Luís Montenegro, agora presidente do PSD, eleito a 28.05.2022, tomou posse a 01.07.2022 e desde então marcou a sua posição de líder em dois pontos fortes.

Primeiro. O não à regionalização, no próprio dia da tomada de posse, que só nos faz pensar que é um pensamento individual e talvez egoísta, por forma a não deixar margem, logo à partida, para que alguém levante voz contrária dentro da sua família política. Como pode um líder partidário tomar uma posição estrutural para Portugal sem sequer perceber a orientação do sentimento dos militantes e dos demais simpatizantes? Demonstra, pelo menos, a forma como os partidos tradicionais do arco da governação, tomam decisões sem auscultar as bases e sem perceber a sensibilidade dos portugueses que a poderiam manifestar através de um referendo, como propõe ironicamente António Costa, primeiro-ministro.

Porque terá Portugal de viver e conviver com uma centralização política circunscrita apenas a um governo da República, decidindo e tomando decisões, sem olharem às desigualdades entre regiões, sem perceber as carências de cada região no âmbito da saúde, da escola e do desenvolvimento económico mais apropriado a cada região, por forma a promover o melhor incentivo ao desenvolvimento, capaz de criar emprego, riqueza e o consequente reinvestimento público a puxar para a frente e continuamente o progresso de cada região? Os políticos querem centralismo, não querem abrir mão do poder. Entretém-nos com a descentralização que quase em nada está a resultar.

Os países da UE que fogem à regionalização, são sem dúvida os mais pobres. Com a excepção do Luxemburgo, todos aderiram à comunidade depois de Portugal, Bulgária, Chipre, Estónia, Letónia Lituânia, Malta e Eslovénia. Vamos lá perceber porquê!

Segundo. A colocação de outdoors por diversas cidades, onde vi in loco, em Aveiro, Braga, Évora, a fotografia de Luís Montenegro, numa campanha feroz e a despertar umas eleições tão longínquas, que nem ao longe se vê, as de 2026, apenas com um programa político: Não à Regionalização.

Será um presságio o número de votantes nas últimas eleições do PSD, um número historicamente negativo e total desinteresse dos militantes, com a presença de 26.984 participantes? Recorde-se: 27/11/2021 – 36.476 votantes; 18/11/2021 – 32.582 votantes; 11/01/2020 – 32.082 votantes; 13/01/2018 – 42.655 votantes; 05/03/2016 (fim da era de Passos Coelho) – 23.422 votantes.

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