Se Cavaco incomoda a esquerda, a mentira dos governantes deveria incomodar muito mais.
Ana Catarina Mendes, responde ao lançamento do último livro do ex-primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva, “O Primeiro-Ministro e a Arte de Governar”, com, talvez, a maior mentira de sempre.
Diz a ministra que o ex-primeiro-ministro conviveu “como se nada fosse com o trabalho infantil”.
Bastará uma simples busca para se perceber que a governante se aplica muito mal na arte de bem mentir.
Na verdade, poder-se-á consultar alguma legislação – factos inegáveis – para se verificar que o discurso de Ana Catarina Mendes é totalmente falso e que não corresponde minimamente à verdade.
Basta aceder à Lei 53/88 de 13 de Maio, à Lei 42/91 de 27 de Julho, ao Decreto-Lei 286/88 de 12 Agosto, ou mesmo ao Decreto-Lei 396/91 de 16 de Outubro. Estes são os vários diplomas que na altura entraram em vigor para mitigar a problemática do trabalho infantil durante a governação de Cavaco Silva.
Na política , a apresentação de argumentos para o combate ideológico é um exercício saudável que por certo contribuirá para uma maior pluralidade de opinião e, por consequência, para uma escolha mais consciente sobre a forma como e sobre quem nos deve governar.
Porém, a ministra Ana Catarina Mendes, escolhe fazer combate político não com ideias e factos concretos, preferindo ir pelo caminho da mais vil e pura mentira.
Se já não é aceitável que alguns políticos queiram ganhar espaço mediático com apresentação pública de números e factos que não correspondem à verdade, mais grave é quando isso vem da própria voz do governo. Ana Catarina Mendes representa o governo e mentiu. Mentiu e sabe que o fez.
Quando é necessário socorrer-se da inverdade para se posicionar politicamente, então é porque se esgotou argumentos que possam validar as suas posições.
Que não se goste de Cavaco, é aceitável, mas quando se querer recuar no tempo para argumentar o que quer que seja, então que se analisem factos.
Sobre a matéria a que Ana Catarina Mendes alude, afirmando que Cavaco conviveu com ela como se nada fosse, a história legislativa mostra como a ministra ainda tem muito que aprender – no seu partido não faltará quem a ensine – na arte de bem mentir.
Esta forma de se fazer política, de se responder um ex-adversário meramente ideológico que tem toda a legitimidade de expor e opinar o que bem entender, prova-nos que o combate do PS às questões de governança, é feito de mentiras e de uma grande falta de ética e de respeito pela democracia e por consequência à inteligência dos portugueses, que sabem como procurar hoje de que lado está a história e a verdade.
Ficaria bem a uma governante que sabe que não disse a verdade vir pedir desculpa aos portugueses? Ficaria, mas isso já não era ser-se socialista, era ser-se sério.