“É de arrepiar“, “uma cena impressionante“. Começam assim duas das muitas publicações que se encontram nas redes sociais que mostram um vídeo em que um conjunto de formigas carrega e transporta um postal com a imagem de Jesus Cristo crucificado. Os utilizadores ainda dão outro dado: as imagens foram captadas na Ucrânia e as formigas estariam a retirar a imagem de Cristo de um prédio destruído. É falso, o vídeo é manipulado.
O mesmo vídeo já tinha sido publicado, pelo menos, em agosto de 2019, ou seja, antes do começo da invasão russa pela Ucrânia, no final de fevereiro do ano passado. O Myth Detector, um site que verifica a veracidade de posts nas redes sociais, à semelhança do que o Observador faz com os Fact Check — já tinha desmetido uma partilha idêntica a esta em Setembro de 2020.
No vídeo original é possível ver-se um conjunto de formigas a carregar um pedaço de uma bolacha.
Муравьи печеньку нашли. pic.twitter.com/Y52wS6fDg4
— *Ольга* (@ljvvjl555) August 11, 2019
Quando à origem do vídeo, é difícil precisar quem é o autor, uma vez que o conteúdo se tornou viral e está presente no Twitter, no Youtube e noutras plataformas. A partilha mais antiga que o Observador encontrou data de 11 de Agosto de 2019.
Conclusão
O vídeo tornou-se viral nas redes sociais. As partilhas afirmam que se trata de um grupo de formigas a transportar uma imagem de Jesus Cristo crucificado. Segundo os utilizadores, estariam a retirar a imagem de um prédio destruído na Ucrânia.
Contudo, é falso. O vídeo é manipulado. No vídeo original, as formigas carregam o pedaço de uma bolacha. É difícil determinar a origem do conteúdo, mas o Observador conseguiu apurar que já existe pelo menos desde 2019.
Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.