É um dos pilares daquilo que é a política externa do país, é quase uma imagem de marca e uma identidade, funciona também como uma boa descrição para aquilo que é a seleção de futebol: neutralidade. E se nas duas primeiras isso é algo bom, aplicado à vertente desportiva perde força. Quando se pensa naquilo que é a Suíça e naquilo que pode atingir, é transversal a todos que se trata de uma equipa que joga bem, que consegue ser competitiva e que é candidata a passar a fase de grupos, sendo que a partir daí pode ir mais ou menos longe mas anda entre os oitavos e os quartos. É isso que, mais uma vez, os helvéticos tentarão “combater”.
A última edição do Europeu funcionou quase como mote para esse passo em frente que a Suíça há muito procura, com uma vitória nos oitavos com a França e uma derrota apenas no desempate por penáltis diante da Espanha. O Mundial do Qatar terminou com uma derrota pesada frente a Portugal nos oitavos, no dia em que Gonçalo Ramos se mostrou com um hat-trick, mas o ADN dessa equipa marcado pela “neutralidade” deu sinais de querer mudar. Agora, mais uma vez, esse é o desafio dos comandados de Murat Yakin, um técnico que todos pensavam estar despedido nesta altura depois desse 6-1 frente à Seleção mas que se mantém no comando de uma formação helvética que se qualificou na penúltima jornada da fase de grupos.
Shaqiri ainda está na lista mas perdeu muita influência numa fase da carreira em que joga nos EUA mas há jogadores chave que chegam depois de épocas muito conseguidas – o que também pode ter a sua influência. Logo à cabeça surge o capitão e líder Xhaka, campeão pelo Bayer Leverkusen, a que se juntam Akanji, Yann Sommer ou até Gregor Kobel. Depois, nomes menos conhecidos mas que se destacaram na temporada como Dan Ndoye ou Zeki Amdouni. A base da Suíça é sempre a mesma: uma defesa sólida, um meio-campo que tenta controlar as operações, um ataque talhado para jogar em velocidade nas transições. A partir daí, serão as individualidades que dirão até que ponto a Suíça continua ser neutra também no futebol.
BI
- Ranking FIFA atual: 19.º
- Melhor ranking FIFA: 3.º (agosto de 1993)
- Alcunha: Nati (Equipa Nacional)
- Presenças em fases finais: 5
- Última participação. Quartos no Europeu em vários países, em 2020
- Melhor resultado. Quartos no Europeu em vários países, em 2020
- Qualificação. Apuramento direto como segundo classificado do grupo I com Roménia, Israel, Bielorrússia, Kosovo e Andorra
- O que seria um bom resultado? Repetir os quartos da última edição
Jogos em 2024
- Jogo particular, 23/3: Dinamarca (fora), 0-0 (E)
- Jogo particular, 26/3: Rep. Irlanda (fora), 0-1 (V)
- Jogo particular, 4/6: Estónia (casa), 4-0 (V)
- Jogo particular, 8/6: Áustria (casa), 1-1 (E)
O onze
- 4x3x3: Sommer; Widmer, Schär, Akanji, Rodríguez; Xhaka, Freuler, Zakaria; Vargas, Ndoye e Embolo
O treinador
- Murat Yakin (suíço, 49 anos, desde 2021)
- Outros clubes/seleções: FC Frauenfeld, Thun, Lucerna, Basileia, Spartak Moscovo, Schaffhausen, Grasshoppers e Sion
O craque
- Granit Xhaka (31 anos, médio do Bayer Leverkusen)
- Outros clubes: Basileia, B. Mönchengladbach e Arsenal
A revelação
- Dan Ndoye (23 anos, ala/avançado do Bolonha)
- Outros clubes: Lausanne, Nice e Basileia
O mais internacional e o maior goleador
- Granit Xhaka (121 internacionalizações) e Alexander Frei (42 golos)
Os 26 convocados
- Guarda-redes (3): Gregor Kobel (B. Dortmund), Yvon Mvogo (Lorient) e Yann Sommer (Inter)
- Defesas (7): Manuel Akanki (Manchester City), Nico Elvedi (B. Mönchengladbach), Ricardo Rodríguez (Torino), Fabian Schär (Newcastle), Leonidas Stergiou (Estugarda), Silvan Widmer (Mainz) e Cédric Zesiger (Wolfsburgo)
- Médios (10): Michel Aebischer (Bolonha), Zeki Amdouni (Burnley), Kwadwo Duah (Ludogorets), Remo Freuler (Nottingham Forest), Ardon Jashari (Lucerna), Fabian Rieder (Rennes), Vincent Sierro (Toulouse), Granith Xhaka (Bayer Leverkusen), Zakaria (Mónaco) e Steven Zuber (AEK)
- Avançados (6): Breel Embolo (Mónaco), Dan Ndoye (Bolonha), Noah Okafor (AC Milan), Xherdan Shaqiri (Chicago Fire), Renato Steffen (Lugano) e Ruben Vargas (Augsburgo)
O centro de estágio
- Gazi-Stadion auf der Waldau, em Estugarda
A ligação a Portugal
Depois de quase 50 internacionalizações e da passagem por vários clubes suíços e não só, Murat Yakin foi contratado como selecionador em 2021 e não guardou boas memórias de Portugal, com quem se cruzou nos oitavos para uma goleada histórica da Seleção por 6-1 com um hat-trick de Gonçalo Ramos no dia em que Ronaldo começou no banco. No entanto, o conjunto nacional não guarda boas recordações do irmão mais novo do técnico, Hakan Yakin: médio ofensivo que representava então o Young Boys antes de mudar-se para o Qatar, foi ele que bisou na vitória dos helvéticos na fase de grupos frente a Portugal no Euro-2008.