A partir de 1 de janeiro de 2025, Portugal dará um passo significativo na valorização da saúde reprodutiva ao aumentar para 90% a comparticipação dos medicamentos para tratamentos de infertilidade. Esta decisão não só demonstra sensibilidade para com as famílias, como também reflete um compromisso claro em enfrentar um desafio crescente no nosso país: a infertilidade.
Esta decisão histórica merece ser celebrada. Estamos a assistir a um aumento de 69% na comparticipação destes medicamentos, reduzindo os custos elevados, que podiam ultrapassar os 400 euros, e tornando os tratamentos mais acessíveis. Finalmente, Portugal reconhece que o sonho de ter filhos não pode ser um privilégio, mas um direito ao alcance de todos. Ao aliviar a carga financeira que, durante anos, foi uma barreira para milhares de casais e mulheres, o Governo dá um passo decisivo em direção a uma sociedade mais justa e inclusiva.
Para os pacientes em tratamentos de Procriação Medicamente Assistida (PMA), hoje é um dia de esperança e novas oportunidades. O apoio a estes medicamentos não é apenas um ato de apoio individual, mas uma declaração de compromisso coletivo com o futuro demográfico e social do nosso país. No atual cenário de desafios ao crescimento populacional e às questões de equidade em saúde, esta medida representa um avanço importante.
Contudo, não podemos esquecer que ainda há muito trabalho pela frente. O acesso aos tratamentos de infertilidade continua desigual, com disparidades regionais e dificuldades logísticas que afetam diretamente os pacientes. Além disso, o nosso sistema de saúde, especialmente os serviços de urgência, enfrenta fragilidades que precisam de atenção. É essencial que estas questões sejam abordadas de forma integrada e sustentada, garantindo que este progresso inicial seja apenas o começo de uma transformação maior.
Este avanço é um marco que deve inspirar não só otimismo, mas também uma responsabilidade coletiva de continuar a exigir mais. Um futuro mais igualitário e inclusivo só será possível com a continuidade de políticas públicas que priorizem a saúde e o bem-estar de todos. Celebramos hoje, mas com a consciência que existe um longo caminho pela frente. A construção de um futuro melhor é um compromisso que nos deve unir enquanto sociedade e para o qual devemos sempre trabalhar. Espero que estes 90% de comparticipação, se traduzam compromisso a 100% com os portugueses.