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Panda Cantina
Rua da Prata 252, 1100-052 Lisboa. Todos os dias das 12h00 às 23h00.
Não precisa de apresentações entre o público mais jovem. A sua presença na capital tem vindo a marcar-se cada vez mais ao longo dos anos — já com seis pandinhas espalhados pela cidade — desde que cá chegou em 2018. Os pequenos pandas de loiça para pousar os pauzinhos, os quadros com pandas desenhados pelas paredes e as televisões que passam em loop vídeos de pandas a comer ou a rebolar são bem conhecidos de quem lá vai — que, podemos dizer, nunca se cansa. Mas, não é pelos pandas que se vai ao Panda Cantina, é pela comida. Mais especificamente, pelo ramen chinês. Simples e rápido, o menu deste restaurante não promove a indecisão: há ramen de vaca, porco ou tofu, escolhendo depois o nível de picante que deseja, de zero a cinco (e sim, pode pedir 0.5). A acompanhar, uma limonada ou cerveja chinesa Tsingtao que entretém o estômago enquanto os crocantes quatro pedacinhos de tofu frito com molho agridoce não chegam à mesa — ou ao balcão.
Mas, para ter a experiência, há um risco a correr: a fila que qualquer um dos seis pandinhas de Lisboa tem à porta. Seja ao almoço ou ao jantar, o Panda Catina é conhecido pelo seu tempo de espera — face à elevada procura — que pode mesmo chegar a ser de duas horas. Por curiosidade, quando o Observador lá foi, a fila não era das maiores. Durante a semana é assim, os almoços são calmos e os jantares atarefados, com os clientes a chegar por volta das 18h00 e a começarem a formar uma fila que, entre as 20h00 e as 21h00, leva 45 minutos a passar. Ao fim de semana, a procura aumenta, com a fila a durar mais de uma hora. Dica: chegar um pouco antes daquela que se associa à hora de jantar — 20h00. O mesmo se aplica ao almoço.
As Bifanas do Afonso
Rua da Madalena 146, 1100-340 Lisboa. De segunda a sexta-feira das 8h00 às 18h30.
Podia ninguém dar por ela ao subir e descer a Rua da Madalena, mas, de esquina, a pequena tasca com quase 50 anos chama a atenção pelas filas — que começam desde cedo. É logo pela manhã, às 8h00, que As Bifanas do Afonso colocam a frigideira ao lume para servir os clientes habituais que vão entrando, um de cada vez, pela porta virada para a Madalena. Neste espaço, onde cabem pouco mais do que quatro pessoas, só comem os conhecidos da casa: “A janela é para os turistas e passantes”, grita José, encarregue deste fogão que, sem parar, trabalha todo o dia, até às 18h30. A janela de que fala, virada para o Largo do Caldas, entra ao serviço por volta da hora de almoço para servir de segundo balcão e deixar passar as estrelas da casa que, uma a uma, vão desfilando até às mãos dos clientes.
Já está aberta. Passa pouco do meio dia e lá fora a fila ganha forma. Pelo largo é difícil não reparar no grande grupo de turistas que se espalha de bifana na mão. Vieram daqui. “São um grupo de 29 americanos”, revela a guia turística ao mesmo tempo que pergunta ao senhor José quanto lhe deve. “É só um miminho que gosto de lhes oferecer. Se quiserem, depois podem cá voltar”, acrescenta. E voltam? José rapidamente responde que não sabe. Entre pedidos e bifanas, não tem essa perceção, mas, acredita que sim. Uma coisa é certa: quem volta são os habituais. “Venho cá sempre que posso, já há um anos”, afirmou um polícia municipal que atentamente ouvia a nossa conversa enquanto ao balcão saltava entre a bifana e os peixinhos da horta. “Quando é bom é assim”, acrescentou.
Quem vem a esta pequena tasca já sabe: a fila é “sempre grande” entre as 12h00 e as 16h00 e não há lugar para comer a bifana, que num pão ensopado guarda as finas fatias de carne de porco. Por isso, há quem se sente de imperial na mão pelos bancos do largo ou fique de pé, apoiado às mesas altas que cá fora decoram a fachada deste prédio pombalino. Dica: “Podem vir às oito da manhã, que não há fila. Ou quando chove. Aí não está cá ninguém”, sugere José.
Ramiro
Av. Alm. Reis 1 H, 1150-007 Lisboa. De terça-feira a domingo das 12h00 às 00h00.
É por muitos considerada a melhor cervejaria de Lisboa — reconhecida até internacionalmente — e tem a sua marca assente na capital desde o século passado. Foi em 1956 que nasceu, pela mão do pai do Sr. Ramiro, que dá hoje nome ao restaurante, em plena Almirante Reis para atualmente satisfazer a vontade de locais e estrangeiros por uma boa mariscada. Cá fora, a fila parece ser interminável — numa visível mistura multicultural — mas é daquelas pelas quais vale a pena esperar. Ao Observador, o restaurante explicou que ao jantar, durante sexta-feira, sábado e domingo, o tempo de espera é, em média, uma hora. Já ao almoço, “é rápido”, a qualquer dia da semana. Uma vez sentado à mesa, é só mandar vir: há sapateira, camarão, ameijoa, lagosta, ostras, percebes e mais, sempre a chegar com uma imperial a acompanhar. No final, se houver espaço e vontade, a carta das sobremesas divide-se entre o morgado do Bussaco, o pudim Abade de Priscos e o prego, chamada a sobremesa Ramiro.
Mas, note-se: há uma forma de evitar filas. Pelo menos a maior de todas. No site do restaurante é possível fazer uma reserva, indicando o dia, hora e número de pessoas, sendo necessário o pré-pagamento de 25€ por pessoa. O valor será depois dedutível no pagamento da refeição. No dia basta chegar, dar o nome da reserva e esperar muito menos tempo. Dica: se não conseguir reserva para sexta-feira e fim de semana, chegar antes das 19h00 ou depois das 22h00.
Seagull Method Café
R. da Palmeira 23, 1200-311 Lisboa. Todos os dias das 9h00 às 18h00.
É pelas paredes que elas voam. Ilustradas a vermelho em tela branca, as gaivotas do Seagull Method dividem o estrelato deste café lisboeta com uma carta de brunch disponível todo o dia. Sem reservas e com apenas 13 mesas, há que esperar à porta — em média 40 minutos, seja qual for o dia da semana — e ir enganando a fome com o cheirinho das panquecas acabadas de fazer que se espalha por aquela rua do Príncipe Real. Uma vez lá dentro, é aproveitar. O ambiente é convidativo, com as grandes janelas a deixar a luz entrar, e por isso chama locais, habituais e estrangeiros a sentar e, claro, a comer. De menu na mão, o breakfast burguer salta à vista, com ovos mexidos e bacon, seguido do fritters & smashed, com queijo e ovo escalfado, e da holly tortilha. E se falamos de brunch, há sempre espaço para uns ovos mexidos, uma bowl de quinoa, uma tosta de abacate, uma french toast ou umas panquecas. No final, não esquecer de deixar uma mensagem na parede lá do fundo, que em tempos foi branca e livre de palavras. Dica: chegar a partir das 14h00, depois da habitual hora de brunch, a qualquer dia da semana.
Lupita Pizzaria
Rua de S. Paulo 79, 1200-427 Lisboa. Todos os dias das 12h00 às 15h00 e das 18h00 às 23h30.
Fica no cruzamento da Rua de São Paulo com a Travessa do Carvalho, no Cais do Sodré, e é daquelas que chama por finais de tarde de verão, onde os dias se prolongam e as ruas se enchem de gente. Aqui, até na calçada há quem fique. Sentados no chão e de pizza ao colo, os clientes da Lupita já parecem saber para aquilo que vão. Neste paralelipípedo em tons neutros, onde se destaca o teto todo trabalhado e as mesas em azul bebé, não há lugar para muito: são 21 os bancos disponíveis de cada vez. O número torna-se pequeno para a quantidade de amantes de pizzas que se encontram à porta, mas nem isso os faz desistir da fila de espera que têm pela frente. É no vidro da janela que se apontam os seus nomes. Com 50 números escritos a marcador, à entrada revelam-nos que “no outro dia até chegou aos 60 e pouco”. É habitual? Sim. Principalmente às sexta-feiras, sábados e domingo ao jantar, é “caótico”, descreveu um membro equipa da Lupita. Nestes dias, a partir das 19h30 já há fila. Quanto ao almoço, o movimento começa a sentir-se às 13h30. E durante a semana? “Ontem à noite [segunda-feira] estávamos com uma fila de uma hora”, afirmou, acrescentando que a qualquer dia da semana a “fila é bem grande” para jantar. O almoço é mais calmo: mesmo com casa cheia, o tempo de espera ronda os 20 minutos.
Quanto às 13 razões para lá ficarem, têm como base o uso exclusivo de farinhas portuguesas, encarregues das 48 horas de fermentação lenta e natural, e vão da mais clássica — como a Margherita — às mais irreverentes — como a spicy amatriciana. Dica: ir às quartas-feiras ao almoço, que é quando está mais vazio.
O Velho Eurico
Largo São Cristóvão nº3, 1100-179 Lisboa. De terça-feira a sábado das 12h30 às 15h00 e das 20h00 às 22h30.
Não é descabido dizer que O Velho Eurico pode muito bem ser a tasca onde, em Lisboa, é mais difícil arranjar mesa. Para jantar, a lista de espera anda à volta dos dois meses e à data de publicação deste artigo a mais próxima disponível é a 13 de junho. Vale a pena todo este tempo? O grande número de pessoas que espera sentado à porta, mesmo antes d’O Velho Eurico abrir, parece responder à pergunta. Às 12h25 são 10 as que já cá estão. Com o sol primaveril a ficar forte, vão se resguardando nas duas árvores que, junto a este prédio da Mouraria, criam sombra. Pelas 12h30 a fila começa a formar-se, com o chef João Menino à porta para organizar reservas e nomes para a lista de espera. O sistema é simples: quem tem reserva entra primeiro e quem não tem fica na esperança de que os primeiros não apareçam. “Damos 15 minutos para as reservas estarem cá. Passado esse tempo se não estiveres cá nós cancelamos a reserva e começamos a sentar as pessoas que estão em lista de espera”, explicou o jovem cozinheiro. No caso de a sorte não ser essa, o tempo de espera por uma mesinha nesta tasca pode ir até aos 45 minutos, ou mais. “Mesmo que a pessoa espere aí umas duas, três, quatro horas, nós só fechamos a cozinha quando tivermos toda a gente sentada, que esteja em lista de espera”, assegurou. Mas, a pergunta que fica é: é sempre assim? “Sempre assim. Aqui todos os dias é sábado.”
Com mais de 40 anos de história, O Velho Eurico está bem assente na capital com Zé Paulo Rocha ao comando. Foi em 2019 que o lisboeta de 26 anos se tornou proprietário depois de o senhor Eurico Ferreira e a mulher, Carolina Cunha, terem dado vida a este restaurante da Mouraria durante várias décadas. Agora, aos fogões, está um grupo de jovens que se dedicam à boa comida típica portuguesa sem grandes enfeites ou transformações. Enquanto lá fora a fila se forma na esperança de encontrar um lugar, à mesa vão chegando os pastéis de leitão, o borrego com castanhas, o arroz de cabidela e o bacalhau à brás. Dica: “Quanto mais cedo possível chegar melhor.”
Canalha
R. da Junqueira 207, 1300-338 Lisboa. De terça-feira a sábado das 12h30 às 23h00.
Na Junqueira desde novembro do ano passado, o mais recente projeto do chef João Rodrigues rapidamente se tornou num destes, que vale a pena esperar para comer. Com lista de espera de cerca de um mês para fazer uma reserva para jantar entre as 20h00 e as 21h00 às sextas-feiras e sábados, os clientes que cá vêm têm de marcar com antecedência ou aceitar um horário menos movimentado — às 19h00 ou às 21h45. Durante a semana, o caso melhora, com mais horários disponíveis para reservar tanto ao almoço como ao jantar.
Eco dos restaurante de rua de Espanha, ao mesmo tempo que invoca a traquinice dos miúdos, o Canalha abriu portas para ser um sítio onde as pessoas se possam divertir, beber e comer bem, em qualquer que seja a ocasião. Longa, a lista de espera faz-se pela boa comida portuguesa, feita para saborear a solo ou acompanhado. Mas, atenção: o Canalha não é uma tasca nem uma taberna. Há copos e petiscos — dos pastéis de bacalhau ao chorizo 100% Bolota Maldonado — mas da carta há quem chame pela lula de torneira grelhada, a tortilha aberta de camarão e cebola ou pelo carabineiro salteado com ovo frito e batata Laura Raul Reis. Nas sobremesas, são invocados os sabores clássicos com o leite creme, o pudim flan ou o marmelo assado com gelado de nata. Dica: reservar com antecedência ou almoçar durante a semana.
Retrogusto84
R. Maria 54, 1170-212 Lisboa. Todos os dias das 19h00 às 23h30.
Foi há sete anos que o italiano Bruno Cardinale trouxe para Lisboa as pizzas tipicamente sicilianas que rapidamente se tornaram as mais populares da zona dos Anjos. De massa fofa e crocante, a rainha desta casa é preparada com três farinhas diferentes e passa, após a fermentação, por um processo de maturação que leva no mínimo 48 horas. Não é tanto o tempo que quem cá chega tem de ficar na fila — apesar dos grupos de pessoas que se amontoam à porta desta pizzaria — mas há que esperar. Os dias mais concorridos são as sextas-feiras e sábados, com o tempo de espera a rondar a meia hora, mas durante a semana, diz-nos a própria pizzaria, “é chegar e sentar”. Enquanto isso, não falta a oportunidade de pedir uma cerveja italiana, que, uma vez na mesa, poderá depois transformar-se em vinho — também ele italiano. Já as pizzas, compõem uma carta com 41 opções. E ainda há extras. Vegetariana, vegan, com base de tomate, branca ou de pistachio, a escolha é bem possível que se torne difícil. Nos doces, fica mais fácil: os cannoli surgem bem fritos e recheadinhos de ricota ou de pistachio para satisfazer a continua vontade por algo crocante. Se a ideia for ficar pelas pizzas, há uma doce que junta o creme daquele fruto seco com avelã e chocolate. Dica: à sexta-feira e sábado, fazer reserva num dos dois turnos disponíveis — às 19h30 ou às 21h30.
Taberna da Rua das Flores
Rua das Flores 103, 1200-194 Lisboa. Todos os dias das 12h00 as 23h30. Domingo até às 18h00.
Deixou de aceitar reservas no seu segundo dia de vida, já lá vão uns anos, durante a primavera de 2012. De lá para cá, não há dia em que se passe à porta da Taberna da Rua das Flores, na morada que lhe empresta o nome, e não se encontre uma fila de pessoas descontraídas, de copo na mão, à espera de serem chamadas a entrar. Seja para almoçar ou jantar, a disputa por um lugar nesta taberna é grande, e a vontade de provar os pratos do chef André Magalhães é ainda maior. A qualquer dia da semana, as mesas enchem-se de turistas e de habituais que trabalham na zona no Chiado e cá fora a fila começa a formar-se, a partir do 12h00 e das 18h00, com um tempo de espera que se mantém entre uma hora e quinze e uma hora e meia.
Quanto ao motivo, ou motivos, que traz cá tanta gente, estes estão escritos a giz nas ardósias que decoram o interior da taberna e convidam a momentos de partilha. Não fosse esta uma casa de cozinha tradicional, não faltam o pão com as azeitonas e os clássicos portugueses — das ostras à salada de favas —, que partilham a carta com opções que sabem a mundo, como o bao de polvo com maionese de sambal ou a couve coração grelhada com satay e puré de pimentos assados. No caso de a espera ser interminável, há sempre a possibilidade de dar um saltinho à Antiga Camponesa ou ao Quiosque São Paulo, os outros espaços do mestre André. Dica: chegar ao 12h00 para almoçar e entre as 17h00 e as 18h00 para jantar.
Churrasqueira do Marquês
Calçada da Ajuda 184, 1300-146 Lisboa. Todos os dias das 12h00 às 15h30 e das 19h00 às 22h30.
São muitos anos a assar frangos, mas, nesta churrasqueira assa-se mais do que isso. No carvão caem as carnes e os peixes, com o bacalhau à lagareiro na competição para o favorito da casa, e fazem-se dos grelhados realeza. Há ainda pratos caseiros que, afirma o restaurante, são tipicamente portugueses. Não falta por isso o carapau, o entrecosto, as febras de porco e os secretos de porco preto, acompanhados por opções que chamam o conforto: há batata frita, batata a murro, arroz e salada para compor o prato. Na mesma linha, estão também as sobremesas, com opções como maçã assada, bolo da bolacha, leite creme ou arroz doce.
De portas abertas há 40 anos, a Churrasqueira do Marquês marcou já o seu lugar na capital. Com a grelha a funcionar todos os dias, as duas salas estão prontas para receber — e fazem-no bem. A qualquer dia da semana, mas principalmente ao fim de semana, este restaurante da Ajuda tem “casa cheia” para almoço a partir do 12h00 e para jantar entre as 20h00 e as 20h30. Quanto ao tempo de espera, ao fim de semana ultrapassa a meia hora, podendo mesmo chegar a uma hora. Mas, durante a semana, é mais amigo, não chegando aos 20 minutos. Para quem não tiver tempo, como em qualquer churrasqueira lisboeta, há a opção de pedir um franguinho assado para levar. Dica: ao fim de semana chegar antes do 12h00 para almoçar e antes das 20h00 para jantar.