Tem circulado nas redes sociais um alerta sobre a qualidade da água canalizada nos concelhos de Oeiras e Cascais. Trata-se de um print de uma mensagem, supostamente enviada por quem tem um conhecimento privilegiado e que soube que foi detetada uma bactéria — que levara meia centena de pessoas a recorrer já aos cuidados de saúde.

Na rede social Facebook houve quem partilhasse o print da suposta mensagem enviada por alguém do iBET — Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica a dar conta de que a bactéria tinha sido detetada na água dos dois concelhos e que provocava “gastros”. A informação é dirigida aos “pais” e adiantava que “já há 50 pessoas diagnosticadas com gastros derivadas dessa bactéria nos hospitais da zona”.

A terminar, é referido que “caso algum dos meninos comece a ter sintomas, são os sintomas normais de qualquer gastroenterite”. Mas será verdade?

No dia 5 de março, perante a propagação desta informação, o iBET fez um comunicado a afirmar não ser responsável pela mensagem, que começou a circular no WhatsApp e rapidamente chegou ao Facebook. O instituto adiantava mesmo que já tinha confirmado com os Serviços Intermunicipalizados de Água e Saneamento de Oeiras e Amadora (SIMAS) e que a “notícia é falsa”.

E, de facto, num comunicado oficial feito pelos SIMAS, também no dia 5 de março, pode ler-se que “a informação difundida nas redes sociais relativa a uma suposta deteção de uma bactéria nas águas dos concelhos de Oeiras e Cascais, alegadamente responsável por casos de gastroenterite, é falsa”.

“Não foi detetada qualquer contaminação na água fornecida aos nossos munícipes e não existe qualquer recomendação para evitar o consumo de água da torneira”, continuam aqueles serviços, acrescentando que “a qualidade da água fornecida pelo SIMAS é rigorosamente monitorizada, de acordo com os padrões de segurança e qualidade estabelecidos pelo Plano de Segurança da Água dos SIMAS Oeiras e Amadora e pelas diretrizes internacionais.”

“Asseguramos aos nossos munícipes que a água da torneira é segura para consumo”, afirma ainda o comunicado, que dá conta de que as informações que circulam não passam de “fake news”: “Entendemos a preocupação que tais fake news podem gerar e reforçamos o nosso compromisso em fornecer informações claras e transparentes. Incentivamos os munícipes a recorrerem a fontes oficiais de informação e a contactarem-nos diretamente em caso de dúvidas”.

Conclusão

Não é verdade que tenha sido detetada na água canalizada dos concelhos de Oeiras e Cascais uma bactéria responsável por causar gastroenterites. O iBET — Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica desmente que tenha partido do instituto qualquer alerta desse género. E os Serviços Intermunicipalizados de Água e Saneamento de Oeiras e Amadora também desmentem o que dizem ser “fake news”.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

IFCN Badge