No passado dia 13 de julho, Donald Trump, candidato do Partido Republicano às eleições presidenciais dos Estados Unidos do próximo mês de novembro, foi baleado durante um comício, na Pensilvânia. Agora, uma publicação nas redes sociais alega que o antigo presidente norte-americano foi baleado não só na orelha mas também no peito. É falso.
Como resulta de todas as informações oficiais — e se pode verificar nas várias imagens publicadas –, naquele dia, Donald Trump ficou com um ferimento na orelha direita em consequência de um disparo. Depois disso, o candidato republicano foi retirado imediatamente pelo serviço secreto — não se tendo verificado ferimentos graves.
A 25 de julho, o diretor do FBI, Christopher Wray, afirmou, durante uma audiência no Comité Judicial da Câmara dos Representantes, que ainda não se sabia se Trump teria sido atingido pela bala em concreto ou por estilhaços provocados pelo disparo. “Há algumas questões sobre se foi uma bala ou estilhaços que atingiram a orelha” do candidato, relatou, citado por vários jornais internacionais, incluindo o Observador. Nunca o diretor do FBI fez qualquer referência a supostos ferimentos no peito, como alegam as publicações nas redes sociais.
Uma bala ou estilhaços? Diretor do FBI afirma que ainda não apuraram como Trump ficou ferido
Durante este período, e ainda que durante algum tempo não tenham sido divulgados relatórios ou registos hospitalares do sucedido, o que levou a críticas sobre a falsa transparência do caso, o médico do candidato republicano (que foi clínico de Trump na Casa Branca, bem como de outros dois presidentes dos EUA), Ronny Jackson, chegou a exigir que o diretor do FBI desmentisse as suas afirmações iniciais, alegando que “não [existiam] provas de que o que atingiu Trump não [tivesse] sido uma bala”.
O que é certo é que dois dias depois, a 27 de julho, o FBI acabaria por confirmar que Trump tinha sido atingido na orelha por uma bala, excluindo a hipótese de ter sido um estilhaço a provocar o ferimento.
E no relatório médico elaborado por Jackson, disponibilizado através da rede social Truth Social, é afirmado que o ex-presidente norte-americano foi mesmo baleado na orelha direita, sem que também neste documento exista qualquer referência a um segundo ferimento no peito, como alega a publicação partilhada no Facebook. É também referido nesse relatório que, na primeira vez que Trump foi tratado, o que ocorreu no Butler Memorial Hospital, “os ferimentos de bala eram na orelha direita”.
Uma bala ou estilhaços? Diretor do FBI afirma que ainda não apuraram como Trump ficou ferido
Voltando à imagem partilhada, o autor da publicação justifica a sua alegação com uma suposta mancha, uma sombra, no blazer de Trump junto à zona do peito. A imagem original, creditada à Associated Press, mostra, na verdade, parte do blazer de Donald Trump com a sobreposição do braço de um agente do serviço secreto. Se se olhar com atenção para a imagem percebe-se, de facto, que o tal efeito relatado pelo autor, será, na verdade, um pormenor do blazer de um dos agentes que estavam a proteger Donald Trump.
Por fim, além das declarações oficiais das autoridades e do relatório médico, foram escritas diversas notícias sobre este atentado contra o ex-presidente dos EUA sem que nenhuma referisse sequer a hipótese de uma bala ter atingido o peito de Trump.
Conclusão
Não é verdade que Donald Trump também tenha sido baleado no peito durante o atentado na Pensilvânia. A imagem em questão foi publicada nas redes sociais com alegações falsas. Todas as referências, tanto em relatórios oficiais, como da parte do FBI, responsável pela investigação ao atentado, dão conta de que o disparo só provocou ferimentos numa das orelhas de Donald Trump.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.