladas ou pambazos e mostra que o México é maior do que tacos, burritos e quesadillas.

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Mas quem é, afinal, a “deusa do pozole”? A história de Sandra Ruiz não é feita de planos bem delineados e prova que o deixar-se ir também acaba em bom porto. A mais nova de quatro irmãs, cresceu com uma família grande, com a cozinha em lugar de destaque no correr do quotidiano. Deixou a carreira na área do comércio internacional e, de mochila às costas com a Ásia em vista, foi empurrada pela validade do passaporte para Portugal. Quatro dias depois de conhecer o futuro marido através de couchsurfing, não quiseram perder tempo: combinaram formar família. Estão casados há nove anos e têm dois filhos. Com saudades de casa, começou a organizar jantares para os conterrâneos residentes na capital, onde se destacou a habilidade em fazer o pozole, um caldo de milho branco. O sorriso meigo e a voz tímida não a impedem de responder a todas as dúvidas de quem visita os seus dois espaços.

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O famoso de pozole — um caldo aqui "rojo" com milho branco — que valeu a Sandra Ruiz a alcunha o estatuto de deusa.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Estava à espera de tanto sucesso?
Não, nunca.

A que é que acha que se deve?
Talvez porque não inventámos nada. Replicamos o que já está feito, só transmitimos aquilo que já se faz no México. Uma característica muito importante da Repotzalia e da Potzalia é que não estamos a inventar nada. Há muitos restaurantes cá, muito bons, que põem coisas extra. Nós não.

Ainda assim, abriu o primeiro restaurante dentro de um pequeno centro comercial perdido em Entrecampos. Faz ideia de como é que as pessoas chegaram até lá?
Não sei se foi sorte… Mas tivemos muitas visitas de pessoas, foodies, pessoas que gostam muito de comida. Esses começaram a passar a palavra. Antes de abrir a Potzalia também fazia muitos pop-ups e houve pessoas que começaram a conhecer o projeto, então já tinha pessoas à minha procura, que me perguntavam “onde é que posso comer isto?”. E não havia um lugar. O lugar onde nasceu a Potzalia nem estava pronto para o atendimento ao público, estava orientado para take away e delivery. Encontrei-o quando, primeiro, comecei a trabalhar com a EatTasty, que compra comida aos restaurantes e entrega aos clientes — não sabemos quem é o cliente e eles não sabem quem somos.

Como correu?
É um projeto giro, mas foi muito cansativo, implica vender muita comida num período de tempo muito curto — 50 caixas, 100 caixas, 200 caixas em pouco mais de cinco horas. É muito bom para quem tem instalações grandes com muita gente. Não era para mim. A opção seguinte era abrir um espaço. E como já tinha aquele no Multicentro arrendado para um ano, arrisquei um bocadinho.

Já disse que não é chef, é cozinheira. Mas nem foi por aí que começou.
No México estamos sempre em contacto com a cozinha. Quando fazemos um aniversário, toda a gente, homens e mulheres, fazem alguma coisa — tu levas isto, eu levo aquilo, toda a gente ajuda. A minha história começou assim. Eu era a mais pequena de quatro irmãs e fazia o que ninguém mais queria fazer: cortar a cebola, lavar a loiça. Mas às tantas começamos a prestar atenção, a olhar para os sabores, para as texturas. E começou assim, muito vagamente. Já mais crescida, já a viver sozinha, fazia as minhas receitas, cozinhava. Mas nunca foi um projeto de vida.

Esse projeto começou só em Portugal.
Sim. Começou porque tinha muitas saudades da comida mexicana. Dizia em grupos de Facebook com mexicanos que ia fazer pozole e se quisessem vir a minha casa, eram bem-vindos. Pessoas que eu nem conhecia. E muitas pessoas começaram a vir. E comíamos às vezes pozole, às vezes pastor, comida que a gente não costuma encontrar deste lado do Atlântico. Tentei tentei fazer outro tipo de trabalho, procurei na minha área que é comércio internacional, mas não deu, por muitas razões — por exemplo, os meus filhos eram muito pequenos e um deles tem autismo, não queríamos [Sandra e o marido] que eu ficasse longe deles, quando ainda eram muito pequenos. Então, tentei começar a vender comida, aos bocadinhos. Até que os meus amigos começaram a dizer que tinha de criar um restaurante porque a comida era muito boa. A ideia começou a crescer assim na minha cabeça.

O RePotzalia fica junto a Picoas, num espaço onde antes funcionava uma antiga farmácia.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

E foi assim que se tornou na “deusa do pozole”. Também é conhecida assim, não é?
Sim, é uma brincadeira. Eu fazia sempre pozole, que é um prato muito difícil de fazer porque leva, pelo menos, dois dias de preparação, às vezes três. Os nomes das deusas mexicanas terminam sempre com “lia”  — significa “a deusa do”. E, por isso, eles inventaram um nome. É daí que vem a potzalia — potzalia, a deusa do pozole. Esta palavra não existe, mas ganhou um significado muito especial. Foi criada em minha casa, em jantares com muitas pessoas a conviver, que é como são os jantares mexicanos, entre amigos e familiares. Foi uma ideia que não foi minha, mas agradeço sempre à pessoa. Não é um nome fácil, mas eu adoro.

Como é que se tornou especialista em pozole?
O meu pozole é inspirado na terra da minha mãe, que é de origem Purépecha e, por isso, é vermelho. No México temos quatro cores diferentes para o pozole: branco, verde, vermelho e amarelo. Também sei fazer os outros, mas como estou orientada a transmitir a minha cultura, faço aquele com que nasci, em minha casa.

É natural da Cidade do México. Como veio parar a Portugal?
Há 11 anos estava a fazer uma viagem de mochila às costas e o objetivo era ir para a Ásia — a ideia era chegar a Kuala Lumpur. Naquele ano tinham começado os voos Kuala Lumpur—Paris a 96€. Durante todo o ano mantiveram esse preço baixo. Mas quando ia marcar os voos (já estava em Paris, já tinha estado em Madrid, Barcelona, estava a viajar pela Europa), o meu passaporte tinha 5 meses e 29 dias e eles estavam a pedir seis meses. Pensei: vou ficar na Europa. E uma das coisas que não conhecia era  Portugal. Então, fui à Grécia e depois viajei para cá. E foi aqui que conheci o meu marido.

Num couchsurfing. Juntaram-se muito rápido, não foi?
Sim [risos]. Em quatro dias decidimos que íamos formar uma família — primeiro os dois, agora com dois filhos. Na altura percebemos que era o que queríamos. Não tínhamos de procurar muito mais. Vi nele coisas de que gostei muito, não precisei de mais tempo. Os namoros com muitos anos também terminam sempre com surpresas. Em 10, 15, 20 anos, há surpresas. Em relações anteriores, namorei muitos anos e nunca deu certo. Perdi muito tempo a tentar encontrar a pessoa certa e agora que ela estava aqui não precisava de perder tempo a namorar. Mas, sim, conhecemo-nos cá, fomos para o México, depois voltei para cá… andámos para trás e para a frente algum tempo e depois fixámo-nos no México. Ele gosta muito da minha família, gosta muito do México. A ideia inicialmente era termos ficado a viver no México.

Porquê?
Vou dar um exemplo: no casamento da minha irmã, só de família éramos 150 pessoas. É um mundo de gente. E queríamos manter a nossa família num núcleo assim, com muita alegria, com muita festa, que é como a minha família é. Mas por muitas razões tivemos de voltar para cá — o pai do meu marido estava doente, a minha sogra estava sozinha a lidar com a situação toda. E o negócio que tínhamos na altura não estava a andar suficientemente rápido para ser o suporte para a família, então decidimos voltar. Ele voltou antes, quando eu estava com 3 meses de gravidez — eu cheguei grávida de cinco meses.

Entre a família e os dois restaurantes, a gestão do dia-a-dia é difícil?
Essa ginástica só pode acontecer graças ao meu marido. Isto só pode acontecer quando o companheiro de vida está igualmente comprometido. Este negócio sou eu que faço — mas o meu marido também me apoia muito, nos bastidores, na parte familiar. Também tento estar o máximo de tempo possível com eles. Tem de ser um trabalho de equipa muito forte, com muita comunicação e dedicação. Outra coisa muito importante é o pessoal que trabalha aqui: são pessoas muito comprometidas, de muita confiança. Podia não estar cá, que isto continuava a andar.

A sua equipa é feita de pessoas mexicanas. Já os conhecia?
Algumas pessoas conheci cá. Outras pessoas vieram do México para trabalhar na Potzalia. E vêm mais. Para nós o segredo de manter este espaço tão mexicano é que as pessoas todas têm de ser mexicanas. Não há outra forma. A pessoa para vender comida mexicana tem de ser mexicana. E tenho tido muita sorte, porque tenho encontrado pessoas de muita confiança e que se dedicam muito ao projeto.

Como é que vê a comida mexicana que se faz em Portugal?
A maneira de comer as coisas é diferente e isso tem sido orientado pela comida tex-mex — e não mexicana. Também há muita reinvenção e fusão. Já vi alguém a fazer pato com molho de chipotle. No México é raro usarmos pato. De certeza que iria gostar, mas é comida de fusão.

O que é que confundimos como sendo tex-mex?
Os nachos com queijo, não temos, por exemplo. É uma invenção tex-mex. O guacamole e o pico de gallo como entrada, servidos logo no início da refeição com nachos, também tem sido orientado pela cultura tex-mex. Nunca faríamos isso. São acompanhamentos, que vamos adicionando aos tacos. O nosso burrito também é diferente: leva feijão, arroz carne, cebola, alface, coentros, o sour cream ou natas azedas, como vocês lhe chamam. É uma mistura de sabores maior. O tex-mex tem carne e um feijão diferente, que como o do chilli. O que usamos é um muito parecido com o feijão preto, mas é um bocadinho mais claro. O tamanho da tortilha também diferente, a apresentação é diferente.

Pambazo, huarache bistec, sopes de noapl e enchiladas suíças.

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O Potzalia é uma taqueria, com pratos mais reconhecíeis. No RePotzalia arrisca mais: encontramos opções muito diferentes daquelas que estamos habituados a ver nos restaurantes mexicanos em Portugal. Pode explicar alguns pratos?
Sim. Temos o pambazo, é parecido com uma francesinha, mas sem o molho, banhado numa salsa de pimento guajillo e que dentro leva papa chorizo. Depois temos o huarache bistec, uma espécie de bifana, em que marinamos a carne com temperos, que fazemos nós também, dentro de tortilha de milho azul, que é feita também cá em casa. Depois montamos com o bistec e adornamos quase sempre com o sour cream. Tem sido um grande sucesso. As enchiladas suíças, com queijo e tortilhas de farinha com milho, também têm sido um sucesso.

Algum ingrediente que será mais surpreendente aos olhos de um português?
Temos os sopes de nopal. O nopal é da família do cato. Vocês cá só comem o figo da Índia — nós comemos a folha. Limpamos, tiramos os espinhos e depois cozinhamos. Além de serem uma delícia, são muito saudáveis: ajudam a diminuir a glicose do sangue, é bom para o coração, ajuda contra dores de cabeça constantes. É muito saudável e muito recomendado para pessoas com diabetes e problemas de circulação de sangue. No México temos cerca de 450 tipos de nopal e todos comestíveis — só que alguns só os animais é que conseguem mastigar. Mas todos têm qualidades nutricionais muito boas.

São propostas muito diferentes. Está a correr bem?
Os primeiros dias foram muitos difíceis, porque estava tudo muito cheio, não estávamos habituados à cozinha, ao espaço, a eletricidade estava sempre cair. Mas agora está a correr muito melhor, as pessoas estão muito contentes. Temos muitos turistas que conhecem comida mexicana e vêm cá e ficam fascinadas com os sabores porque são muito autênticos.

Há um outro lado da sua atividade, que tem a ver com a área do comércio internacional.
Trabalhei em empresas muito importantes e com cargas de trabalho muito grandes — com a Pepsi, com a Sony. Um dia, quando tinha 32 anos, comecei a ter vontade de viajar, queria sair do país. Precisava de aventura. E a aventura parou aqui.

O tradicional tres leches e o pudim picante com goiaba e queijo.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Foi difícil o início? É difícil ser emigrante em Portugal?
Depende de cada pessoa. Para mim o principio não foi fácil. Cheguei sozinha, só tinha cá o meu marido e os pais dele. Estava habituada a uma família enorme. Não percebia muitas coisas, ligadas ao funcionamento do país, não falava português. Estava grávida de cinco meses, não entendia os médicos, os hospitais. Na maternidade não percebia nada. Foi muito difícil. Até porque a cultura portuguesa é muito triste.

Acha-nos tristes?
Comparados com os mexicanos. Basta ver que a música tradicional portuguesa é o fado — a do México é a mariachi! [risos] Já se nota uma enorme diferença. No México é festa, muita gente, muito barulho. Não estava habituada e no início foi difícil. Mas tive amigas para quem foi mais fácil. Depende de como é que a pessoa vive o processo. Se estamos a falar dos trâmites das coisas, de como é que se tem de obter a documentação, por exemplo, isso é muito, muito complicado. Vivemos isso com os nossos empregados, que têm passado momentos muito difíceis. Por exemplo, temos agora o problema de que as pessoas que trabalham cá não podem ter contas bancárias porque não têm residência — mas a residência demora dois anos. É uma loucura. Tenho de fazer uma ginástica muito grande para lhes pagar ordenados. Têm tudo já: manifestação de interesse, NIF, contrato, têm a situação legalizada… só não conseguem ter acesso a uma conta bancária. Na minha experiência foi muito difícil. E sei que para muitos mexicanos tem sido igual.

Entre as pessoas que têm vindo para cá, tem familiares?
Sim, tenho aqui uma sobrinha e no outro restaurante está o meu sobrinho. Aos bocadinhos vou trazê-los a todos [risos].

Se a Sandra não vai ao México, o México vem até à Sandra.
Sim. Até porque eu já não posso voltar para o México.

Porquê?
No México há muita violência para as pessoas que moram lá. Ninguém mexe com o turismo — para os turistas é seguro, até acho que há mais problemas aqui com os pick pockets [carteiristas]. O problema é para quem mora lá. E eu tenho um filho com autismo, que tem quase 7 anos e que não fala. Imagine que ele se perde? Aqui temos as pulseiras SOS para as crianças — se ele se perder, a polícia consegue ver todos os dados.  No México isto não existe e eu tenho muito receio que ele se perca e que não consiga dizer onde está a sua mãe. Para mim já não é uma opção voltar.

Falou nas dificuldades com os hospitais quando chegou cá grávida. Sentiu dificuldades em aceder a apoios para o seu filho?
Não posso comparar, porque nunca vivi esta realidade no México. Mas, de qualquer forma, não há diferença: se tem de ser feito, faz-se. Lembro-me de na creche do meu filho haver outro menino com autismo, mais profundo, e perguntarem-me como é que tinha arranjado uma consulta tão rápido. E eu expliquei: vou todos os dias ao centro de saúde, todos os dias, às 9 horas, pedir a marcação. Se eles não me dão porque é a minha vez, vão dar-me porque estão a ficar fartos de mim. Insisto muito.

Sandra Ruiz visitou Portugal pela primeira vez há 11 anos e fixou-se no Seixal há nove.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

É o ceder pelo cansaço. Não desiste. 
E mesmo assim o sistema de saúde português é muito melhor que o do México. Reparei que o meu filho poderia ter autismo logo pelos cinco, seis meses. Porquê? Porque no México somos todas mães de todos os filhos. Eu era mãe dos meus sobrinhos, as minhas irmãs também, a minha mãe também. Na nossa família já passaram muitas crianças. Por isso percebi muito rápido. Não podia perder tempo. Fomos logo para o hospital e começámos a dar seguimento ao caso muito cedo. Está a desenvolver-se muito rápido, porque desde os dois anos começamos com terapias: musicoterapia, terapia da fala, terapia ocupacional. E tem uma vida muito melhor.

O RePotzalia fica na Avenida Duque de Loulé 1E, Lisboa. Está aberto de quarta-feira a sábado, das 19h às 22h30, e domingo, das 11h às 16h. Reservas por telefone: 936 292 468.

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