Desde a minha adolescência que sempre me fez uma enorme confusão certas coisas que via na sociedade portuguesa, como por exemplo a situação das pessoas sem abrigo, dos imigrantes e a discriminação entre portugueses. 40 anos passaram. Não só nada melhorou, como, infelizmente, piorou e muito.
1. É inqualificável a invasão da Ucrânia pelas tropas Russas. Portugal recebeu muitos milhares de Ucranianos (não sei ao certo quantos foram, mas há notícias para todos os gostos, apenas sei que em número muito superior aos sem abrigo). Mas sei que os recebemos, acolhemos e rapidamente a sociedade se organizou: foram viver para pensões, pousadas da juventude, etc. Fizemos bem, nada contra, tudo a favor. Mas pergunto, então antes da guerra na Ucrânia porque também não nos organizámos rapidamente para resolver o problema dos sem abrigo? E continuamos a não o fazer, quando até já muitos Ucranianos regressaram aos seus países, desocupando os espaços onde estavam?
2. Que dizer de crianças portuguesas que não têm vagas em creches e escolas, pois a prioridade é para os imigrantes? Que dizer de uma cidadã portuguesa que vivia no Alentejo e veio trabalhar para Lisboa, que cheia de dores, devido a uma infecção urinária, se desloca a um centro de saúde em Sintra e não é atendida porque a sua morada é no Alentejo? Que dizer quando o SNS não dá resposta aos cidadãos portugueses (e também imigrantes que cá trabalham) pois em boa parte está ocupado com “turismo de saúde” de borla? Que dizer de um imigrante que se queixa, entrevistado por uma jornalista da RTP, que apenas recebe 590€ por mês de subsídio do Estado português (pois acha pouco), quando um português recebe o rendimento mínimo de 237,25€ e a pensão mínima para um idoso (que trabalhou) é de 319,49€? Pergunto: quando termina esta discriminação entre portugueses face aos imigrantes? Que sentido faz dar a um estrangeiro mais apoio financeiro (ou outros apoios quaisquer) do que aqueles que se dão a um cidadão português? Quando precisamente são os portugueses (e alguns imigrantes que cá vivem e trabalham) que sustentam isto tudo? Que dizer de um imigrante que não fala português e que tem licença para conduzir em Portugal, e na organização que lidero, os nossos motoristas (portugueses e imigrantes legalizados e que falam português) tenham de aguardar meses a fio pela mesma documentação? E já agora, por que razão andamos constantemente a ser mandados parar pela polícia e desconheço que o façam com estes imigrantes?
3. Para quem não sabe, há um único país no mundo que nunca parou de ter crescimento económico (até à covid em 2020, naturalmente), logo nunca teve estagnação ou recessão, chama-se Austrália. A Austrália é um país bem gerido, também por causa da sua política de imigração. Todos os anos sai uma lista com os números de profissionais (de cada profissão/sector de actividade) que o país precisa e assim entram os imigrantes. Já em Portugal é a bandalheira. Entram aqueles que chegam para trabalhar, mas também muitos que não querem trabalhar e vêm somar aos portugueses e imigrantes que cá vivem e que também não o querem fazer, sobrecarregando assim de impostos os que trabalham e que têm uma vida menos boa (ou mesmo má) para sustentar isto tudo.
Trabalho com muitos imigrantes há décadas, sobretudo de África e Brasil. Falo frequentemente com estes meus colegas sobre estes temas, bem como com outros imigrantes amigos e conhecidos e eles próprios não querem uma imigração descontrolada nem suportar quem não quer trabalhar, ou mesmo, quem vem para viver do crime. A explicação é simples: se procuraram Portugal para trabalhar e viver em paz, não querem de modo algum vir a ter os mesmos problemas que os levaram a deixar os seus países. Muitos destes colegas, amigos e conhecidos, portugueses e imigrantes, chegam ao final do mês e os seus salários não dão para pagar as contas. Comparam-se com muitas pessoas que vivem de subsídios e que vivem melhor que eles, pois não têm nem casa para pagar nem muitas outras despesas porque tudo é oferecido. É isto justo?
Há poucos dias Rui Ramos, no Observador, referiu: “A esquerda substituiu a “classe operária” pelos imigrantes e pelas minorias, que agora lhe servem de instrumentos na luta contra o capitalismo”. À data em que escrevo este artigo, escreve mais um brilhante artigo sobre a notícia falsa a que a comunicação social em geral deu cobertura sobre o linchamento de uma criança Nepalesa. Aquilo que assistimos por parte da comunicação social é que além de dar cobertura a notícias falsas, cada vez que um imigrante comete um crime a notícia é “um homem cometeu um crime”. Se alguém que não é branco é vítima de violência, para a comunicação social é “ataque racista”. Acresce que a comunicação social dá cobertura aos objectivos da extrema-esquerda (BE, PCP, LIVRE e PAN e, infelizmente, uma parte significativa do PS), a qual procura destruir os pilares bases da sociedade, em concreto da família, com todas estas questões da ideologia de género e a tentativa de lavagem ao cérebro das pessoas, nomeadamente das crianças e adolescentes, o que considero gravíssimo e há que, urgentemente, pôr cobro a isto. E como diz (e bem) também Rui Ramos (e que define estes objectivos da extrema-esquerda) é que “Os problemas sociais só lhe importam na medida em que os possa transformar em princípios de guerra civil”.
Portugal tem recebido imigrantes cuja cultura é semelhante à nossa e a integração tem corrido bem. Agora, começamos a receber pessoas cuja cultura nada tem que ver com a nossa, nomeadamente a forma como olham e tratam as mulheres, entre tantas outras diferenças que rejeitamos. É uma imigração muito diferente e há que assumir que não só nenhum país aguenta tanta imigração, como aguenta ainda menos imigração de culturas opostas à nossa.
Importa ainda referir que a comunicação social e os comentadores em geral vivem numa bolha e fora da realidade. Esquecem-se que hoje à uma internet vasta e rápida e redes sociais que espalham vídeos (reais) de imigrantes que afirmam coisas do género “vamos invadir, conquistar e islamizar a Europa”, entre outros mimos do género. E depois ficam todos espantados com os resultados na noite das eleições. Recomendo que “acordem”, falem verdade, não mintam e vão para as ruas conhecer o país real.
Termino este artigo perguntando aquilo que ainda não vi ninguém perguntar? Portugal tem cerca de um milhão de imigrantes numa população de pouco mais de 10 milhões. Quantos mais imigrantes deve Portugal aceitar? Mais 1 milhão? 5 milhões (metade da população actual)? 10 milhões? 20 milhões (o dobro da população e ficamos em larga minoria no nosso próprio país)? Ou mais ainda? Qual o limite? Gostava muito que os responsáveis políticos (mas também os meus compatriotas) me pudessem responder a esta e a todas as perguntas que fiz anteriormente.
José Bourdain
(cidadão que se considera democrata, de direita, mas que tal como todos aqueles que são como eu e segundo o mantra da extrema-esquerda e da comunicação social, sou apelidado de racista/xenófobo, neoliberal e de extrema-direita. Se a história da minha vida e aquilo que faço no meu dia-a-dia é isso, então respondo-lhes: com muito orgulho).