Uma publicação no Facebook pretende alertar para o perigo de, “com o 5G”, a população ficar exposta a elementos químicos “milhões de vezes acima do tolerável”. “Será que vale a pena corrermos tantos riscos?”, questiona-se o autor da publicação. A sustentar as dúvidas surge uma partilha de um vídeo de outro utilizador da rede social em que se afirma que as chamas visíveis na gravação corresponde a uma “torre 5G” a arder.

Publicação no Facebook sobre alegada antena 5G a ader. É falso.

Mas o vídeo mostrará, de facto, uma torre 5G a arder? Não. É atual? Também não. O único dado factual é que o vídeo foi, de facto, gravado na Índia, mas em 2018. Foi, aliás, notícia. O incêndio em Ambala, no município de Barara, foi notícia a 27 de janeiro de 2018 no canal Hindxpress e o vídeo foi, alguns dias depois, isolado por um utilizador do YouTube. É esse vídeo isolado que volta agora a ser partilhado pelos utilizadores das redes sociais, com a alegação de que se trata de uma antena 5G.

Apesar dos vários fact check já realizados nos países onde a partilha já circulou, isso não impediu que a tese começasse a correr também entre utilizadores portugueses daquela rede social, com centenas de partilhas e inúmeras visualizações em poucas horas. Mas a verdade é que só em maio deste ano a Índia avançou com testes à tecnologia 5G, o que torna impossível que o incêndio de há três anos tivesse acontecido numa destas torres.

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Este é só mais um conteúdo falso sobre a tecnologia 5G difundido nas redes sociais a somar, por exemplo a este, de um vídeo que alegadamente mostrava uma antena de 5G camuflada numa falsa árvore, ou este que associava as mortes por coronavírus também ao 5G.

Conclusão

Circula nas redes sociais um vídeo que mostra uma antena supostamente de 5G a arder, numa tentativa de alertar para os perigos que este tipo de tecnologia trará no futuro. Não se tratando de uma antena de 5G não há qualquer fundo de verdade na partilha de um vídeo que foi gravado há mais de três anos, na Índia, numa altura em que o país não tinha sequer avançado com os testes a este tipo de comunicações.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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