Uma publicação nas redes sociais revela que foram encontrados micro-cristais piezoelétricos na glândula pineal e atribui a culpa aos testes PCR que estão a ser usados para confirmar a presença de infeções por Covid-19. A partilha sugere ainda que a razão para serem feitos “tantos” testes, inclusivamente a crianças, é para que seja colocada uma “antena cósmica” na cabeça das pessoas.

Germano de Sousa, médico patologista, não tem dúvida de que a ideia de um teste PCR chegar sequer à glândula pineal é “ridículo” de vários pontos de vista, tanto na visão das colheitas como anatomicamente.

“É impossível chegar à glândula pineal por ali, era preciso destruir uma parte do cérebro”, explica ao Observador, acrescentando que se chegar a essa parte do corpo através do nariz era preciso “atravessar uma parte óssea”. O médico patologista vai ainda mais longe: “Em vez de um cotonete, era preciso ter um espigão de ferro”, de outra forma seria impossível.

Germano de Sousa insiste que os testes PCR não são de agora, não foram criados na época da pandemia da Covid-19. “Fazemos testes PCR agora, mas já fazíamos muito antes para pesquisa de secreções bacterianas, para pesquisa de outros vírus”, acrescenta, explicando que é usado um “conduto natural” nas narinas, “uma ligação que há entre a narina interior e a parte nasofaringica, a parte nasal posterior”, para colocar uma “zaragatoa que não faz mal a ninguém”, que é um “cotonete” e que tem como intuito “colher um pouco das secreções da nasofaringe”.

Conclusão

É impossível chegar à glândula pineal através de um teste PCR, em que é introduzida uma zaragatoa no nariz. O médico patologista Germano de Sousa explica ao Observador que para esta sugestão ser verdadeira e poderem ser colocado algo nesta zona do corpo humano seria preciso atravessar uma parte óssea, uma missão impossível para um cotonete usado nestes testas. Desta forma, é falso que através de testes PCR possam ter sido colocados micro-cristais piezoelétricos na glândula pineal e, consequentemente, é falso que este mecanismo permita colocar uma “antenas cósmicas” na cabeça de quem faz o teste.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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