Foi curioso acordar no dia seguinte às eleições dos Estados Unidos e, apesar de ter a nítida consciência de que Trump é uma figura impensável para assumir o cargo de presidente de qualquer país respeitável, ter a sensação de tranquilidade e mesmo alguma satisfação com o resultado.

Foi necessário algum tempo para compreender o porquê de tal reacção.

Nunca, depois de uma derrota racionalmente assumida, me tinha ficado esse sabor suave e tranquilo de que tudo estaria bem.

Na verdade, aquilo que Trump representa enquanto pessoa imprevisível, sem educação, desrespeitadora no trato, irresponsável nas afirmações e inconsciente quanto às instituições democráticas, foram as razões da minha claríssima posição de repulsa da sua candidatura.

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Contudo, a sua candidatura tem efectivamente uma outra face que, provavelmente, foi a que cativou a maioria do povo americano e que está centrada na defesa da verdade, que tem sido adulterada profundamente por políticos e jornalistas, do centro à extrema esquerda.

A pressão absurda com que nos têm tentado impor conceitos desestruturados sobre o género humano, a absurda tentativa de menorizar o problema das imigrações, a absurda promoção de um anti-racismo falso que precisa de o promover para se auto-alimentar das suas consequências, a promoção de ideias de morte e de destruição da vida e a igualização de todos sem qualquer respeito pela vontade de contribuir para o desenvolvimento da sociedade, tornou-se o maior factor de campanha das propostas de Trump, que beneficiou dos votos de muitos que afirmam não gostar nem confiar nele, mas que precisavam de voltar a viver uma vida de verdade.

Foi esta sensação que me invadiu na quarta-feira ao acordar.

A sensação de liberdade de poder dizer de novo que há Homens e Mulheres.

Que quem trabalha tem direito a receber mais do que quem nada faz.

Que ter sucesso não é crime e que a imigração que cumpre as normas é sempre bem vinda.

Que as raças existem e que todas merecem igual tratamento sem nunca pretender que as pessoas são todas iguais, mas sim que têm que ter igualdade de direitos.

Que há certo e errado.

Enfim, que a verdade é aquela que sempre foi e não uma serie de disparates inventados por uma elite que precisava disto para se afirmar capaz, e que numa vida baseada na verdade nunca o poderia conseguir.

Foi esta sensação que, apesar de não me tornar mais capaz de considerar Trump como competente e respeitável para o lugar de presidente e de me deixar ainda muito preocupado com alguns dos seus apoiantes e algumas das suas medidas, me deixou uma enorme esperança de ver o Mundo mudar de novo e desta vez mudar para melhor.

A Europa terá que se reinventar para resolver os desafios que tem pela frente e o Mundo terá que se preparar para viver um novo paradigma.

Mas também temos que ser honestos, compete à Europa ser responsável pelos seus problemas e o Mundo não exigir que um país seja responsável por todos.

A humanidade ganhou um líder imprevisível e pouco estruturado, mas o Mundo ganhou uma nova rota e uma enorme esperança.