Olá

833kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Ana Catarina Mendes foi a representante do Governo no debate de urgência
i

Ana Catarina Mendes foi a representante do Governo no debate de urgência

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Ana Catarina Mendes foi a representante do Governo no debate de urgência

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Um mini-debate com o "leviano" Medina no olho do furacão e uma disputa à direita

A solitária Ana Catarina Mendes deu a cara por um Governo acusado de se manter em silêncio e de não ter prestado os devidos esclarecimentos. Mais do que Pedro Nuno, ninguém esqueceu Medina.

Com a saída de Pedro Nuno Santos, registou-se um efeito imediato no Governo: o outro nome constantemente falado para a sucessão de António Costa, Fernando Medina, passou a estar no olho do furacão, tornando-se o governante mais mencionado durante um debate em que o Governo foi acusado de “abusar do poder” — e do silêncio. À direita, os vários partidos disputaram a liderança da oposição, com o PSD a ser atacado por Chega e IL devido ao sentido de voto na moção de censura.

As acusações ao ministro das Finanças foram do “leviano” ao “incompetente” e os apelos para sair do Governo mais do que muitos, tornando-se ainda mais claro que Medina será, para a oposição, o novo alvo a abater.

O PSD chegou, de resto, ao debate com um novo argumento fresquinho e pronto a atirar contra Medina: depois de o PS ter tentado impedir que seja ouvido sobre o caso de Alexandra Reis, os sociais-democratas vão usar um direito regimental para forçar essa audição. Ou seja: chegavam com o ónus de ter marcado um debate de urgência, para esta quarta-feira, que basicamente serviu apenas como aquecimento para o debate da moção de censura marcado para esta quinta-feira (e que, esse sim, contará com a presença de António Costa), mas com direito a alegar que será graças ao PSD que o país ouvirá mais explicações de Medina.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Couberam, de resto, ao líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, algumas das acusações mais graves dirigidas ao ministro das Finanças. “Leviano, incompetente e irresponsável”, sentenciou, antes de garantir que Medina não tem condições para continuar à frente de um ministério tão central como é o das Finanças. O PSD continuaria a carregar sobre Medina, perguntando à bancada do PS se está confortável com as ações (ou inações) do ministro. Mas não seria o único: pelo Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua questionaria a ausência de Medina e a falta de explicações do ministro; Bernardo Blanco, da IL, seguiu a mesma linha; e Rui Tavares, do Livre, pediu mesmo ao PS que “deixasse” o ministro vir justificar-se ao Parlamento.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Um Governo em silêncio e acusa de “abuso de poder”

Com os partidos a chegarem à mesma conclusão – o caso que agora atinge Medina em cheio e que já tirou Pedro Nuno Santos do Executivo é mais uma prova de que a instabilidade política é provocada pelo próprio Governo – do Governo não se ouviria grande resposta.

E isto porque tanto Ana Catarina Mendes, a ministra que representou o Governo neste debate, como o grupo parlamentar do PS (pela voz da deputada Susana Amador, a única socialista que interveio) esgotaram todo o tempo que tinham para intervir logo no arranque do debate, sem deixar qualquer margem para resposta às perguntas da oposição fora os primeiros pedidos de esclarecimento, que a ministra ainda usou para defender a governação de Medina.

E isto não deixou de ser notado pelos partidos, que juntaram a falta de resposta ao chumbos dos pedidos de audição sobre a TAP para concluir que o Governo está cada fez mais fechado sobre si próprio.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

“É mesmo uma artista”, atiraria o social-democrata Duarte Pacheco contra Ana Catarina Mendes, registando a falta de respostas – a ministra falou para defender Fernando Medina, mas usando o argumento das contas certas e garantindo que o crescimento do país é a prova de competência que conta e que interessa aos portugueses, sem mais esclarecimentos sobre o caso de Alexandra Reis.

Por todas as bancadas se sucederam as queixas contra a maioria do PS: comunistas criticaram o chumbo das audições, o Livre chegou a sugerir que o PS deixasse passar a proposta do Bloco de Esquerda para uma comissão de inquérito à TAP para dar um sinal de diálogo (recordando que até nos tempos da geringonça havia mais estabilidade política), e o PAN deixou um recado direto a Ana Catarina Mendes, acusada de ajudar a “esconder” António Costa e Fernando Medina neste debate – “O pior serviço em democracia é remeterem-se ao silêncio.”

O Bloco acabaria a lançar uma das acusações mais graves, falando mesmo em “abuso de poder”. “O Governo tem algo a esconder, se não permitia o escrutínio”. Sem sucesso: nem Ana Catarina Mendes nem qualquer deputado socialista voltariam a falar até ao fim do debate.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Um ausente muito presente (e desejado na bancada)

Com uma bancada do Governo em que só um lugar estava ocupado, houve um ausente a colecionar grande parte da atenção, das críticas e a ideia de que já poderia estar sentado na bancada para ouvir o que ali se passou: Pedro Nuno Santos.

Mais do que toda as responsabilidades — que o ex-governante acabou por assumir com a demissão — André Ventura considera que Pedro Nuno Santos deveria estar sentado no seu lugar de deputado tanto no debate de urgência como na moção de censura, que decorre esta quinta-feira. Mas o ex-ministro, apesar de ter decidido assumir o lugar na bancada do PS depois de deixar o Governo, decidiu suspender o mandato por um mês e não assistiu ao debate presencialmente.

A atitude foi, aos olhos do líder do Chega, “a maior cobardia política de que há memória em Portugal”. E o momento permitiu a André Ventura recordar um dos últimos episódios entre os dois protagonistas — em que Pedro Nuno Santos disse que o presidente do Chega sairia do Parlamento e o socialista ainda lá estaria. Pedro Nuno vai mesmo voltar às bancadas parlamentares, o que não torna Ventura vitorioso na pequena batalha de palavras entre os dois, mas o líder do Chega não deixou de criticar a ausência e aproveitou para justificar que este “já não é um Governo”, mas sim “bocados de Governo espalhados por todo o lado”.

Para Chega e IL, crise é mais do que ataque ao Governo

No arranque do debate, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, defendia a tese de que a direita estava a retirar aproveitamento da crise política para lutar por um lugar na liderança na oposição.

“O debate de urgência não é um verdadeiro debate sobre os problemas dos portugueses, mas para saber quem ganha na liderança da oposição à direita.” A governante pedia “responsabilidade”, nomeadamente num recado direcionado para o PSD, lembrando que é “o maior partido da oposição”, mas abria a porta a críticas que já vinham sido a ser lançadas pela esquerda.

No debate, Chega e Iniciativa Liberal lamentaram o posicionamento do PSD, que já confirmou que irá abster-se na moção de censura ao Governo. André Ventura lamentou que o PSD “ainda tenha decidido manter o Governo em funções” ao não dar um cartão vermelho a António Costa através do voto a favor, mas a IL foi mais longe.

Bernardo Blanco anotou a argumentação do PSD e questionou “como é que o PSD vai votar contra tudo o que disse”. No final, pediu que “pensem” e “votem em consciência”.  Mas aproveitou para assegurar que a IL não é uma muleta do PSD: “Se o PSD toma a decisão de não ser oposição, nós cá estaremos para ser alternativa.”

 
Assine um ano por 79,20€ 44€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Já é assinante?
Apoio a cliente

Para continuar a ler assine o Observador
Assine um ano por 79,20€ 44€
Ver planos

Oferta limitada

Já é assinante?
Apoio a cliente

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Apoie o jornalismo. Leia sem limites. Verão 2024.  
Assine um ano por 79,20€ 44€
Apoie o jornalismo. Leia sem limites.
Este verão, mergulhe no jornalismo independente com uma oferta especial Assine um ano por 79,20€ 44€
Ver ofertas Oferta limitada